DEZ, pt.2: O que sacrificamos.

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#EleGostaDisso

— Com qual roupa eu devo ir? — Eu ouço Jimin perguntar, talvez para si mesmo, analisando o guarda-roupa. — Eu não tenho roupa!

Solto um suspiro cansado, sentado na cama, já devidamente tomado banho, vestido e perfumado enquanto Jimin continua somente de cueca, indeciso sobre o que usar.

— O que você mais tem aí é roupa, Jimin. Vamos apenas sair para jantar! — Esfrego a testa, começando a ficar impaciente. — Já são oito e meia. Se você ficar enrolando, não vai dar tempo.

Jimin me olha com as sobrancelhas franzidas dando ênfase à sua expressão chateada, mas ela é rapidamente substituída por um sorriso malandro quando seu olhar desce para o meu corpo.

Ele se aproxima com poucos, afastando alguns fios de cabelo da minha testa.

— Você está muito gostoso com essa jaqueta de couro — E diz, sentando sobre as minhas coxas antes de cheirar meu pescoço, sem que eu espere por isso.

— Jimin.

— E está tão cheirosinho também...

Eu quase me praguejo por sentir meu corpo arrepiar apenas com isso, apertando sua cintura com minhas mãos para repreendê-lo de uma forma que, na verdade, ele parece gostar.

— Vá se arrumar — Ordeno, vendo que ele não está ligando nem um pouco para a minha chateação quando aperta minhas bochechas com uma só mão, distribuindo beijos molhados por todo o meu rosto.

Jimin me ignora completamente, fazendo minha mão escorrer até sua bunda quando empina sobre mim, então eu travo o maxilar e deixo um tapa forte em uma de suas bandas, que o faz ter um sobressalto e gritar, assustado.

— Se você não levantar e começar a se arrumar agora, não iremos mais sair. Te dou meia hora para ficar pronto. — Aviso, erguendo-o pela cintura com facilidade antes de me levantar também, já caminhando para fora do quarto.

Gostar e ficar afetado com as provocações dele é inevitável. Mesmo que fora de hora, Jimin consegue me fazer render facilmente, mas ficar excitado não é o que eu preciso agora.

— Então tá! — Ele grita novamente, e eu tenho que me segurar para manter minha postura quando fecho a porta às minhas costas.

Pouco menos de trinta minutos depois, Jimin está pronto. Ele sai do quarto com uma blusa branca de gola alta, uma calça preta apertada delineando suas coxas e uma bota social com salto. Seu pescoço carrega uma corrente de prata e suas orelhas e anéis estão caprichadas de acessórios.

Eu não consigo deixar de notar a maquiagem leve em seus olhos e o blush artificial em suas bochechas, que infelizmente perderam o mesmo volume de antes graças a má alimentação dele nos últimos dias.

— Caralho — Um xingamento é a única coisa que consegue expressar meus pensamentos agora.

— Não diga nada — Ele me interrompe, erguendo a mão dramaticamente enquanto caminha até a mesa de centro, onde a mesma bolsinha de mais cedo está. — Estou de greve.

— Greve de quê? — Questiono, confuso de verdade.

Eu me levanto do sofá, guardando o celular no bolso frontal da calça antes de caminhar até ele. Jimin foge de mim, apressando o passo para dar a volta na mesa, e eu me apresso para ir até ele novamente.

Com isso, nós acabamos dando três voltas ao redor da mesa até eu conseguir agarrar sua cintura e puxar seu corpo contra o meu, ouvindo uma risada curta escapar de sua garganta pelas cócegas que meus dedos fazem ao tocarem nele.

ELE É AMIGO DA MINHA MULHER • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora