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Música:
Copycat
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- Bem... - Darkling diz e começa a contar tudo.

[...]

Estava dormindo. Não parecia ser a minha cama. Era desconfortável e tinha um terrível cheiro de mofo. Não havia nada apoiando minha cabeça e o cobertor era fino. Escuto a porta abrir. Me movimento, desconfortável na cama. Sinto alguém me puxar com força. Abro meus olhos e vejo um homem.

- Já chega! O preço que eu vendi ela para aquele senhor é o mais alto até agora!

Meus olhos começam a lacrimejar e eu tento sair dos seus braços, sem sucesso.

- Me solte. - ordeno, mas sai parecendo mais uma súplica.

- Shuuu. Tá tudo bem, Bloom. É só um sonho ruim. - escuto alguém falar, mas sei que não faz parte do meu sonho. - Você precisa acordar.

Então eu acordo. Me sento na cama no reflexo e olho ao redor do quarto. Está escuro, mas meu abajur não me deixa totalmente no breu. Passo a mão na testa e vejo que estava suando frio. Coloco os pés para fora da cama. Me levanto e abro a cortina, revelando o sol nascendo aos poucos no horizonte.

Vou até meu banheiro e pego a minha roupa de luta. Era uma blusa de manga comprida branca e uma calça branca, acompanhada por um cuturno especial feito pelos fabricadores, também branco. Faço um rabo de cavalo e saio do quarto sem fazer barulho. Passo pelos fundos, a última coisa que eu quero é acordar o Darkling e dar de cara com ele.

Passo pelos corredores e vejo apenas alguns guardas, que fazem reverências quando eu passo. Ando até chegar no campo de treinamento e começo a correr.

Correr sempre me ajudou a desestresar e me ajudava depois desses pesadelos. Sim, eles são frequentes. Não tão frequentes, já que eu descobri uma maneira de não sonhar com nada. Eu apenas fico o máximo de cansada que eu consigo e vou dormir. Dormo como uma pedra e não tenho esses sonhos. Infelizmente, eles às vezes ainda conseguem perturbar o meu sono, mesmo assim.

E sempre são as mesmas coisas: ou é um homem me batendo ou é esse mesmo homem me levando para ser vendida. Homem não, monstro. Um monstro que eu era obrigada a chamar de pai.

Mas de um tempo para cá, alguém parece estar me acordando. No começo pensei que fosse minha imaginação, mas quando começou a ser frequente, percebi que era mais do que isso. Mas todas as vezes que eu acordava, não havia ninguém.

E bom, as únicas pessoas que sabem são a Baghra, que descobriu enquanto eu ainda era nova e estava sendo treinada por ela, e Genya, que dormiu comigo uma vez e ficou assustada quando me viu tendo pesadelos e acabou descobrindo. Eu gosto de pensar que é o meu próprio subconsciente me acordando, porque se não for isso, eu provavelmente teria problemas maiores.

Eu paro de correr e olho ao redor, respirando fundo e sentindo os primeiros raios de sol baterem na minha pele. Ando até a porta da Baghra e bato.

- Entre. - Escuto alguém disser. Abro a porta e sinto o calor surgir. Baghra e sua lareira acessa como sempre. - Veio cedo hoje. - Ela diz, colocando duas xícaras de chá, enquanto eu me sento ao seu lado.
- Eu estarei muito ocupada hoje.
- O Darkling me disse. Uma conjuradora do sol, em?
- Nem me fale. Mas com certeza isso vai nos ajudar com muitas coisas, em relação à dobra. - Falo e tomo meu chá, enquanto Baghra meche nas suas coisas em silêncio. - O que foi? Conheço quando você tem algo a dizer.
- Nada. - Baghra diz - Só fico me perguntando se isso realmente vai ajudar.
- Isso é porque você não viu o que nós vimos, Baghra! Ela poderia nos levar através do Não Mar em segurança! - Baghra me olha de um forma estranha, mas depois concorda.
- Ela vai vir treinar comigo nos próximos dias. Depois disso, eu poderia acreditar que você tem razão. - Reviro os olhos sorrindo e me levanto.

𝑺𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝒂𝒐 𝒔𝒆𝒖 𝒍𝒂𝒅𝒐 - 𝑺𝒐𝒎𝒃𝒓𝒂 𝒆 𝑶𝒔𝒔𝒐𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora