hellish neighbor - sunki

10 - narração 🔊

A semana não passou rápido, pelo contrário, passou tão lenta que parecia um carro enguiçando, que vai diminuindo a velocidade de certa forma, até parar de vez. Então era notório que todo cidadão que folgaria devia estar ansioso pro fim de semana, para ter a esperada folga, o esperado descanso onde podiam sair ou sozinho ou com os amigos mais agradáveis, mudar a rotina, dormir mais, fazer algum passatempo para descansar a cabeça, ou só fazer algo fora dos trabalhos cansativos. Era um dia que podiam respirar fundo.

Niki e Sunoo, eram dois idiotas um com o outro, não se esbarravam muito pelos corredores do apartamento, pelo que parecia os dois faziam as coisas em horários diferentes, mas não anulava os últimos três dias, ainda se implicavam, tudo poucas vezes, menos que imaginavam que seria, mas a implicância sempre estava presente de alguma forma, era por mensagens, era por post its, bateria, som — que ultimamente as músicas mas para o estilo do Niki era mais agradáveis e não passava de meia noite, mas Sunoo nunca admitiria aquela agora —, aquele corredor parecia um manicômio, curioso que parecia que nenhum vizinho ligava de fato, só uma vez que uma vizinha que ninava seu bebê, abriu a porta e reclamou com os dois que estavam no corredor discutindo sobre as cartas trocadas;

Tudo era em alguns horários específicos, às vezes enchiam a cabeça dos amiguinhos com reclamação à toa já que eles achavam engraçados e faziam piadas sobre toda situação, algumas das vezes, gradativamente os tinham uma mensagem ou outra normal pelo direct. Isso tudo em meia semana, não sabia se parecia pouco, se parecia muito, mas já estava rotineiro, as implicâncias faziam parte do dia a dia.

Porém ainda não eram os tipos de vizinho que se cumprimentavam pela manhã (e talvez nunca fossem), o que era engraçado, porque Sunoo dava bom dia, boa tarde, boa noite e oi para todos que esbarrava, até para o porteiro, trocava até assuntos quando entrava no elevador com alguém, mas quando se tratava de Niki...Era um nariz em pé, torcia logo a cara como se tivessem oferecendo alguma coisa que não gostasse;

Se implicavam, se xingavam, se chamavam de malucos vez ou outra quando se esbarravam. Eram sim dois imaturos para caralho, ao ponto de que na hora de pegar suas respectivas correspondência torcerem para não se verem.

Sunoo sentia algo queimar dentro de si surrealmente, só de ver Niki dar algum sorriso irônico ou o provocando, logo gerava certa vontade de socar ele ou só um desejo que crescia em si, queimava seu peito e ele não queria, Niki não era diferente em relação a isso.

Como na quinta, quinta era dia de correspondências no prédio, uma das correspondências de Sunoo acabou na caixa de Niki e uma de Niki na caixa de Sunoo, uma situação de confusão bem comum, podiam só um devolver pro outro normalmente, mas Niki fez questão que erguer as mãos o mais alto que conseguia segurando a correspondência do garoto. E para não ter que pedir de novo, Sunoo só trancou a correspondência trocada na sua caixa e cruzou o braço esperando pacientemente seu papel. Eram essas coisas assim que deixava os dois aos nervos; Foi até por isso que voltaram discutindo e levaram bronca da mulher que ninava o bebê, mas agora esse assunto eles nem se lembravam mais .

Na sexta, Sunoo ficou até tarde na faculdade por conta da aula de projetos, chegou exausto, dando tempo só de se jogar no sofá, quase errando e caindo no chão, se decidia se tomava banho ou fazia comida (como em todos os dias). Decidiu que terminaria seu quadro para aula de artes, tinha que entregar logo, e para isso precisava ajeitar o borrado que acabou fazendo efeito graças à Niki que atrapalhou sua concentração, não sabia se por pensar nele na hora mas a culpa era dele por ter sido no dia que ele dava uma festa.

Mas de mais a mais, sexta tinha sido o dia mais normal na rotina dos dois, sem briga, única briga que teve, foi uma implicância sem motivo no direct, apenas isso. O que foi ótimo foi um dia mais calmo, já que na manhã de sábado Sunoo estava ao corre corre, com tudo dando errado. Por isso achava que tinha sido um dia calmo só para o preparar para a merda que seria o sábado.