2015

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13 de outubro

Atsumu Miya

Shinsuke Kita. Que nome, não? Acho que não teríamos nos encontrado em nossas vidas normais em Tokyo, mas, aqui na Tailândia, as regras sociais não se aplicam.

Ele me diz que é banqueiro, mas não um babaca, e confidencio minha esperança de conseguir minha primeira brecha no mundo do voleibol no futuro próximo.

Preciso admitir que o julguei quando nos conhecemos. Porém, por baixo da inegável sofisticação, Kita é engraçado e autodepreciativo, e, quando me encara, há um carinho em seus olhos que me conforta.

— Você não vai virar um desses insuportáveis caras das colunas de fofoca, vai?

Faço cara de horrorizado, me fingindo de ofendido, e, então, suspiro, feliz pelos dedos dele se entrelaçarem aos meus enquanto caminhamos pela areia fresca após o jantar.

— Eu pareço alguém que se importa com roupa de gente famosa?

Ele observa minha bermuda preta e minha regata branca.

— Humm... talvez não — zomba ele.

— Que engraçadinho, você também não está de terno e gravata.

Ergo uma sobrancelha enquanto Kita lança um olhar cômico para sua bermuda desfiada e seus chinelos.

Rindo, chegamos ao meu chalé, e tiro o calçado na varanda.

— Cerveja?

Ele concorda com a cabeça, deixando os chinelos do lado de fora ao lado dos
meus antes de desabar sobre o enorme pufe, suas mãos entrelaçadas atrás da cabeça.

— Fique à vontade — digo, me jogando ao seu lado com as cervejas geladas.

— Tem certeza disso? — pergunta Kita, girando de lado e se apoiando no cotovelo para me observar.

— Por quê? O que você faria se estivesse à vontade?

Ele leva as mãos para baixo e tira a camisa, ficando só de bermuda. A luz da lua escurece o tom de pele.

— Eu ficaria mais confortável.

Pauso por um instante, cogitando rir dele — tipo, que comentário foi esse?,mas, então, o imito e tiro a blusa. Por que não? Kita é tudo o que minha vida não é: leve; livre.

— Eu também.

Ele abre o braço para que eu me acomode ao seu lado, e, ao fazer isso, sinto seu corpo quente e forte. Estou tão livre quanto um daqueles passarinhos rosa-claro que voam por cima do chalé no fim da tarde.
Pela janela, vejo os contornos escuros dos barcos compridos ancorados na orla, prontos para o dia seguinte, e o céu lá no alto exibe uma infinidade de estrelas que reluzem como diamantes.

— Não me lembro da última vez em que me senti tão tranquilo.

Kita toma um longo gole de cerveja e coloca a garrafa no chão antes de responder:
— Acho que estou ofendido. Esperava que você estivesse com um tesão absurdo.

Rio baixinho contra seu peito e ergo a cabeça para encará-lo.

— Talvez eu esteja.

Com um braço ainda atrás da cabeça, ele desliza a mão livre pela minha cintura
e lentamente desfaz o laço da bermuda. Então a solta, deixando-a larga, sem tirar os olhos dos meus enquanto vai tateando pelas minhas coxas para terminar o serviço.

— Agora eu é que estou com um tesão absurdo — diz ele, passando um dedo pela depressão da minha clavícula e seguindo para abaixar o restante de minha bermuda.

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⏰ Última atualização: Jun 16, 2023 ⏰

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