A ENCANTADORA BRUXINHA ENCANTADA

22 - O ALMOÇO COM OS PAIS E IRMÃOS.

Durante o almoço, Júlio nunca havia falado que as legiões brigavam entre si, mas informava que uma legião agia em conjunto e sempre algum chegava trazendo alguma novidade por onde andava. Os assombrosos andavam livremente pela cidade, no meio das pessoas. E acrescentou:

Júlio: As legiões têm espíritos malignos que farejam como os cães, por isso esses que ficam observando as pessoas são apelidados de cães. Esses tipos de almas vagam pelo plano carnal e como urubus, conseguem farejar os pensamentos e sentimentos de dor e amargura escondido nas pessoas. Após identificar, passam a informação aos obsessores que começam acompanhar e manipular desenvolvendo os sentimentos com pensamentos mais intensos, até haver a possessão completa.

Enquanto Júlio falava, uma alma possessora dentre a legião dos assombrosos, usando o corpo de Júlio, começou a dizer:

Possessor do Júlio: Algo aconteceu no lago próximo à mansão dos Veltoson onde essa menina estava que despertou a legião dos luxuriantes. Eles estão na cidade e tramam fazer alguma coisa. A líder da legião das luxuriantes está conversando com uma das integrantes e fazendo invocações de bruxaria para usar o corpo de alguém que ainda não descobrimos. Essa legião é forte e matam pelo prazer. kkk

Juliana: Não estamos interessado em saber sobre isso.

Possessor do Júlio: Deixa de ser estúpida. Não estamos falando isso por querer. O anjo que essa menina libertou e que te acompanha e orienta você, com o protetor dela, não permite que venhamos com agressividade, e nos autorizou vir para dar o recado. Viemos por Júlio e Juliano ainda ter ligação conosco e é para eles a informação e não para você. Mantenham-se longe das luxuriantes. Elas que mataram o Toinho, dono da casa na qual vocês moram. Toinho escolheu viver na nossa companhia e busca vingança contra elas, mas isso representaria o rompimento do pacto das legiões e recentemente tivemos um incidente com a legião dos olhos vermelhos e não é bom outro incidente.

Juliano: Mamãe. Acalme-se que a conversa é comigo e não com a senhora. Deixe que falem.

Possessor do Júlio: O dono dessa casa, Toinho, desde a juventude era subjugado por vários espíritos da luxúria, conhecidas como luxuriantes. Elas a reclamavam e estimulavam sentimentos que não o deixavam saciado com apenas uma mulher, moldando nele pensamentos de adultério, e muita lascívia que culminou com um doloroso divórcio, mesmo amando a sua esposa. O divórcio o amargurou ainda mais e levou a uma vida de devassidão.

Possessor do Júlio: Com o avançar dos anos, as luxuriantes fizeram a virilidade do Toinho diminuir e ele passou a fazer uso contínuo de remédios que estimulavam a ereção, remédios que alteravam inclusive o batimento cardíaco. Toinho era mesquinho e não gostava de cuidar da saúde para não gastar dinheiro com os médicos, que usava com as mulheres de programa que os obsessores subjugavam.

Juliano: Ah! Então elas contam com a ajuda de outras legiões. Não trabalham sozinhas...

Possessor do Júlio: A legião dos luxuriantes, para ter sucesso no plano, faziam com que Toinho não tivesse ereção, obrigando-o a aumentar por conta a dosagem dos medicamentos para ereção. Elas também manipulavam Toinho com a obsessão por bebidas alcoólicas, deixando-o agressivo e depressivo, fazendo-o buscar prazer na vida promíscua que levava. Por essa escolha, Toinho não tinha boa convivência com a ex-esposa e os filhos, passando a ter uma vida solitária e fazer uso de medicamentos para depressão. As luxuriantes o induziam sentir prazer na bebida, quando lembrava do abandono afetivo dos filhos, e o faziam viver nessa amargura que o consumia.