ACORDEI EM plena madrugada, completamente desnorteada. Estava suada e meu quarto mergulhado em escuridão. De repente, ouvi passos. Reuni toda a minha coragem e saí do quarto. Seguindo os passos, deparei-me com aquela mesma sala que abrigava apenas um guarda-roupa.
A porta estava entreaberta, e um vento misterioso soprava de dentro do guarda-roupa, algo que achei muito estranho, mas preferi não comentar. Após um momento de reflexão, concluí que o melhor a fazer seria entrar no guarda-roupa e dar uma olhadinha.
Respirei fundo e, com toda a minha coragem, abri o guarda-roupa e entrei. Deixei a porta levemente aberta, pois, graças a Deus, eu tenho raciocínio. Comecei a andar e então me deparei com... folhas? Sim, era exatamente isso. De repente, eu estava em uma floresta coberta de neve. Essa floresta... era real.
Tudo era real. O que eu pensava serem apenas sonhos, eram reais. Uma sensação de alívio tomou conta de mim. Olhei em volta e percebi que a floresta não era a mesma de antes. As árvores pareciam tristes, tudo exalava melancolia.
Sem perceber, lágrimas incrivelmente geladas já escorriam pelo meu rosto. Foi então que me dei conta de que aquela parte que faltava em mim, agora se fazia presente. Eu finalmente havia voltado para casa, para o lugar que nunca desejei deixar.
— Amélie?
— Lúcia? Então os passos que ouvi eram seus — disse, enxugando rapidamente as lágrimas.
— Desculpe, Mel, não queria ter te acordado. Mas pelo menos agora você sabe que é real o que eu disse. E agora pode me ajudar a convencer meus irmãos.
— Pequena Lúcia, quero que saiba que jamais duvidei de sua palavra. Pelo contrário, sempre soube que isso era real. Afinal, já estive aqui antes.
Eu hesitava em contar a Lúcia que já estivera aqui antes, mas não julgue. Nem eu sabia como reagir a esses acontecimentos.
— Imagino que não esteja pronta para falar sobre isso agora, mas quando estiver, podemos conversar por horas — a garotinha a olhava com compaixão e sorria gentilmente para a ruiva. — Agora me diga, gostaria de visitar um certo fauno?
— Claro, Luci. Eu adoraria.
Então, as duas seguiram o caminho até a casa do fauno, sem se dar conta do garoto moreno que agora gritava seus nomes lá atrás.
À medida que Amélie e Lúcia se aproximavam da morada do fauno, a floresta parecia sussurrar histórias antigas, como se cada árvore guardasse segredos milenares. O caminho estava coberto por uma camada de neve que brilhava sob a luz fraca que se infiltrava entre os galhos.
Finalmente, chegaram a uma clareira onde a casa do fauno se erguia, feita de pedra e madeira, com uma porta arqueada convidativa. Uma fumaça doce e perfumada saía da chaminé, misturando-se com o ar frio da floresta.
O fauno os recebeu com um sorriso caloroso que iluminava seu rosto amigável. Seus olhos brilhavam com uma sabedoria antiga, e seus chifres se entrelaçavam com a luz como se fossem feitos de ouro puro. Ele as convidou para entrar, e a casa se revelou aconchegante e cheia de encantos. Livros antigos, fotográficas que guardavam memórias verdadeiramente mágicas adornavam o espaço.
— Bem-vindas, é bom vê-la novamente, Lúcia. — disse o fauno com uma voz que parecia uma melodia. — Vejo que desta vez trouxe uma amiga.
Amélie e Lúcia trocaram olhares cúmplices.
🦁๋࣭ ⭑𐙚
APÓS UM longo período na casa do fauno, Amélie decidiu que era hora de voltar para seus irmãos. Ela não queria partir, mas sabia que era necessário; não podia deixar seus irmãos preocupados, afinal, elas haviam saído sem avisar.
Lúcia e Amélie se despediram do fauno e então correram até o lampião, pois já era tarde e os espiões da Feiticeira Branca poderiam estar à espreita.
