A assistente social dirige com cautela, enquanto as gotas de chuva caem sobre o carro. Forks era completamente deprimente. Um cenário nublado e chuvoso.
Era péssimo, mas ainda sim melhor que a prisão ou um centro de reabilitação. Era melhor que estar com ele.
Dedilho o vidro e meus dedos queimados brincam com as gotas. Era estranho estar sobrea, estar consciente da realidade era novo para mim. Eu queria dar o meu melhor, queria ser uma pessoa boa. Mas as circunstâncias me trouxeram aqui, uma cadela drogada e que agora seria problema para uma senhora de idade.
Desperto dos meus pensamentos, quando o carro para em frente a uma casa. Era o clássico padrão americano, nada luxuoso mas ainda sim confortável.
Abro a porta e puxo minha única bolsa comigo. A assistente também sai do carro e tenta se proteger da chuva com sua pasta.
Caminhamos até a porta principal e antes de tocar a campainha a mesma se abre.
Minha vó me abraça chorando, me deixando sem reação. Tento retribuir, um pouco desajeitada, mas não estava acostumada com contatos físicos assim. A pequena senhora se afasta do abraço e puxa meu rosto para encher ele de beijos.
- Minha querida, é tão bom te ver.- Ela diz voltando a me abraçar.
Olho para a assistente e a mesma me encoraja a retribuir.
- Eu também adorei ver a senhora vó.- Falo finalmente e me abaixo para abraçar ela melhor.
Após alguns minutos, entramos na casa e minha avó pega minha bolsa. Tento relutar, mas ela é muito rápida e ágil para uma idosa.
Observo ao redor e tudo era bem bonitinho, organizado e com cara de antigo. Me sento numa poltrona e logo minha avó retorna. Ela tinha alguns biscoitos consigo.
- Fiz para você.- Ela diz e me estende.
Agradeço ela e um sorriso brota em seu rosto.
Ela e a assistente terminam de acertar algumas documentações, enquanto eu como os biscoitos. Eles estavam divinos e me faziam querer mais deles.
- Bom senhorita Davis, segunda-feira, no caso amanhã de manhã começam as aulas. Aqui estão seus horários, lembrando que irei acompanhá-la semanalmente e caso note algo de errado a senhorita volta com sua condicional.- Ela diz calmamente e me entrega vários papeis escolares.
Olho os papéis com cautela e volto meu olhar para ela.
- Compreendo senhorita Clark, agradeço a sua ajuda.- Falo e ela sorri.
- Aqui é o seu recomeço querida, espero que consiga lidar com tudo. Uma vez por semana terá uma psicóloga para te ajudar com as mudanças.- Ela diz e toca meus ombros.
Após a saída da assistente social, minha avó me leva até meu quarto e me deixa sozinha. O quarto era simples e aconchegante. Não tinha nada demais, afinal nem eu mesma sabia do que eu gostava atualmente.
Jogo minha bolsa sobre o chão e me jogo na cama perfeitamente arrumada. O edredom cheirava tão bem, que acabo me enrolando nele, para que o cheiro se impregne em minhas roupas.
Eu não sabia como iria sobreviver aqui, ainda mais estando apenas a um mês longe das drogas. Mas precisava tentar e precisava de uma nova página em minha vida.
Acabo adormecendo sem perceber e acordo com leves batidas em minha porta.
- Querida não se atrase para a aula.- Vovó fala pelo outro lado da porta e suspiro.
Eu tinha que enfrentar a escola hoje, mas não me sentia bem para isso, pois, minha aparência era deplorável. A magreza extrema, era a maior cicatriz que as drogas haviam deixado. Os olhos fundos, lábios ressecados e cabelos sem brilho. Eu era patricamente uma morta viva.
Mas as palavras da assistente social, brincam em meus pensamentos e levanto na mesma hora. Não poderia perder essa oportunidade de ser livre. Pego a primeira coisa que acho em minha bolsa e corro até o banheiro. Vovó havia deixado meus itens de higiene separados e arrumados no banheiro.
