Caminhos da floresta

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Uma hora dentro da floresta e Sakura havia entendido que os boatos em torno do lugar não eram nada, nada comparado a estar lá. O medo criava histórias para que os aldeões ficassem longe daquela curiosa, sombria e encantadora floresta.

Foi assim que ela definiu. Era uma terra bem frutífera, haviam muitas frutas em seu interior. Haviam muitos esquilos e belas aves. Mas nada de lobos. Talvez o destino lhe estivesse sorrindo! A brisa era fresca e a luz do sol, mesmo no tempo gelado penetrava o interior da mata. Era um local... Sereno, Sakura pensou. Longe da maldade e das coisas ruins de Kabuto.

Ela tinha uma pote de tinta azul, havia marcado o caminho do qual viera, uma bolinha do tamanho de um polegar em cada árvore. Sútil. Eram os primórdios de uma tinta a base de óleo, não sairiam tão fácil de lá. Ela resolveu parar um pouco para descansar. Havia corrido bastante, e agora estava andando há talvez duas ou três horas. Era hora de sentar-se. Parou perto de uma árvore ouvindo o barulho dos pássaros e algumas cigarras e grilos. Poderia dormir com a serenidade do som. A copa das árvores ainda se mexia pela brisa suave que gerava uma sútil sinfonia.

"Devia ter feito isso há tempos Sakura!" -Sussurrou a moça para si mesma comendo uma bela fatia de pão com geleia. Estava faminta. Sakura não era boba! Não demoraria por ali e em nenhum ponto da floresta. Tinha que achar um local seguro para repousar. Ela sempre soube não ser uma moça muito "esportiva" portanto sua atenção e inteligência deveriam ser dobrados por ali.

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No lado externo da floresta Kabuto se corroía de raiva. A aldeia inteira caçoava da noiva que havia fugido por ser bruxa! Feiticeira! Bruxas eram tão perspicazes que enfeitiçavam mesmo homens de Deus como Kabuto, era o que pensavam. Sakura sempre teve os melhores remédios! Ela já possuía uma fama sobre dons místicos que se intensificaram com a caça às Bruxas.

—O que há no fim dessa floresta Cormico? -Perguntou o rapaz vermelho de fúria andando de um lado para o outro a um outro garoto com uma cara boba e lesada.

—Dizem que é o palácio do Duque de Ônix senhor, da nobre família de generais amaldiçoados que vem do oriente. Sabe? Do país de Amaterasu. -Respondeu o homem esguio afiando sua espada enquanto encarava a floresta com arrepios. "Pobre garota" ele pensava. O uivo dos lobos que conseguia ouvir o deixava com medo.

—São só boatos senhor, dizem que ninguém nunca sabe a exata localização de sua casa. De alguma forma, cartas mandadas a ele pela coroa são entregues. -Completou o rapaz coçando o queixo.

—Ja avisaram a Kizashi? -Berrou Kabuto.

—Sim senhor! Mandei o Sui agora mesmo até lá! -Disse o rapaz ainda afiando a lâmina de suas armas.

—Mandarei uma carta ao duque explicando a situação, se encontrá-la, a devolverá a mim! Pode ser que até queira ver com os próprios olhos a morte dela! -Ria Kabuto tentando sanar seu ego ferido.

—A morte de uma bruxa! Uma bruxa poderosíssima! Como não percebi antes o que ela era? -Ele riu balançando a cabeça negativamente. Ele sabia estar manipulando seus "súditos" que o ouviam.

—Era um feitiço senhor! Com toda certeza! Eu mesmo já me senti estranho ao encara-la. -Dizia Cormico provocando o aumento de ego em Kabuto que se deliciava com a má fama de Sakura. Assim bruxas e vilãs eram criadas por homens, caro leitor.

—É! Os olhos dela eram esmeraldas! Nunca vi uma mulher com olhos dessa cor! -Exclamou outro capanga de Kabuto.

—Pois meu Deus não permitiu que ela me possuísse e entregasse minha alma ao diabo senhores! Eu estou muito bem acordado agora! -Disse Kabuto, cujo maior lamento era não ter conseguido suas núpcias com a jovem.

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