1976
Charlotte
— Mas que droga, agora devo a ele cinco galeões.
Estava voltando do jantar de Slughorn com Moony. Ele me acompanhava até a entrada da minha Sala Comunal e tagarelava sem parar sobre James e Lily enquanto andávamos sozinhos pelos corredores próximos às masmorras.
— Não achou que fosse acontecer? — perguntei, bastante distraída.
— Hum, depois do que aconteceu perto da cabana no nosso quinto ano? Não mesmo! — ele respondeu, rindo desacreditado. — Ela literalmente falou que preferia sair com a Lula Gigante a sair com ele. Mas, sabe, já estava mais do que na hora...
Remus continuou falando ao meu lado enquanto minha mente estava distante em Regulus. Por mais que desconfiasse, não é todo dia que se descobre que seu melhor amigo de infância tinha se juntado ao Lorde das Trevas. Ficava enjoada só de lembrar da Marca Negra que vi havia poucas horas em seu braço.
— O que aconteceu? — Remus perguntou, de repente. — Está quieta. Está tudo bem?Sabia que não demoraria muito até ele notar que algo tinha acontecido - e sabia também que não deveria mentir para ele sobre o assunto, principalmente quando estávamos sendo tão sinceros um com o outro sobre tudo desde que descobri sobre sua licantropia.
— Vi a marca no braço dele — admiti, sem nem ao menos precisar citar o seu nome.
Remus ficou calado por alguns segundos antes de dizer, suspirando pesadamente:
— E você está surpresa?
— Não... — Meneei a cabeça. A expressão de Remus estava totalmente impassível, aguardando minha resposta. — Bom, sim. Crescemos juntos, esqueceu? É frustrante pensar que ele está mesmo ajudando Vold... — soltei um pigarro nervoso. — Você-Sabe-Quem.
— Não precisa ter medo do nome dele, Char — ele tentou me tranquilizar.
— Eu não tinha medo, mas agora acho que tenho — respondi, sentindo um calafrio espalhar-se pelo meu corpo.
Moony parou de andar no meio do caminho, me puxando para perto dele em um abraço reconfortante e dando um beijo no topo da minha cabeça.
— Nada vai nos acontecer, está bem? Morreria antes de deixar algo acontecer a você.
Assenti com um nó na garganta, tendo a certeza de que faria o mesmo por ele.
E era por isso que eu tinha que ajudá-lo criando a maldita poção. Ele estava bem com os garotos por mais dois anos, mas e quando se formasse?
ϟ
Eu estava revirando todos os livros de Herbologia que separei com Lily, à procura de ingredientes que servissem para a poção, aproveitando a calmaria e o silêncio da sala dos Monitores para me concentrar melhor.
Ela estava comigo, tentando me ajudar, mas não estava tão focada. De tempos em tempos, falava algum fato aleatório sobre James que descobrira no jantar de Slughorn e nas conversas que vinha tendo com ele ao longo daquela semana.
— Você sabia que ele é muito bom em Transfiguração? — Deve ser, é um animago, pensei sozinha. — Sério, ele é muito inteligente. Você sabia?— Sabia — respondi sem tirar os olhos do livro em minha frente quando a palavra Acônito me chamou a atenção.
"Planta pertencente à família das ranunculáceas, contendo pétalas azuis extremamente chamativas e um grande potencial para usos medicinais, mas pode ser extremamente venenosa para os nascidos trouxas. Encontrada em planícies rochosas e de alto relevo. Frequentemente utilizada em poções de Cura."
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Ordem da Fênix: Primeira Classe
FanficCharlotte Woodenstar, bruxa mestiça de Londres, é melhor amiga de Regulus basicamente desde que nasceu e sempre conseguiu ignorar os preconceitos enraizados da família Black - mas ao entrar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, tudo muda. Além...