Porém, ao chegarem ao local pretendido, surpreenderam-se ao encontrar Edmundo ali.
— Edmundo? O que faz aqui? — Amélie exigiu saber.
— Bem... Eu segui você e Lúcia!
— Acho melhor irmos e conversarmos sobre isso em casa - disse a garota, e eu concordei.
Depois de entrarmos no guarda-roupa, estávamos na sala vazia novamente. Lúcia correu para falar com seus irmãos.
Agora estávamos no quarto dos meninos, e eu estava sentada na cama de Pedro, que estava ao meu lado.
— Por que não acreditam em nós? Estamos dizendo a verdade. E Edmundo também esteve lá, diga a eles, Ed. — todos os olhares se voltaram para mim e Edmundo, que me olhava assustado.
Percebi Edmundo olhando para minha irmã, e ela também o encarava. Oliver notou também e colocou uma mão no ombro da pequena, encarando o garoto com um olhar severo.
— Desculpe, eu e Amélie estávamos brincando com Lúcia e acabamos exagerando, sabem como é, né? Crianças não sabem a hora de parar de fingir — Edmundo finalmente falou, mas sinceramente, teria sido melhor se ele tivesse permanecido calado.
— Se quer mentir, faça-o. Mas não me envolva nisso — eu disse, saindo do quarto e indo para o meu, certamente furiosa.
Minha cabeça doía um pouco, mas também me sentia mal, imaginando como Lúcia estava se sentindo. Estou em um turbilhão de emoções em relação a Edmundo e Pedro. Em relação a Edmundo, sinto uma mistura de frustração e decepção. O vejo como alguém que age impulsivamente e que, por pensar apenas em si mesmo, acaba prejudicando os outros. A atitude de Edmundo de negar a realidade da floresta e de sua experiência lá, especialmente na frente de Lúcia, me deixa furiosa e magoada, pois sei o quanto isso pode afetar a pequena.
Quanto a Pedro, sinto uma espécie de desilusão. Não entendo como Pedro, sendo o mais velho e alguém que deveria ser mais responsável, não consegue ver as verdadeiras cores de Edmundo. Me encontro desapontada com a falta de percepção de Pedro e sua incapacidade de reconhecer a verdade, mesmo quando ela está bem diante de seus olhos.
𝒩𝑂𝑇𝐴𝑆 𝐷𝐴 𝒜𝑈𝑇𝑂𝑅𝐴. ִֶָ𓂃 ࣪˖ ִֶָ🐇་༘࿐
📜 = Vocês não tem noção da raiva que eu passo com o Oliver! As vezes, dá uma vontade de remover ele da fic, mas aí lembro do plot....
📜 = Bom, aqui temos nossa Amélie em Nárnia depois de muito tempo!! O que acharam? E sem contar da querida decepcionada com o namoradinho....
📜 = Enfim, lembre-se de deixar o seu voto e, se possível, comentar!
ℬeijinhos da Lily e até o próximo capítulo!♥︎
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𝑶𝑺 𝑫𝑬𝑺𝑻𝑰𝑵𝑨𝑫𝑶𝑺. ᴬˢ ᶜᴿᴼ̂ᴺᴵᶜᴬˢ ᴰᴱ ᴺᴬ́ᴿᴺᴵᴬ
Fanfiction⋆ ࣪. ୧ 𝑂𝑆 𝐷𝐸𝑆𝑇𝐼𝑁𝐴𝐷𝑂𝑆 ୨ ִ ۫ ⁎ . ᴀs ᴄʀᴏ̂ɴɪᴄᴀs ᴅᴇ ɴᴀ́ʀɴɪᴀ 🦁 ❛ 𝐎 𝐌𝐀𝐔 será bem quando Aslam chegar. Ao seu rugido a dor fugirá. Nos seus dentes o inverno morrerá. Em sua juba, a primavera há de voltar. ❜ 𝐐𝐔𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐎𝐒 irmãos Peve...