No ritmo (im)perfeito

Capítulo 5

" Eu quero que este vazio desapareça "

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  Kaira

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 Aquiles está me levando para o que acho ser o sótão, minhas mãos estão suando frio. Ele se vira e nota a minha relutância. Quando ele vê os meus olhos assustados, ele se aproxima de mim. 

     - Tá tudo bem? - me examina preocupado.

    - Sim. - digo somente.

    Ele me olha não acreditando em minhas palavras, mas continua a caminhar. E eu o sigo calada.

    Quando descemos as escadas observo que é um cômodo pequeno com a pouca claridade que vêm de uma minúscula janela. Ele aperta o interruptor e o local se ilumina, me dando a visão de vários instrumentos espalhados pelo recinto.

   - Uau! - exclamo - Você tem um estúdio dentro de casa! - corro meus olhos pelo o ambiente admirada.

  - Quase isso. - ele passa a mão no cabelo e sorri de lado.

   Eu observo o seu gesto e ele me pega o fitando.

   - E você toca todos eles? - fico curiosa em saber. 

  - Sim, mais confesso que o  violão é o que tenho mais prática. - ele fala indo na direção do violão azul com  detalhes preto. Posso considerar que é o violão mais lindo que já vi.  

   - Pode tocar? - pergunto um pouco tímida e ele ri do meu gesto.

   - Tem alguma preferência? - ele pega o violão e se senta em um banco que estava próximo a ele. 

   - A que você quiser. - me acomodo no sofá que se encontra a sua frente.

   Vejo ele dedilhar os acordes como se estivesse pensando em alguma melodia. Seus olhos brilham e eu sorri ao vê como ele está relaxado, por me mostrar algo no qual ele é apaixonado.

   Ouço uma melodia suave e posso dizer que ele leva jeito com isso. Aquiles me surpreende quando sua voz ecoa pelo cômodo. Ele está cantando. Eu fico paralisada visando o movimento dos seus lábios.

   Sua voz é grave e doce ao mesmo tempo. É um som que dá prazer em ouvir.

    Quando ele para de tocar, o mesmo me olha com um olhar sugestivo esperando que eu fale alguma coisa.

    - Uau. E além de tocar você canta. - digo ainda surpresa.

   - Eu não canto, eu arrasto um pouco. - ele faz pouco caso.

   Ele se levanta do banco em que estava sentado e coloca  o violão no canto da parede.

   - Tá brincando? Você é muito bom! - falo com convicção.

   Ele está vindo na minha direção e se senta ao meu lado no sofá.

   - Se você diz, então vou acreditar. - ele me olha profundamente.