Capítulo 12

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1976

Charlotte

O Natal nos Potter foi incrível.

Meu pai não se importou em me deixar ficar quando soube que eu estava com Sirius, o único Black de quem realmente gostava. Acabei não contando a ele sobre minha briga com Regulus, porque estava evitando falar sobre o assunto a todo custo.

Euphemia me deixou bem acomodada em um dos quartos de hóspedes da casa. Acabei pegando rapidamente a mania de chamá-la de Tia Euph, assim como os garotos, porque ela adorava.

Gostava muito de conversar com Fleamont também. Assim como eu, ele era apaixonado por poções. Descobri que ele era, na verdade, inventor da Poção para cabelos Sleekaeazy (e descobri também que era por isso que os Potter tinham tanto dinheiro).

Morar com os garotos naquelas duas semanas foi muito divertido. Os meus dias eram animados desde o café da manhã até a hora de dormir.

Não foi difícil me acostumar também com a ideia de que eu tinha um namorado.

E o melhor namorado do mundo.

A cada segundo que passava com Remus, me punia mentalmente por ter demorado tanto para perceber o quanto eu estava rendida por ele, mas sempre acabava afastando esse tipo de pensamento, acreditando que até a demora fez parte do processo para que tudo acontecesse de um jeito perfeito.

Eu nunca havia me sentido tão bem na companhia de alguém antes.

Acho que, até aquele momento, eu nunca havia estado tão feliz como naquelas férias de fim de ano. Mesmo ainda estando muito triste por ter brigado com meu melhor amigo, eu me sentia amparada, amada e segura perto daquelas pessoas, e isso importava mais do que qualquer outro sentimento.

Essa paz acabou parcialmente no dia 3 de janeiro.

Na tarde em que estávamos voltando para Hogwarts, não saí do vagão dos Marotos nem por um segundo, tensa e com medo de esbarrar com Regulus naquele trem, mesmo sabendo que nosso reencontro seria inevitável. Afinal de contas, éramos da mesma Casa e do mesmo ano.

Remus facilmente notou a minha preocupação, e disse com toda a sinceridade que pôde:

— Sinto muito que as coisas tenham acontecido assim, Char. De verdade. — Ele olhou em meus olhos com intensidade, para que não houvesse dúvidas de que estava falando a verdade.

— Eu sei — respondi com um sorriso triste, realmente acreditando em suas palavras.

ϟ

Eu não sabia o que havia acontecido ou o que havia mudado, mas Remus parou de aparecer machucado nos primeiros meses em que estivemos juntos como um casal. E eu não poderia estar mais feliz, claro.

No entanto, foi só convivendo com ele todos os dias, e praticamente o dia inteiro (tirando as horas em que estávamos em aula), que percebi como ele precisava constantemente voltar para casa para cuidar de sua mãe doente.

Eu não fazia perguntas porque a história que ele, James e Dumbledore contavam era que minha sogra, Hope Lupin, tinha alguma condição de saúde que baixava drasticamente sua imunidade. Não havia nada que eu pudesse fazer além de desejar que ela ficasse bem logo.

Algumas poucas semanas depois que voltou de uma de suas idas em casa, notei que ele estava bem pálido.

Eu estava na nossa cabana do lago, esperando que voltasse de uma de suas NOMs, quando ele veio em minha direção acompanhado dos outros Marotos. O local estava lotado de pessoas, deixando apenas a lembrança da calmaria que um dia já presenciei ali, mas não estava incomodada.

Ordem da Fênix: Primeira ClasseOnde histórias criam vida. Descubra agora