Capítulo 16

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1976

Charlotte

Moony caminhava de mãos dadas comigo enquanto íamos em direção à Plataforma. Eu sabia que nós dois estávamos aliviados por aquele ano letivo estar acabando. Não havia sido fácil.

No entanto, não podíamos negar que, apesar de tudo, também estávamos felizes. Pela primeira vez desde que nos conhecemos, não havia mais segredos entre nós dois.

— Ei, antes de irmos, quer ver uma coisa incrível? — ele perguntou com um sorriso impossível de resistir. Seu rosto ainda carregava algumas cicatrizes recentes, causadas na noite de sua última transformação, a noite em que descobri sobre sua licantropia.

— Sempre — respondi, retribuindo sua animação.

Ele tirou do bolso de sua calça um pedaço de pergaminho simples e parecia bem ansioso.

— Nem acredito que consegui convencer os garotos a me deixarem te mostrar isso.

Remus soltou minha mão para pegar sua varinha. Então, apontou com ela para o papel que segurava e disse firmemente:

Juro solenemente que não farei nada de bom.

Aos poucos, vários desenhos do que parecia ser um mapa muito bem estruturado foram surgindo na folha.

Logo acima, em letras grandes que ganhavam destaque, apareceram os dizeres:

"Os senhores

Moony, Padfoot, Wormtail & Prongs,

têm o prazer de apresentar o Mapa dos Marotos."

Peguei o mapa de suas mãos para observá-lo com mais atenção. Era um mapa perfeito de Hogwarts que cobria todos os seus ambientes, até mesmo os externos. No entanto, tinha um grande detalhe que o tornava ainda mais impressionante: os nomes de todos os alunos e professores movimentavam-se por todo o pergaminho. Ele mostrava, em tempo real, onde cada um de nós estávamos.

Olhei totalmente maravilhada para o meu namorado:

— Isso é incrível — disse, empolgada. — Vocês fizeram isso?

Ele assentiu, bem orgulhoso.

— Nós usamos o feitiço de Homunculus.

Então, lembrei das aulas que tivemos sobre Alquimia, ficando ainda mais impressionada.

Os três maiores objetivos dos alquimistas sempre foram: produzir a Pedra Filosofal (o que Nicolau Flamel já havia conseguido), produzir o elixir da vida e criar um homúnculo, ou seja, um ser humano feito inteiramente de magia.

O que havia no mapa era, de alguma forma, pequenas representações de várias pessoas feitas inteiramente de magia. Era uma sacada genial.

— Ele só não mostra nenhum fantasma ou nada que não esteja vivo — Remus comentou um pouco chateado, como se aquele pequeno detalhe fosse deixar o mapa menos interessante.

— Como pensaram nisso? — perguntei.

Eu realmente não sabia como funcionava a mente dos Marotos. Eles eram bruxos acima da média para aquela idade. A criação daquele mapa e o fato de que três deles eram Animagos aos quinze e dezesseis anos provava isso.

— Ah, nós acabamos conhecendo Hogwarts melhor do que ninguém nas nossas escapadas na Lua Cheia — Ele deu de ombros, apontando para algumas passagens secretas que davam em Hogsmeade.

Ordem da Fênix: Primeira ClasseOnde histórias criam vida. Descubra agora