ANAID
Vejo a minha pequena entrar com seu lindo vestido rosa florido e seus compridos e lisos cabelos loiros que balançam em suas costas. Ela me dá um grande sorriso e corre a abraçar-me.
Vale - Te amo mamã.
Ana - Também te amo muito meu docinho. - Sussurro em seu ouvido e a beijo.
Logo, David a pega e a senta na cadeira onde será interrogada pelo pai.
ALEX
Estava distraído organizando os papéis com as preguntas que ia pôr a menina quando vejo um ser de compridos e lindos cabelos loiros correr para os braços de Ana.
Fico estático em minha cadeira e sinto a pressão a cair.
A menina se vira e as minhas suspeitas se tornam realidade. Não havia dúvidas. Aquele lindo sorriso com covinhas, o pequeno nariz engraçado e o grande oceano refletido em seus olhos.
Aquela menina era minha filha.
Valentina. - O nome ecoava repetidas vezes em meus ouvidos, deixando-me emocionalmente instável e com os olhos húmidos.
Momentaneamente toda a raiva acumulada contra Ana desaparece e tenho vontade de abraça-la e agradecer-lhe por me dar dois filhos lindos.
Por uma semana cheguei a acreditar que Ana tivera uma relação logo após ter "perdido" nosso bebé. A possibilidade de ela ter ficado grávida de outra pessoa depois de termos terminado me assustava como o inferno mas agora sabia que não havia nada a temer. Ela me foi fiel mesmo quando eu a magoei.
Christian e Valentina eram meus meninos.
Meu olhar fica fixo no dela e posso ver o medo e a desilusão refletidos nele. Me levanto, com as bochechas molhadas pelas lágrimas, e me aproximo da menina.
Eles eram minha família e sabia que iria ter que lutar muito se quisesse fazer parte dela; inclusivamente, abandonar este caso.
Não iria lutar contra meus próprios filhos e a mulher que continuo amando mesmo depois de oito anos.
ANAID
Alex se aproxima de Valentina e minhas pernas tremem só de pensar na possibilidade dele magoar minha pequena. Tenho medo por ela.
Alex - Olá pequena. Como te chamas? - Olhei para ele em modo interrogatório tal como todos os que estavam naquela sala.
Vale - Chamo-me Valentina mas pode chamar-me de Vale. - Disse esticando sua pequena mãozinha para me cumprimentar. Agarro e a aperto, sentindo a ternura e a suavidade de sua pele quente contro a minha. - Minha mãe diz que não devo falar com os desconhecidos porque eles são feios e maus mas eu não acho que o senhor seja mau. Você é bonito. - Diz fazendo todos os presentes na sala gargalhar.
Meu irmão está notavelmente emocionado mas Aitana e eu já estamos de mãos dadas e chorando.
Alex ri tão emocionado quanto nós. Era incalculável a saudade que tive de ouvir sua linda risada descontraída e feliz. Minhas emoções estavam um verdadeiro turbilhão e milões de borboletas pareciam estar fechadas em meu estômagos lutando para sair.
Alex - Obrigada querida. Você também é linda, uma verdadeira princesa. Quantos anos têm a senhora? - Disse depois de aclarar a voz.
Vale - Tenho oito. - Disse mostrando oito dedinhos. - E eu não sou uma senhora. As senhoras são velhas e estão casadas. Eu sou linda e jovem como minha mamã. Nós somos senhoritas. - Disse com uma grande sorriso, olhando para mim.
Era incalculável o orgulho que sentia da minha menina. Tão pequena mas tão crescida.
Alex - Vale, a mamã contou-te porque vieste aqui? - Preguntou olhando em modo carinhoso para a filha.
Vale me olha com o medo refletido em seus olhinhos e eu apenas concordo com a cabeça.
Ana - Te amo. - Pronunciei em palavras silenciosas. Minha pequena entendeu minhas palavras e devolveu-mas.
Vale - A mamãe disse que precisava vir aqui contar para uns senhores sobre o meu problema para que os senhores maus não fechassem a casa onde mamã está cuidando dos meus amiguinhos.
Alex - A tua mamãe tem razão. Há uns senhores maus que não querem dar para vocês os remédios para ficarem bons. - Confessou, acalmando alguns dos meus medos.
Vale - Eles são maus. Eu não quero perder meus amigos nem a minha família. Eu os amo muito. - Disse um pequenas lágrimas deslizando por suas bochechas rosadas. - Minha prima Magui é minha heroína, ela conseguiu ficar boa e agora está a estudar para cuidar dos bebés. Eu também quero fazer os bebés ficarem bons.
Alex - Tenho a certeza que tu vais conseguir isso e muito mais. As princesas boas como tu conseguem tudo. - Disse tentando acalmar os medos da filha e limpando suas lágrimas com seus dedos compridos.
Vale - Conseguem tudo mesmo? - Preguntou entusiasmada.
Alex - Tudo mesmo e o que não conseguires podes pedir para mim que eu arranjo. - Disse no meio de uma gargalhada.
A pequena ficou um pouco em silêncio mas logo voltou a intervir.
Vale - Consegues arranjar um papa para mim? - Preguntou com a ilusão refletida em seus olhinhos. Toda a sala fica em silêncio aguardando uma resposta.
Senti o olhar de Alex cair sobre mim fazendo-me preguntas silenciosas mas eu apenas balancei a cabeça em sinal de negação.
Alex - Eu vou conversar com tua mamãe e vamos ver o que se consegue arranjar. - Disse fazendo minha abrir seu mais lindo sorriso. Um sorriso sincero, verdadeiro, cheio de emoção, carinho, felicidade e admiração.
Alex - Agora vou falar com aquele senhor e volto já. - Disse encarando o diretor do hospital que o olhava carrancudo e com reprovação.
Diretor do hospital - Senhor Juiz acho melhor adiar o veredicto final.
Alex - Senhor acho que não há nada para adiar. - Diz olhando para o juiz. - Todos os aqui presentes tiveram a oportunidade de ouvir a doce voz desta linda menina cheia de sonhos e ilusões. Acredito que não somos desumanos ao ponto de arrebatar tudo isso dela.
Pará para recuperar o fôlego e continua defendendo-nos. Defendendo a vida da filha.
Alex - É verdade que as sócias em questão cometeram um esquecimento - Confirma olhando fixo em meus olhos. - mas isso não prejudicou ninguém. O hospital tem o direito de desistir do acordo como fornecedor de medicinas mas acho que não temos o direito de roubar uma longa e feliz vida a todas estas crianças. - E logo encara o velho carrancudo que não está gostando do rumo da conversa. - Se o diretor de um hospital acha que tem o direito de matar dezenas de crianças apenas por capricho, então talvez não devesse estar em tal cargo. - Afirma confrontando-o. - O que a senhora Gonçalves fez foi apenas salvar a vida da filha tal como todos os aqui presentes fariam se sentissem que estão prestes a perder o próprio filho. - Diz confiante e suspira. - Apelo a vossa humanidade para defender estas famílias que estão precisando de apoio e não merecem mais uma barreira nas suas vidas. Obrigado.
Então, o que acharam? Muitas emoções? Acham que Alex finalmente abriu os olhos?
Deixem suas opiniões.
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Amar para Sempre
RomanceEla já não è mais uma menina assustada com medo do passado, agora è uma jovem mulher com muita força e que faria de tudo pelo bem estar de seus filhos. Ele è, hoje, um grande advogado com uma vida firme e com muitas mulheres passando por sua cama ma...