10 - A COMPRA DO IMÓVEL PARA O CENTRO DE PRÁTICA DE MAGIAS E FEITIÇARIAS

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Com parte da indenização recebida por Juliana, Júlio comprou um local para ser a sede do centro de prática de rituais de magia e feitiçaria, sendo a escolha influenciada pelos assombrosos.


No início os donos do local mostraram-se contrários com a venda, contudo, diante da negativa, Júlio revelou para Juliana que, o negócio aconteceria, pois, os assombrosos encarregar-se-iam de perturbar os donos do local, com acontecimentos sobrenaturais que os deixariam assombrados e, da mesma forma, perturbariam quem alugasse o imóvel.


Certo dia, necessitando de vender o imóvel para quitar dívidas, não havendo ninguém interessado em comprar devido as histórias que os moradores contavam, não tendo outra opção, Barnabé ligou para Júlio questionando-o se ainda tinha interesse de comprar o imóvel, e em seguida o convida para que juntos vistoriassem o imóvel, para acertar os detalhes da compra e venda.


Durante a vistoria do local, o dono do imóvel, o Sr. Barnabé, informou para Júlio e Juliana que ninguém conseguia ficar um mês no lugar, deixando-os cientes sobre os eventos macabros narrados por quem residiu no imóvel e concluiu:

- É por esse motivo e por precisar desse valor para pagar algumas dívidas, não me restou outra opção, que não seja a de vender este imóvel, por esse valor bem abaixo do mercado. Além disso, a venda representa economia nas dívidas de manutenção e de pagamentos de tributos inerentes ao imóvel.


Juliana, que acompanhava a vitória do local, perguntou ao Sr. Barnabé:

- Que tipos de eventos aconteceram aqui, que o senhor considera macabro?


Barnabé: Eu presenciei várias situações sobrenaturais, e sei que vocês não vão acreditar. Muitos até ouvem por curiosidades, mas ao fim pensam que estou ficando maluco por conta da idade. Contudo, o mesmo acontecimento que se deu comigo, ocorreram com outros locatários. No início, quando presenciava os aparelhos elétricos e eletrônicos ligarem e desligarem sozinhos, considerava tratar-se de oscilação da energia elétrica, porém, com a recorrência, percebemos que esses eventos vinham acompanhados com aberturas e fechamento brutal de portas e janelas, que faziam os vidros trincarem. Troquei diversos vidros das portas e das janelas para manter sempre o imóvel apresentável.


Ao aproximar-se da janela, o Sr. Barnabé mostra que os vidros das janelas e portas estavam trincados. E orientou que não retirassem os papeis de insulfilmes, pois, eles evitavam que os vidros estilhaçassem e formassem cacos.


Juliana, querendo fazê-lo mudar de ideia quando aos eventos paranormais, induz:

- Vejo que o lugar é bem ventilado por causa dessa pequena mata aí na frente. Esses fatos não seriam decorrentes dessas correntes de ventos, que dependendo da força, e com isso as janelas e as portas batem com forte e os vidros trincam?


Barnabé: Algumas vezes quando vem um vento da mata, as portas e janelas vibrarem, como na vizinhança, que não está a menos de 60 metros desta casa, porém, independente da intensidade do vento os vidros das janelas ou das portas não quebram. O vento que sopra aqui sopra por toda a vizinhança. As janelas e portas são parecidas, pois, possuem uma espécie de amortecedor para não comprometer a estrutura delas. Esses vizinhos que nos ladeiam, não sofrem o mesmo problema de vidros trincarem. Já conversamos com outros moradores e, esse problema de vidros trincarem somente acontece aqui nessa casa.


Juliana: Cada vizinho vai querer mostrar que a sua casa é melhor que a do outro, e podem estar escondendo a verdade. Bem natural entre vizinhos.


Júlio, percebendo que a esposa estava querendo ajudar o Sr. Barnabé, comenta em tom de brincadeira:

- Eu não duvido do senhor, mas acho que essa conversa é para eu desistir do negócio. Mas estou firme e não desistirei. kkk


Barnabé: Pode acreditar, falo a verdade. Pode ser verdade em relação aos vidros, mas e quanto as visões? Meus vizinhos continuam morando nas suas residências, e mudamos juntos para cá. Nós tivemos que nos mudar e tentamos alugar para outras pessoas, mas essas desistem e ainda narram o mesmo evento. Eles devolviam o lugar com no máximo uma semana, e nem exigiam a devolução do aluguel. O estranho é que esses locatários não se conheciam, mas afirmavam os mesmos eventos, como portas e janelas que abriam e fechavam durante a madrugada, os cachorros uivando continuamente na frente do imóvel e de frente para a mata, fazendo com que se acordassem. Pela manhã, viam que as torneiras da cozinha e as do jardim amanhecia abertas... deixando tudo inundado e dando muito trabalho no dia seguinte. Não adiantava trocar as torneiras, pois, sempre amanheciam abertas, bem como os chuveiros, que eram mais raros.


Júlio que estava ouvindo as histórias contadas por Barnabé, via que os assombrosos estavam agitados, e vinha um e apresentava-se como autor e confirmava ser verdade o relatado por Barnabé. De repente, Barnabé fez uma pausa para beber uma água que carregava num recipiente, e a porta dos fundos, que haviam trancados, fez um barulho de abrir e bater com força, assustando todos que estavam no cômodo da sala. 


Barnabé: Acreditam agora? Ouviram esse barulho?


Juliana percebeu que o Sr. Barnabé ficou bem amedrontado com o evento, enquanto Júlio apresentou um leve sorriso nos lábios, entendendo que os assombrosos estavam fazendo aquilo e falando para seu marido.


Júlio: Deve ser o vento.


Barnabé: A porta está fechada.


Juliana: Júlio sabe Sr. Barnabé. Ele está falando assim para tranquilizá-lo. Nós acreditamos no senhor, sabemos que esses eventos são possíveis. Apenas não se assuste com isso e mantenha-se firma na fé. Mas, continue de onde parou, gostaríamos de saber o que vamos encontrar aqui...


Barnabé: O último locatário, era um casal de evangélicos e deixaram a casa mobilhada, disse que em sonhos foi revelado que a casa seria amaldiçoada e que os móveis estavam amaldiçoados. Eles tinham duas crianças e, nos dias que dormiram aqui, seus filhos acordaram assustados e gritando, no meio da noite, afirmando que estavam vendo monstros, que se apresentavam como bicho papão. Eles disseram que oravam durante a noite antes de dormir e, na última vez, após ouvirem diversos barulhos na casa, preferiram não sair do quarto, contudo, os filhos e a esposa começaram a dizer coisas estranhas, como ameaças e depois não se lembravam de nada. No dia seguinte, entregaram as chaves e se mudaram de cidade. Voltaram para a casa dos pais da esposa.


Júlio, após ouvir isso, questionou se os móveis iam permanecer na casa, sendo confirmado pelo Sr. Barnabé. 

A ENCANTADORA BRUXINHA ENCANTADAOnde histórias criam vida. Descubra agora