XIV. Rastro vermelho e quente

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제 십사

-10°C

dez graus negativos


Jimin não se lembrava de ter ido dormir, mas ele acordou e percebeu que apagou no chão de seu quarto, escolhido contra a porta. Já tinha escurecido e a noite parecia absurdamente escura pela janela de cortinas abertas. Ele puxou o celular de dentro do bolso do casaco para verificar as horas e percebeu que estava tocando, uma chamada muda em espera.

— Alô? — Jimin sentou contra a porta, esfregando os olhos inchados.

Ele desejou ouvir a voz de Jungkook do outro lado, mas só então se deu conta do que tinha acontecido, aquilo que o fez dormir para tentar esquecer: Jungkook tinha ido embora. Tinha escolhido deixá-lo.

— A-ha! Finalmente, bela adormecida! Achei que você tinha desistido do plano! — Taehyung protestou do outro lado, o puxando de volta à realidade.

Jimin tirou o celular do ouvido para olhar o relógio na barra superior da tela e viu que já eram onze da noite.

— Droga! Desculpa o atraso, é que... — ele engasgou com a garganta apertada. — Eu apaguei de tão estressado. O Jungkook, ele... — Outro suspiro trêmulo escapou. — A gente brigou, ele terminou comigo e então foi embora. Eu odeio ele. Eu odeio tanto ele, Tae.

Sua voz tremeu no final, beirando o choro. Aquilo não era verdade, mas ele tentava se convencer de que era capaz de controlar o que sentia.

— Ah, Jiminie... Foi por causa do plano?

— Eu não sei... ele não me conta nada, essa é a pior coisa.

Jimin soluçou e fungou. Taehyung esperou até ele se recompor.

— Ainda quer fazer isso? — Tae perguntou com a voz baixa.

Ouvindo a tristeza na voz do melhor amigo, foi que Jimin percebeu o quanto estava sendo egoísta. Aquilo não era para ser sobre ele. Não aquela noite. Yoongi era o mais importante. E eles eram os únicos que podiam resgatá-lo.

— O quê? Claro que sim! — Jimin se levantou depressa para se arrumar com botas mais grossas e um par de luvas. Ele fungou uma última vez, engolindo o choro. — Pode me buscar aqui? Estou sem a caminhonete. Eu vou sair pela janela para o meu pai não ouvir e te encontro naquele ponto de ônibus perto daqui, tudo bem?

Assim que ele entrou no carro de Taehyung, quinze minutos depois, eles pegaram o contorno da estrada e voltaram até o casarão dos Kim, perto do centro de Busan. Enquanto entravam furtivos na sala de armas do Senhor Kim, tateando no escuro por entre aquele monte de animais empalhados sem vida, Jimin tentou afastar o tremor nos ossos e se concentrar para passar o plano completo:

— Primeiro precisamos de dardos tranquilizadores. O máximo que conseguirmos levar. E então pegue um monte daqueles sedativos que os caçadores costumam colocar em pedaços de comida nas armadilhas da floresta. Por último uma corda grande, uma rede forte, e claro, um rifle com munição de verdade. Ou melhor... dois rifles.

Taehyung parou no meio da tarefa de abrir o armário de vidro onde ficavam os sedativos e olhou para Jimin, seus olhos brilhando no escuro.

— Por Deus, Jimin... Tem certeza do que a gente vai fazer?

Jimin passou na frente, impaciente em esperar mais tempo e começou a enfiar tudo dentro da mochila.

— Confia em mim. Eu já estive lá. Com os equipamentos certos, a gente dá conta.

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⏰ Última atualização: May 29, 2023 ⏰

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O Lobo na Sombra [JIKOOK]Onde histórias criam vida. Descubra agora