7 Capitulo

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(4 anos depois)


Ana - Bom dia

Aitana - Bom dia querida. Como estas?

Ana - Estou bem obrigada. Pronta para trabalhar?

Aitana - Claro. Como estão os meninos?

Ana - Christian esta bem e incrivelmente feliz com o começo das aulas mas Vale não esta para nada animada e desconfio que vou ser chamada a escola varias vezes.

Aitana - Essa malandra vai-te fazer a vida impossível quando crescer.

Meus bebés, agora com oito anos, continuavam crescendo muito rápido. Parece que foi ontem o dia em que fiquei sabendo que estava grávida e desde então já se passaram oito anos.

Chris é um lindo menino, de cabelo escuro e olhos cor chocolate, incrivelmente inteligente e extremamente curioso. Seu maravilhoso sorriso faz todos babarem por ele e com certeza usa isso a seu favor. Adora ver televisão com seu tio Martin e o apoia sempre que eles discutem. É lindo ver Chris repetindo tudo o que Martin diz para Isa e ela fica com raiva cada vez que eles se juntam contra ela.

Vale, invés, tem seu jeito completamente diferente do irmão. É linda com seu suave cabelo loiro, olhos azuis como os do pai e demasiado esperta. Ao contrário do irmão, ela gosta de ser independente e descobrir as curiosidades da vida por conta própria, o que muitas vezes a meteu em sarilhos, como no dia em que se atirou ao rio só para descobrir se a água estava fria, para nossa sorte Martin se atirou logo a seguir para ir busca-la. Depois desse acidente decidi inscrever ambos na natação mas Vale com seu jeito rebelde acaba indo mais vezes jogar basket com o tio, do que nadar.

Vale era a imagem viva de Alex e cada vez que sorria para mim sentia que seria capaz de qualquer coisa por ela, pois tal como o pai, ela mexia com todas minhas barreiras.

Aitana - Acho que temos um problema Ana.

Ana - O que se passa?

Aitana - Recebemos esta carta. Vê por ti mesma. - Disse entregando-me um envelope do hospital com quem tínhamos montado nossa fundação para ajudar as pessoas que sofriam da mesma doença de Magui e de Valentina.

Depois de oito anos de tratamento intensivo, Magui tinha finalmente saído da doença e agora só precisava fazer cuidado e viver a segunda oportunidade que a vida, tão generosamente, lhe tinha oferecido.

Naquele momento, era uma linda menina de dezoito anos cheia de sonhos que agora poderia realizar e entre eles, sua ambição por vir a ser uma grande pediatra. Dizia que queria poder cuidar das crianças, tal como cuidaram dela.

Ao contrário de Magui, o tratamento de Vale não estava funcionando tão bem. Havia dias em que ela se sentia perfeitamente e parecia uma criança normal que corria e se divertia com suas amiguinhas mas no dia seguinte a falta de ar e a pressão no peito não a deixava levantar da cama. Cada vez que fazia um pouco de esforço físico acabava ressentindo.

Desde o início da fundação o hospital, onde trabalhava a doutora Paula, vinha-nos fornecendo todos os medicamentos necessários para o tratamento das crianças a um baixo custe, o que dava a nós e aos pais uma maior possibilidade de garantir uma vida estável para as crianças.

Infelizmente, o hospital tinha sido comprado, recentemente, por um milionário prepotente e a Paula teve que sair da administração por problemas de saúde. Sem a ajuda da doutora, não sabíamos por quanto tempo ainda teríamos esta sociedade.

Peguei o envelope e retirei o impresso. Passei por alto a leitura das primeiras linhas e comecei a ler a parte importante:

"Lamentamos informar que, por decisão maioritária da comissão diretiva e do novo diretor do centro hospitalar de Barcelona, decidimos terminar com a venda de medicamentos a baixo custe para a associação acima indicada.

No entanto oferecemos a possibilidade de adquirir os mesmos pagando o inteiro valor, tal como os pacientes que visitam o nosso centro todos os dias.

As condições de venda até agora utilizadas ficam anuladas desde a data de emissão desta carta.

Agradecemos a vossa colaboração."

Aitana - Eles podem fazer isso? - Preguntou-me com cara preocupada. Fiquei uns segundos sem responder, com mil consequências passando pela minha mente mas a pior de todas e a que me tirava o chão debaixo dos meus pés era o que iria acontecer as crianças.

Ana - Eu...não sei. - Disse desnorteada e começando a digitar o número de meu irmão no telemóvel. Ele saberia o que fazer.


(1 mês depois)

ALEX

Pela quinta vez sentia o insistente telemóvel vibrar em cima do cómodo. Ainda sem abrir os olhos, atendi.

Alex - Quem é? - Respondi com a voz rouca.

Miguel - Bom dia caríssimo amigo. Levanta a bunda da cama, toma um banho que daqui a meia hora estou aí. - Disse e antes de ter tempo de responder, o amigo, desligou.

Com imenso esforço me levanto e entro debaixo do chuveiro. O contacto da água fria com a minha pele faz-me estremecer e pouco a pouco a sonolência vai desaparecendo.

Depois de um longo banho, visto-me e começo a fazer o café.

Moro em um grande apartamento no centro de Madrid. Em poucos anos tinha conseguido transformar-me em um dos melhores avogados do país. Não posso dizer que o sucesso caiu do céu pois passei noites em claro para preparar-me para uma sala de tribunal mas com o tempo fui-me acostumando. Agora aceito qualquer tipo de caso, seja difícil ou completamente imoral.

Enquanto tomo meu café, ouço meu amigo e colega de trabalho tocar a campainha.

Miguel - Ehi amigo. - Disse saludando-me assim que abro a porta e ele entra pela casa adentro, antes mesmo de ter permissão. Felizmente já me acostumei a seu jeito invasivo e se estava as 7 horas em uma manhã de sábado a frente da sua porta é porque com certeza é um caso de vida ou morte.

Alex - Queres um café? - Preguntei mostrando minha taça.

Miguel - Não obrigado. Vim aqui por trabalho. - Disse seriamente e apenas naquele momento vi que trazia uma capa na mão.

Alex - Claro diz.

Miguel - Minha mãe se sentiu mal e preciso que me ajudes. A cerca de um mês recebi um novo caso. Preciso defender um hospital de uma acusa de uma fundação mas com este imprevisto não vou poder viajar e queria-te pedir se me podes substituir.

Alex - Claro, não há problema. - Disse pegando o dossier.

Miguel - Ótimo, faz as malas porque tens que estar amanhã de manha no tribunal de Barcelona.



Desculpem a demora. Espero que tenham gostado.


Vou tentar não demorar tanto para publicar o proximo. Bjs


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