Capítulo 8

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Pov-S/n

Andar sorrateiramente é pior que correr desesperadamente por ai sem sombras de dúvidas, minha noite no bordel tinha sido um tanto agradável mas como que tudo que é bom dura pouco na hora de ir embora eu simplesmente não consegui achar o Hunter para retornarmos ao castelo. Adentro o palácio real com cautela por uma das entradas menos movimentadas e vigiadas da madrugada, ando praticamente nas pontas dos pés olhando para os lados e estranhamente não tinha nenhum soldado nessa ala.

- Isso não é hora de uma princesa estar perambulando por ai- escuto uma voz que me faz travar.

Ponho a mão no peito e olho pra frente vendo meu pai com os braços pra trás e uma postura perfeita.

- Papai, pelos deuses- solto o ar que estava prendendo- quer me matar?.

- Com certeza, não- ele solta uma risadinha- apenas conversar.

- Está tarde, podemos conversar amanhã- digo de forma rápida.

- Também está tarde pra você estar fora do castelo e mesmo assim você estava- ele diz simples e eu já sei que perdi o argumento.

Solto um suspiro sabendo que não tenho como fugir dele e nem da conversa que já imaginava sobre o que se tratava.

- Quero te pedir desculpas- ele olha pra mim- não deveria ter feito nada sem ao menos falar com você antes, não foi justo.

- Não tem que se desculpar, você é o rei- digo e mesmo nega com a cabeça.

Meu pai se aproxima de mim e pega minhas mãos.

- Não, eu sou o seu pai- ele diz com a voz baixa e até um pouco falha- e nenhuma coroa ou titulo mudará isso.

Não sei quando meus olhos e os dele ficaram cheios de lágrimas mas é assim que nos encontramos agora. Sem dizer mais nada eu o abraço com força sentindo o mesmo retribuir o ato com a mesma intensidade.

- Eu não disse mais cedo- ele faz um carinho em minha cabeça- mas eu estou muito orgulhoso de você, filha.

- Obrigada, pai- sorri deixando as lágrimas caírem.

- É injusto você não ter sido recompensada pela sua vitória- ele se afasta um pouco pra me olhar- diga-me, o que você quer?.

- Não preciso de nada- digo de forma sincera- não preciso de recompensa, fiz pela nossa casa e por você.

- Sei que sim- ele sorri me olhando- mas ainda pode pedir o que quiser, deve ter algo que você queira.

- Na verdade tem uma coisa- digo e ele faz um sinal pra eu continuar a falar- Filder, o soldado que também me acompanhou até às colinas, quero ele como meu escudeiro.

- Algum problema com Hunter?- meu pai pergunta com dúvida.

- Não, muito pelo contrário- digo sorrindo- mas acho que eu posso ter dois espadachins cuidando da minha segurança.

- É isso que quer?- ele pergunta e eu assinto- então é o que terá.

Abraço meu pai mais uma vez e o mesmo solta um riso.

- Obrigada!- me afastar um pouco dele.

- Não tem que agradecer- ele sorri e aponta pra frente- vamos? Já está tarde.

- Claro, vamos sim- digo e começamos a caminhar.

Não foi tão ruim quanto eu pensava ter essa conversa com meu pai.

*Dia seguinte*

Uma luz começa a incomodar os meus olhos que estavam tendo uma visão escura a minutos atrás, escondo meu rosto de baixo do travesseiro e ouço alguns passos dentro do meu quarto.

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