LOS ANGELES - BILL KAULITZ

capítulo 16

Eu estava disposta a jogar limpo com Bill e contar a ele todos os detalhes de minha vida que ele quisesse saber. Estava disposta a dar mais um passo.
Bill viajou para a Alemanha.

Desde o início, quando soube quem ele era, sabia que caso tivessemos algo sério, teria que lidar com seus compromissos repentinos.
Confesso que estou com saudade do Bill.

Vi pelo seu perfil no Instagram que Tom e ele foram visitar sua mãe, e isso foi bem legal. Ainda não conheço ela, e penso se Bill vai me apresentar-lá, mas talvez seja cedo demais.

Resolvi deixar isso um pouco de lado e focar um pouco na minha tese. Depois de Bill, deixei o doutorado de lado e eu não poderia mais adiar a produção de mais páginas, então tirei alguns dias para fazer isso.
Peguei meu notebook e o coloquei na mesa da cozinha, vesti uma roupa confortável e fiz uma intensa sessão de descarrego escrevendo todas as minhas ideias nessa tese idiota. Eu não aguento mais isso.

Quando decidi fazer esse doutorado aqui em Los Angeles, minha intenção era ocupar tanto minha cabeça com isso que não sobrasse tempo algum para pensar no merdinha do David. O problema é que agora não consigo mais focar no doutorado porque não paro de pensar em Bill.
Estar apaixonada não estava nos meus planos. Não estava.

Passei o dia inteiro escrevendo e pesquisando artigos, e não aguentava mais olhar para a tela desse maldito computador, até que tive uma ideia.
Fechei a tela e fui tomar um banho quente.
Resolvi colocar uma camisola mais sexy rendada que eu tinha para tentar elevar um pouco mais a minha moral, já que estava me sentindo derrotada depois de tanto tempo focada. Fui até a geladeira para procurar algo para comer, e achei uma garrafa de vinho cheia que Cindy deixou aqui um dia desses.
Acho que merecia tomar um pouco de vinho, fumar e relaxar.

Depois de umas 4 taças, eu estava bem cansada e isso contribuiu para que eu rapidamente ficasse bêbada.
Eu, bêbada, sozinha e um celular na mão, obviamente um perigo eminente.

Estava totalmente chapada, e acabei mandando mensagens para Bill.

H: Eai, Billy. Como está ai na Alemanha?
B: Está tudo bem, Helena. Daqui 3 dias estarei de volta pra você

Enquanto Bill digitava, eu estava em frente ao espelho me admirando. Nesse momento, com álcool, eu estava me achando muito sexy, talvez nem estivesse, mas eu achava que sim, então acabei tirando algumas fotos, inclusive nua.
Algo na minha cabeça, provavelmente um diabinho, fez eu achar que seria uma ótima ideia mandar uma foto dos meus peitos para Bill.

H: *Foto*
B: Uau, Helena... Eu não estava esperando por isso.
Você é maravilhosa

Eu não sou de mandar fotos nua, jamais tinha feito isso antes. Mas acho que no meu subconsciente, sei que Bill gosta de provocações.
Ele gosta que eu o deixe excitado sem poder me tocar.
Isso ficou na minha cabeça.

Mandei cerca de mais três fotos, quando Bill respondeu com uma foto de volta.
Uma foto mostrando que também estava excitado mas em um lugar impróprio. Confesso que me diverti muito, e por um momento esqueci completamente de tudo que queria falar para ele.
Talvez eu devesse deixar para lá e continuar vivendo esse romance fofo e arriscado com ele.

Com David, tudo era tedioso. Tentamos diversas vezes apimentar nossas relações, tentamos até mesmo introduzir outras mulheres entre nós, mas a verdade é que ele não dava conta nem de mim.
Ele não me levava mais para jantar, nem para motéis. Não saiamos muito, e quando saiamos para baladas, ele ficava tão bêbado que vomitava muito e eu tinha que levar ele embora. Sempre me dava trabalho e estragava a noite, e eu me culpava por me deixar passar por isso.
Depois de algum tempo de relacionamento, eu comecei a evitar-lo. Fazer sexo com ele era terrível, eu não tinha desejo por ele, eu inventava desculpas para não termos que transar, e preferia me satisfazer sozinha.
Eu achava que o problema era eu, mas na verdade, David não se importava mais comigo porque se satisfazia com outra.
Ele não me levava para sair porque saia com outra.

Mas com Bill, é diferente.
Sinto adrenalina, sinto desejo. Ficaria em cima dele o dia todo se eu pudesse. Mal vejo a hora dele voltar da Alemanha para que eu possa sentir-lo novamente.
Ele me enche de amor com mensagens bonitas e algumas que me faziam desviar o olhar da tela por um instante para esconder meu rosto entre os travesseiros.

H: Estou com saudades, Bill
B: Eu também estou, minha Helena...

Parece esquisito alguém que passou pelo trauma de ser traída, voltar a se apaixonar assim tão rápido, mas a verdade é que eu terminei mentalmente com David muito antes de acabar com tudo.
Sei que não devemos ter positivismo tóxico, mas hoje comemoro ter descoberto logo essa traição ridicula e ter seguido em frente.
Não me considero uma garota intensa, mas pensando agora, eu e Bill estamos apostando todas nossas fichas um no outro e sentindo tudo intensamente.
Isso é um jogo perigoso.
È como se estivessemos num jogo de apostas, onde apostamos todo o nosso dinheiro, e caso ganharmos, ficamos milionários, e caso perdermos, ficamos pobres.