Terra negra

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Para "Matsunari",

Esta fanfic começou com o seu pedido. Espero que goste!

Com carinho,

Smart/Menma

X

Os olhos verdes da garota na multidão estavam em pânico, chocados, por isso, com um brilho choroso. Ela encarava junto a uma multidão o julgamento de uma mulher cuja qual crescera junto. Tiraram o corpo azulado do rio de águas correntes.

—Senhora... Eu não insistirei! Eu quero um nome! Diga-me o nome de uma colega! Uma colega que seja! -Mas a mulher cianótica e ofegante sequer conseguia se manter de pé.

—O nome de uma igual, que seja bruxa como você e eu a liberto. -Dizia o sádico homem. Seus cabelos eram de um loiro platinado sem tons amarelados e sim acinzentados. Seus olhos escuros eram frios atrás de uma armação dourada e lentes grossas.

As vestes eram de tecidos caros evidenciando a ascendência de sua classe econômica, a de comerciantes. Nobres daquela região. Ele era um homem de fé, um burguês comerciante de tecidos. A mulher encharcada estava hipotérmica devido ao frio daquela época do ano somado a umidade. Estava exausta. Não havia o que Sakura pudesse fazer por ela. Não no meio de todos. A mulher já estava inconsciente, não conseguia responder e era isto o que Kabuto adorava. Seu sorriso sádico era percebido apenas por uma pessoa... Sakura. Ele fechou seus olhos e como se sentisse um prazer extremo com aquilo, abaixou as mãos em um gesto que sinalizava para seus homens igualmente cruéis, que afogassem mais uma vez a mulher e dessa vez a deixassem lá. A mulher da vez fora Íris Manãn. Para garantir isto, fizeram uma espécie de catapulta de madeira que abaixava mulheres dentro do rio como se fosse uma espécie de colher mergulhada em uma panela.

Depois que a multidão gritou diversas vezes que a mulher deveria morrer por quê era bruxa... Sakura resolveu sair daquele lugar com o estômago revirado. O pânico estava em seu olhar. Os olhos de seu noivo porem, não por opção dela, estavam fixos em suas costas. Sakura era filha de Kizashi Haruno, um Boticário da vila. Um velho senhor que fazia cosméticos, remédios e perfumes. Por isso a jovem sempre teve acesso à educação, gosto e necessidade de buscar conhecimento. Fazia remédios como ninguém. Sabia a propriedade medicinal de cada planta da região e o suficiente de anatomia.

Sakura andava pelas ruelas com uma palidez anormal. Sua pressão arterial estava prestes a cair a qualquer momento devido a mais uma cena que presenciou. As olheiras arroxeadas evidenciavam as noites sem dormir.  Há dois meses a loucura de Kabuto Yakushi em caçar bruxas se intensificou. Haviam executado dezoito pessoas nesse tempo. Sakura observava padrões. As mulheres eram acusadas como bruxas por qualquer motivo, literalmente.

Kida Mondlane, foi morta por que sua pele preta estava sempre perfumada e hidratada mesmo no inverno. Mas Kida veio de uma tribo de Mossambi, perto das Savanas no continente de Sunno. Ela vinha de um povo que produzia hidratantes a partir das flores de ixora e gordura vegetal. Sakura e ela trocavam receitas sobre hidratantes, óleos capilares e pomadas que vendiam como ninguém.

Depois, Maim Maktoum foi morta na fogueira porque tinha uma série de pintas nas costas e uma marca de nascença que sangrou ao ser espetada. Mas Mei Huag que tinha lindos olhos delineados como os de raposas vermelhas, que vinha do oriente, morreu porque suas pintas nas coxas não sangraram. E Rose Mayfield foi morta porque tinha cachos vermelhos. Vermelho era a cor da luxúria. Não havia critério! Simplesmente. E se vermelho era a cor da luxúria, o rosa representaria o que? Rosa eram os cabelos da jovem e peculiar Sakura. Queriam apenas matar jovens mulheres por qualquer motivo. Era obsceno, cruel e Sakura percebia isso muito bem. Agora ela andava mais rápido pelas ruelas e o medo fazia seus pulmões implorarem por ar.

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