12 Capitulo - 2 Parte

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Tinha-se passado uma semana e não tinha voltado a ter notícias do pai dos meus filhos. Nos primeiros dias tive a esperança que suas palavras no tribunal fossem significativas mas mais uma vez me deixei iludir por suas mentiras e mais uma vez estava sofrendo por minha ignorância.

Matin e Isa tinham levado Chris e Vale brincar no parque e ao centro comercial para lancharem juntos. Com toda a certeza, Chris voltaria cheio de terra por jogar a bola com Martin e Vale chegaria com mais de vinte novas peças de roupa.

Martin e Isa estavam melhor que nunca. Ela trabalhava como psicóloga de uma escola superior e, ao mesmo tempo, ajudava na associação. Ele estava expandindo seu império no ramo da segurança informática, mais especificamente, os Softwares. Assim que concluíram seus cursos na universidade, se mudaram para uma casa só deles a poucos quarteirões da minha e Martin vivia insistindo que queria acrescentar um novo membro a família mas Isa sempre inventava uma desculpa. Ela é fantástica com as crianças, só ela não via isso.

Aproveitei a saída das crianças para organizar um pouco a casa. Era impossível ter um pouco de arrumação com dois terremotos destruindo tudo.

Minha casa tinha sido um presente de meu irmão. Quando as crianças completaram seu primeiro ano de vida, David achou por bem que tivéssemos um canto só nosso, por isso me ofereceu uma das construções de nossa mãe. Estava em um quarteirão sossegado e longe da confusão do centro mas ao mesmo tempo era uma autêntica mansão do relax.

Era a típica casa moderna em forma quadrada e rodeada de vegetação. Tinha cerca de 600m quadrados, 5 quartos e 5 quartos-de-banho e estava valorizada em cerca de dois milhões e meio de euros. O dinheiro não era tudo na vida mas ele podia oferecer-te tranquilidade, segurança, luxos...

Tinha um grande jardim onde as crianças brincavam por horas sem fim e eu podia relaxar lendo um bom livro na sombra das árvores ou relaxar no jacuzzi ou na piscina. Os muros eram quase todos em vidro o que nos permitia ter a luz solar durante todo o dia mas ao mesmo tempo fazia desesperar a Dona Maria, nossa empregada que já fazia parte da família. A pobre senhora idosa passava o dia com um pano na mão limpando cada vez que as crianças colocavam suas mãozinhas cheias de gordura nos vidros.

Insistia que não era necessário se preocupar com os vidros que mandaria uma empresa limpa-los mas ela sempre se negava dizendo:

D. Maria - Nem pensar nisso. Não quero desconhecidos perto dos nossos meninos. - Afirmava zangada e continuava limpando.

Maria tinha vivido connosco desde que nos mudamos e sempre me ajudou. Alimentou meus filhos e limpou minhas lágrimas nos momentos de maior tensão. Hoje era o dia da sua merecida folga por isso, fui colocar ordem nos quartos das crianças.

Estava tão distraída que não tinha ouvido o insistente toque da campainha. Me apressei a descer as escadas, abri a porta sem mesmo espreitar e fiquei em choque quando vi Alex a frente da minha casa.

Continuava lindo como sempre mas agora mais crescido; mais homem.

Ana - Olá Alex.

Alex - Olá Ana. Tens uma linda casa. - Disse olhando a sua volta.

Ana - Em que posso ajudar-te?

Alex - Gostaria de ver nossos filhos. - A palavra "nossos" fez meu estômago se comprimir.

Ana - Eles não estão em casa. Saíram com Martin e Isa e não acho prudente que te apresentes assim a porta de minha casa querendo aproximar-te dos meus filhos. - Ralhei.

Alex - Nossos filhos. - Me corrigiu. - Ana, quero conhece-los. Por favor não me afastes mais deles. - Suplicou. - Sei que errei mas são meus filhos e já os amo. - Vi a humidade em seus olhos fazendo-os brilhar.

Ana - Alex entende que não posso arriscar a que destruas o coraçãozinho dos meus filhos quando decidires que tens coisas melhores que fazer do que brincar de casinha e os abandonares tal como...

Alex - Tal como fiz contigo. - Disse antes de deixar-me acabar de completar a frase.

Baixei a cabeça tentando ocultar o medo e a insegurança mas ele levantou meu queixo com seus grossos dedos.

Alex - Ana, eu não vou para nenhum lado. Meu sítio é aqui. - Disse apontando para minha casa e ao mesmo tempo colocando sua mão em meu coração. - Vou fazer o que seja necessário para vos ter de volta. - A coragem e a segurança em sua voz era algo nunca visto antes e isso me assustou.

Ana - Se quiseres, podes voltar amanhã para visita-los. Chris já sabe.

Alex - Obrigado Ana. Prometo que não te vais arrepender.

Ana - Não faças promessas que não irás cumprir.

Alex - Desta vez vai ser diferente.

Ana - Talvez. - Disse, sem acreditar muito em suas palavras. - Acho melhor ires embora. Eles provavelmente só vão voltar amanhã e eu tenho um compromisso daqui a pouco. - Disse olhando para o relógio em meu pulso.

Alex - Um encontro? - Preguntou levantando a sobrancelha em sinal de admiração.

Ana - Sim. - Vi seu sorriso murchar e a luz em seus olhos apagar-se. Ficou incomodado e o ciúme era quase palpável.

Alex - Bom, volto amanhã para passar um tempo com eles. - Concluiu e começou a ir embora.

Ana - Até amanhã Alex.

Alex - Adeus Ana. - Quase tive compaixão ao ver o peso da tristeza em seu olhar.

Fechei a porta e me deixei cair.

Se em algum momento em estes oito anos achei que tinha conseguido tirar Alex de meu coração, estava muito enganada. A chama continuava a arder dentro de mim.

O sentimento continuava lá. Impregnado no fundo do meu coração.

Logo a seguir foi Jack a bate a porta.





Porque Jack está de volta?


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Amar para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora