Kyung-ho acordou depois do que pareceu muito tempo adormecido. Seu corpo estava exausto como se tivesse treinado muito numa academia além dos limites. Rapidamente sentiu o cheiro familiar de alguém, virando a cabeça para encontrar seu Hyung adormecido o abraçando em seu peito.
Kyung-ho abriu um pequeno e raro sorriso e apenas derreteu no abraço do seu rei, se aninhando melhor no ombro dele. Enquanto aproveitava a companhia, relembrou tudo o que aconteceu com ele antes de apagar.
- Acordado, Kyung-ho? – Kyung-ho ouviu uma voz fria e calma familiar.
- Quem... Amarok? – Kyung-ho perguntou mentalmente.
- Hm, sou eu. Como seu familiar, temos uma conexão telepática para falarmos em privacidade assim. No momento, estou repousando em sua sombra, com você podendo me invocar quando quiser, assim como eu posso te proteger a qualquer momento. – Amarok respondeu com um tom preguiçoso, mas calmo na voz fria e melódica.
- O que aconteceu comigo ontem? – Kyung-ho perguntou mentalmente ao seu novo parceiro, ainda meio confuso dos eventos de ontem.
- Tudo bem, acho que é hora de você saber. Tudo começou... – Kyung-ho então ouviu tudo relacionado a lenda dele ser uma raposa de nove caudas, o destino sombrio dele virar um monstro sanguinário, o sacrifício do seu verdadeiro pai para invocar um deus para protege-lo.
Depois de terminar de ouvir tudo, Kyung-ho derramou lágrimas ao saber, que mesmo sem conhecer seu pai de sangue, o homem deu a vida voluntariamente para que um deus lobo fosse literalmente seu guardião. Ele sempre pensou que antes de conhecer seu Hyung, ele nunca foi amado por ninguém, mas saber que agora seu pai desconhecido deu a vida por ele, fez seu coração apertar.
O que ele não daria para ter conhecido seu pai, ter crescido com ele. Como seria ter sido criado por uma família, ser amado, e ter uma infância normal. Seu pai o ensinaria coisas, beberia a primeira cerveja juntos quando ele virasse adulto, lhe daria conselhos com sua primeira namorada, apoiaria seu atual amante.
Kyung-ho apenas sentia um grande vazio em seu coração pela perda que ele nunca teve o problema de pensar até agora. Logo Kyung-ho sentiu-se sendo abraçado e uma mão grande e quente limpou suas lágrimas, acariciando seu cabelo.
- O que houve, meu belo cavaleiro? – Riser despertou ao sentir o homem em seus braços tremer em soluços ouvindo-o chorar, partindo seu coração.
- Eu descobri tudo. Eu só não sei como me sentir. Eu sempre vivi e sobrevivi sozinho no orfanato, Hyung. Eu pensei que meus pais me odiavam por isso me abandonaram. Nunca contei com ninguém além do meu mestre que me treinou. Mas agora eu fico sabendo que alguém sacrificou sua vida para invocar um deus adormecido para me proteger.
- Eu só não sei como me sentir. Esse pai sem rosto, fez o melhor que podia por mim, seu filho. E eu nem posso ao menos conhece-lo, ou agradecer. Eu percebi um vazio em meu coração. Como seria se eu fosse criado por ele? Como teria sido minha vida se eu tivesse alguém que se importasse comigo enquanto eu crescia? Eu... – Kyung-ho falou entre soluços levantando o rosto encarando aqueles olhos azuis com seus olhos cor de mel, que estavam avermelhados de tanto chorar, sendo beijado de modo forte e carinhoso.
- Shh, meu cavaleiro. Eu estou aqui por você. Eu me importo com você. Eu amo você. Seu pai, para um humano, foi um homem admirável e um pai incrível. Poucos conseguem invocar um deus, mesmo sacrificando sua vida. E tudo isso foi por amar você o suficiente. Não sabemos quem ele é, mas ele provou com suas ações que realmente amava você. Agora você tem a mim, e todas as suas irmãs de harém. Nós somos sua família agora. – Riser falou rouco e meio angustiado ao ver o belo homem em seus braços chorar de tristeza e dor. Trazendo seu rosto até o dele, beijou seu cabelo, sua testa, e suas pálpebras fechadas, antes de continuar dando beijos em seu nariz, até chegar aos seus lábios.
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Guardião do Rei
FanfictionJeong Kyung-ho é um órfão da Coreia do Sul que desde que conseguiu entender sua situação no orfanato onde foi abandonado, passou a lutar para sobreviver e se erguer na vida. Assim como seu nome, ele sempre foi um garoto tranquilo, gentil, leal e pro...