Capítulo 1 - Jeong Kyung-ho

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Era um dia atarefado como sempre nas ruas agitadas de Seul, na Coréia do Sul. Prédios altos, empresas bilionárias, anúncios de grupos de K-Pop, celebridades, e milhares de pessoas comuns de ternos apressadas para suas vidinhas agitadas e empregos cansativos.

Trabalhando numa pequena loja de conveniência, um jovem rapaz com uma expressão séria e tranquila não parecia ter nenhuma impaciência na rotina chata de ser um caixa entediado como os outros funcionários.

Assim como seu nome significava, ele era um homem tranquilo, gentil, quieto, leal e protetor. Esse aparentemente homem perfeito nos sonhos das garotas como o ótimo candidato a namorado, era Jeong Kyung-Ho.

Kyung-Ho apenas suspirava internamente que ele não conseguia emprego que ganhasse mais, por não ter ido para a universidade depois de terminar o ensino médio numa escola pública. Kyung-Ho era um garoto órfão que foi abandonado no orfanato onde cresceu, e desde cedo percebeu que ninguém iria querer ou ajudar uma criança rejeitada como ele.

Ele não sabia como ser fofo, como diziam seus cuidadores da infância, por ele ser sério demais quando tinha que realizar uma tarefa. Por causa de sua vida difícil, Kyung-Ho adotou a filosofia de vida, que se ele não levasse a sério sua tarefa, ele nunca teria sucesso sendo preguiçoso.

Isso o fez suportar muito escrutínio quando ainda com 5 anos de idade, ele abandonou qualquer esperança de ser adotado, e percebeu que teria que se criar sozinho. E um dos conselhos do diretor do orfanato que foi dado a todas as crianças, era que somente com trabalho duro e o conhecimento todos eles seriam alguém na vida quando virassem adultos.

Kyung-ho tomou isso como sua base espiritual na vida, e se tornou estranhamente teimoso e sério sempre, o fazendo diferente das outras crianças que com o tempo esqueceram o conselho do diretor. Kyung-ho sempre foi inteligente, e procurou o conhecimento dos adultos voluntários que vinham brincar com os garotos, e de uma noona bonita e gentil, ouviu ela dizer que além do conhecimento, trabalho duro, e inteligência, era essencial ter um corpo saudável, pois um corpo saudável, geraria uma mente saudável.

Kyung-ho levou as palavras dela a sério, e começou a treinar devagar enquanto brincava com as outras crianças, só parando de brincar quando estava exausto. Um dos voluntários do orfanato era um instrutor de tae-kwon-do, e começou a dar aulas no orfanato duas vezes por semana, que Kyung-ho foi uma das poucas crianças que perseveraram no treinamento até o fim, ganhando habilidade e desenvolvendo sua força.

Conforme sua habilidade crescia, o instrutor o aceitou como seu discípulo e o treinou totalmente ao longo dos anos, o fazendo participar de várias competições em todas as faixas de cores diferentes, até ganhar sua faixa preta aos dez anos com seu primeiro dan, e isso foi evoluindo quando ele entrou na escola. 12 anos, 13, 15, quando ele entrou no ensino médio, Kyung-ho era um mestre de Tae-kwon-do do sexto dan, e uma subcelebridade das artes marciais do país.

Atualmente Kyung-ho suspirava em como sua vida tinha ficado estranha agora aos 21 anos. Sentado na cadeira atrás do balcão, navegou pelo celular procurando algo que ele nunca imaginou que teria que aprender para sobreviver. Abriu um site de mitologia coreana, e começou a aprender sobre deuses e monstros.

Não era irônico? Ele sempre pensou que seus problemas eram apenas de sobrevivência e sobre o bloqueio de um certo riquinho mimado que não gostou de ser derrotado por ele num torneio de mestres marciais, e subornou a federação coreana de Tae-Kwon-Do que o expulsaram do cargo de mestre e um dos juízes de competições e professor. Tudo por causa de orgulho. Kyung-ho nunca tinha sentido tanta raiva de alguém, que fez quebrar sua calma de tantos anos, mas ele sabia que era inútil lutar contra aqueles chaebol. Se sua vida fosse um drama de ídolos, agora ele devia ser o protagonista na fase trágica e depressiva da novela.

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