O duque de Amaterasu

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Kabuto havia percorrido a floresta antes da tempestade feroz, e quando esta se iniciou, prepararam barracas. Cinco dos vinte homens que recrutou estavam mortos, foram atacados duramente por lobos que pareceram atacá-los apenas por prazer.

Depois que mataram seus homens sequer se alimentaram de seus corpos. Kabuto e seus comparsas experimentaram o que era de fato a fúria daquele lugar místico. Agora seus homens não ousavam dizer o quanto estavam revoltados com a sua postura de colocá-los em perigo por conta de uma bruxa maldita. Kabuto sequer percebia a armadilha que armara para si ao andar com homens que queriam estrangula-lo. Ele só pensava em torturar Sakura Haruno pelo simples prazer de ver quem feriu o seu ego, se acabar. Quando o dia ficou cinza, claro e frio, o jovem tirano fez com que seus homens o ajudassem mais uma vez a procurar Sakura.

Haviam revirado parte daquele floresta, embora tivessem raiva de Kabuto, ainda achavam que ele era um homem santo. Achavam que ele tinha o dom de encontrar aquelas marcadas pelo mal. Andaram até o riacho, não foi difícil ver um ponto de luz em uma caverna. Os olhos frios e escuros do rapaz percorreram a entrada do rochedo logo encontrando os cabelos rosados da garota adormecida em contraste a pelagem escura de um lobo.

Uma onda irrefreável de prazer tomou Kabuto. A culpa do ataque aos seus homens por lobos se "justificava" com a imagem a sua frente. Sakura Haruno era uma bruxa e ordenou aos animais que atacasse seus homens e agora... Ela dormia ao lado de um. Seus capangas estavam incrédulos ao seu lado. Qualquer situação fazia com que a paranoia de homens covardes como aqueles se tornasse real.

—Eu disse a vocês! -Disse o homem entredentes. O lobo que dormia sentado ao lado da menina se colocou de pé elegantemente. Seus olhos negros eram tão penetrantes que lhes fizeram tremer, pior do que aquilo, era o seu tamanho absurdo. Por segundos, pensaram que o lobo estava com o corpo morto de Sakura aos seus pés. Ele rosnava fazendo-os tremer. A menina se levantou rapidamente logo constando o que estava acontecendo. Quando Kabuto notou que ela o reconheceu, a vontade sanguinária de fazer o que ele fazia com outras inocentes o queimou.

Por mais estranho que aquilo possa parecer caro leitor, Ébano percebeu a maldade que exalava de Kabuto. Um silêncio colossal pairou enquanto o vento soprava sem misericórdia, arrastando o frio que cortava a pele dos envolvidos.

—PEGUEM A BRUXA AGORA! -Berrou Kabuto. Os homens atrás dele igualmente enfurecidos começaram a correr em direção a garota.

Ébano rapidamente passou por baixo das pernas da garota para que ela subisse em suas costas. Por reflexo ela segurou seus pertences. Não houve tempo para pensar, quando Sakura notou que estava nas costas do lobo, apenas segurou com força em seus pelos sem puxa-los. O lobo poderia lutar, mas haviam muitos homens determinados a capturar Sakura. Se ele lutasse com alguns, outros a fariam mal. Ébano correu com a garota dali, homens montados a cavalos corriam ao seu encalço. Sakura olhava para trás em pânico e para frente sem esperança. O que fariam? Para onde iriam?

—CUIDADO! -Berrou Sakura alertando o amigo devido a um tronco que bloqueava o caminho, mas o lobo pulou alto demais desviando do obstáculo. Infelizmente alguns dos perseguidores também conseguiram o mesmo feito.

Sakura voltou seu olhar para frente, estava perdida, sentia-se encurralada. Só agora ela notara a silhueta de um enorme palácio. Os portões de ferro estavam abertos. O lobo correu pela trilha de pedras que levavam do portão de ferro ao enorme casarão.

Ela tentava se manter grudada ao lobo que simplesmente acabou jogando Sakura aos pés de guardas uniformizados. Ébano jogou Sakura aos pés dos guardas e sumiu deixando a garota para trás sem sequer olha-la. Fora tudo rápido demais. Sakura se levantou e tentou correr atrás de Ébano aflita mas ele já havia sumido, os guardas agora a seguravam enquanto Kabuto e os outros homens vinham atrás de si. Não lhe doía a morte iminente no fogo, ou apanhando de soldados por invasão, mas sim... Por que seu novo amigo a abandonara.

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