27 - JULIA CONVERSA COM O IRMÃO JORDAN

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Jordan, demonstrava desde a pré-adolescência habilidade para o negócio, no entanto, muito ambicioso. Vendia alguns produtos das duas lojas para seus amigos na escola, obtendo muito lucro. Jordan tinha o dom do pai, Júlio, em convencer com as palavras e, mesmo sem autorização, vendia algo sem pagamento em troca caução de algo valioso, que ficava retido para garantir o pagamento. Com isso acumulou relógios, anéis, brincos, pulseiras, e todo tipo de joia. Quase sempre o dono não quitava a dívida e Jordan revendia o bem em valor muito maior que o valor da dívida, repondo sempre para o pai o valor da mercadoria.


Uma das grandes discussões de Jordan com o pai, era o fato de Júlio exigir que tudo fosse vendido mediante pagamento imediato, em espécie, o que não era feito por Jordan, que via vantagem nos juros pela demora na quitação. No início ele pegava os produtos na loja, vendia e depois pagava ao pai. Após muita discussão, com um capital levantado com as vendas, passou a comprar direto do pai e pagar-lhe a vista e depois negociava com quem havia pedido. A grande maioria dos clientes eram garotas querendo iniciar na bruxara, por inspirar-se na fama do irmão Juliano conquistou. Jordan pegava algumas coisas que eram vendidas na lojinha da mãe, contudo pediu que pedissem outros produtos, típicos da juventude e que eram novidades na cidade grande.


Jordan fazia um negócio paralelo usando as lojas do pai e da mãe, contudo, tinha um segundo onde revendias as coisas que ficavam penhoradas. Aos dezesseis anos, Jordan controlava cinquenta porcento da lojinha da mãe Juliana, e além de vender o tradicional, passou a renovar os estoques com mercadorias que entendia tanto a clientela tradicional como a nova, acompanhando sempre a tendência.


Jordan, por ser muito vaidoso, cuidava muito do corpo com malhações e praticando diversos tipos de lutas marciais, e passou a patrocinar lutas clandestinas, em diversos locais, fora e dentro da escola, e organizava as apostas, que sempre lhe rendia um lucro elevando nas manipulações dos resultados.


Jordan ganhava muito dinheiro, mas gastava com vaidades do corpo e presenteando as namoradinhas, afinal tinha muitas namoradas e, todas sabiam da existência da outra, pois ele deixava claro que, quem desejasse ficar com ele, deveria aceitar as regras dele.


Enquanto Juliano usava a força da magia negra para tornar-se temido, Jordan usava a força do dinheiro e da intimidação violenta. Ele não acreditava no mundo espiritual, e dizia que tudo era uma questão de imaginação. Por não concordar com tipo de conversa sobre paranormalidade, passou a não fazer as refeições com os pais e irmãos, preferindo ficar mais tempo trancado no quarto, focado nos estudos, ou na rua com os amigos e administrando os negócios.


Em decorrência disto, tornou-se um filho problemático, com convivência complicada com o pai. Certa vez, Julia, querendo aproximar-se do irmão mais novo conversou com ele.


Julia: Jordan! Por qual motivo você fica mais trancado no seu quarto estudando ou nas redes sociais? Você está nos evitando?


Jordan: Se você vier com essa conversa para falar de espírito, perde o seu tempo. Eu não acredito e nem estou a fim de falar disso.


Julia: Não! Vim falar sobre você. É complicado falar do lado espiritual, até para mim que os vejo constantemente, e converso com um quase que diariamente, por ser um assunto pouco explorado e as pessoas tem medo de falar nisso.


Jordan: Para mim não é, pois, não existem.... kkk.... Se espíritos realmente existissem fora da imaginação, eles não possuiriam força para destruir uma pessoa, como Juliano fala, por não ter um corpo palpável. Papai influenciou Juliano e hoje está assim, paranoico e acreditando que pode encomendar a morte de alguém por meio de espíritos imaginários e estes espíritos fazem tudo que ele pede. Isso é a maior estupidez que alguém pode dizer. A morte é apenas um evento natural que alcançara todos. Se não tem vida após a morte, não tem almas ou espírito que vagam, por não termos isso. É criação da indústria cinematográfica. Somos carne, ossos e sangue e tudo acaba um dia. Isso é ciência. A morte é um processo simbiótico peculiar a vida humana.

A ENCANTADORA BRUXINHA ENCANTADAOnde histórias criam vida. Descubra agora