𝑺𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝒂𝒐 𝒔𝒆𝒖 𝒍𝒂𝒅𝒐 - 𝑺𝒐𝒎𝒃𝒓𝒂 𝒆 𝑶𝒔𝒔𝒐𝒔

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Música:
Starry Night (piano)
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Estava correndo pelo pequeno Palácio até os aposentados de Baghra, ignorando todos os olhares curiosos e confusos.

Sempre que tenho um problema, corro para para Baghra e agora não é diferente. Talvez seja por ela ter sido praticamente uma mãe para mim, quando fui mandada para o Pequeno Palácio para ser treinada como uma Grisha.

Desde então, nunca mais vi minha família de verdade. Mas não me importo. Eles tentaram me vender antes dos enviados do rei me achar.

Desde então fui criada por Baghra, por meu poder ser único e muito poderoso, igual ao dela e do Darkling. Meu poder é básico controlar a terra, plantas, flores e tudo ligado a isso. Por isso me tornei tão importante, me tornando a segunda no comando do segundo exército.

Subo os poucos e únicos degraus e bato, desesperadamente, na porta de seu pequeno chalé. Continuo a bater até que Baghra abre a porta.

- O que foi, menina tola? Não seria melhor arrancar a porta de uma vez? - Ela diz no seu tom abitual.
- Eles querem me casar com ele! - Digo tudo de uma vez, fazendo ela ficar confusa.
- Eles o que? Diga devagar, menina! - Entro no chalé sem esperar ela me chame e sinto o cheiro de chá.

Ela entra e pega a chaleira, colocando um pouco em duas xícaras. Tomo a liberdade e me sento em uma das cadeiras. Sinto o calor irradiar da lareira, que Baghra deixa acesa mesmo nos dias mais quentes de Os Alta. Depois que Baghra se senta, respiro fundo e volto a falar.

- Eles querem me casar com ele.
- Ele quem?
- Darkling. - Ela levanta o olhar e suspira, colocando mais um pouco de chá na sua xícara.
- Preciso que me ajude a tirar essa ideia maluca da cabeça do rei.
- Sabe que eu não tenho permissão para chegar no rei quando eu quero e muito menos influência o suficiente. E mesmo que tivesse, não acho que o rei vá mudar de ideia.
- Mas ele precisa.

Nunca me passou pela cabeça o Darkling como esposo, mas pensar nessa ideia me dá enjoo. Nós nos conhecemos quando ele veio para cá, já adolescente. Ele foi descoberto e trazido para ser treinado pela Baghra, então crescemos juntos. Ele era mais velho do que eu alguns anos e sempre me tratou como irmã mais nova, ou seja, como se eu fosse uma pirralha irritante. Ele implicou comigo desde o momento em que me conheceu, por motivo, basicamente, nenhum, afinal, nunca fiz nada a ele. E depois nós acabamos nos acostumando um com o outro. Mas as brigas nunca pararam.

- O rei disse que nossos descendentes seriam os mais poderosos.
- Ele está certo.
- Baghra!
- Mas é verdade, menina. O que me impressiona é que ele teve essa ideia. Provavelmente alguém está por trás. - Bufo, achando aquilo irritante.
- Não importa. Ele seguiu o conselho, e como já atingi a maior idade, ele acha que devo noivar. Ele até disse que eu poderia casar com Vasily, se ele já não estivesse pretensão de se casar com uma das filhas de um general! - digo me levantando e batendo na mesa.

Baghra, não se contendo, cospe o chá e ri. - Não ria! Isso é sério! - digo voltando a me sentar. - Ele até sugeriu eu me casar com o Nikolai, mas disse que ele estava muito focado em seus estudos.
- E tenho certeza que você disse que não se importava e iria com ele a onde ele fosse. - olho para Baghra e vejo um meio sorriso no seu rosto, acompanhando um olhar esperto.
- Esqueça isso. Essa paixão é coisa do passado. Faz anos que não nos vemos e de qualquer forma, mesmo que o rei quisesse, ele provavelmente ainda iria querer alguns filhos meus com o Darkling- digo fazendo uma careta.
- Bom, provavelmente você daria um jeito até lá.
- Óbvio! Nem que precisasse castrar o Darkling. - digo séria olhando para ela.
Logo depois caímos na risada.