Tomo um banho rápido e me arrumo com uma agilidade que nem mesmo eu sabia que tinha. Após ficar pronta, amarro meus cabelos em um rabo de cavalo e vou em direção ao andar debaixo. Assim que chego, vovó sorri para mim e me serve um prato de panquecas assim que me sento.
- Obrigada vovó.- Falo sincera e ela beija o topo de minha cabeça.
- Não precisa agradecer meu amor, você passou por muita coisa e tudo que eu puder fazer por você, eu farei.- Ela diz e dessa vez eu a abraço.
- Sem a senhora eu estaria perdida.- Falo e escuto ela começar a chorar.
- Sabe meu bem, eu queria poder ter visto antes o mal que ele te fez. Quando sua mãe desapareceu, não fiz questão de brigar por sua guarda, mas olha tudo que aconteceu? Ele te destruiu e agora eu quero colar pedaço por pedaço para lhe ver feliz.- Ela fala chorosa e eu a abraço mais forte.
Ela não tinha culpa, do monstro que meu pai era. Minha avó se afasta do abraço e sai do cômodo me deixando confusa. Depois de poucos minutos ela retorna com uma mochila e uma caixinha de presente.
- O que é isso vó?- Pergunto curiosa e um sorriso surje em seu rosto triste.
Ela me entrega primeiro a mochila e a pego com carinho. Assim que abro o zíper, vejo que ela havia comprado todo o meu material. Eu não ia precisar usar o antigo. Olho para ela sorrindo e pego sua mão livre.
- Obrigada vovó, eu jamais vou conseguir pagar por isso.- Falo e ela ri me entregando a caixinha.
- Jamais vai precisar pagar Emy, estando aqui ao meu lado em segurança já é o suficiente. Vá em frente e abra.- Ela diz e começo a rasgar o embrulho.
Era um celular e fones de ouvido. Meu Deus, vovó havia gastado muito dinheiro. Não era um de última geração, mas era sem sombra de dúvidas melhor que o meu antigo.
Olho para ela e me levanto a abraçando.Ela era pequena comparada a mim, então quando a abracei, seu corpo sumia debaixo do meu. Beijo o topo de seus cabelos grisalhos e afago os mesmo com a mão livre. Eu não era muito carinhosa, mas ao ver tudo que ela tinha feito, era o mínimo que conseguia oferecer em sinal de gratidão.
- Vamos querida, tenho mais um presente.- Ela diz e me afasto do abraço.
Pego as últimas panquecas, junto com minha mochila e celular novo. Saímos pela porta e vejo uma bicicleta com um laço vermelho.
- Queria poder lhe dar um carro, mas não consegui, espero que goste.- Ela diz tímida e eu sorrio.
- Tá brincando? Eu amei vovó, muito obrigada.- Falo e ela sorri satisfeita.
- Hoje vou te levar para a escola, mas amanhã consegue ir sozinha. Quero que tenha o máximo de autonomia, pois sei que aqui você será feliz.- Ela diz e eu a abraço.
Após nos separarmos, ela pega a chave de seu velho toyota azul e vamos até a escola.
No caminho até lá, conversamos muito sobre como seria e vovó deixou algumas regras estabelecidas. Das quais, não reclamei de nenhuma. Eram simples e básicas de se seguir, para manter a boa convivência.
Eu realmente tentaria meu máximo, para ser a melhor pessoa possível e jamais decepcionar ela. Por mais que minha vida tenha sido ruim, não poderia jogar minhas frustrações nela.
Notinhas: Oii gente, gostaria de agradecer se leu até aqui. Também gostaria de pedir para me dar sua opinião e um Vitinho caso tenha gostado. Um beijão no coração 👄❤️✨
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Be Mine- Jasper Hale
FanfictionForks já não se lembrava da existência dos Cullen. Novas famílias haviam se formado e anos haviam se passado. A cidade era como uma folha em branco, pronta para escrever um novo capítulo. Um território perfeito para a família de vampiros, começar t...