Paola tinha acordado enfadada da noite anterior, percebeu que a cama estava completamente bagunçada e sorriu ao ver a estranha nua entre seus lençóis. Adorava se divertir com os amigos, contudo sua melhor forma de diversão era com toda certeza uma mulher linda em sua cama. Pegou o celular na mesinha ao lado da cama e viu algumas mensagens de seus amigos procurando por ela no bar e de algumas outras tantas mulheres que estava conhecendo.
Do outro lado da cidade, Rebeca acordou com a maior preguiça do mundo e percebeu que sua noiva ainda estava dormindo ao seu lado na cama. Estava animada e ansiosa pois naquela terça-feira iriam finalmente ter a primeira reunião com a cerimonialista que lhes fora indicada. Claro que Jenny, sua futura esposa, tinha entrado em contato e agendado tudo para um almoço naquele dia nublado. Mas nada iria tirar a animação de Rebeca aquela manhã, não via a hora de tirar suas férias, aproveitar a festa de casamento e claro, a sua lua de mel.
Ao chegar na agência publicitária ela até pensou que seria difícil as horas passarem rápido, mas quando percebeu já estava sentada à mesa com sua noiva esperando a tal cerimonialista. Ela claro, sempre ao telefone por conta do trabalho de mídia e só o deixou de lado quando Paola se juntou a elas. O encontro foi tão tranquilo que Rebeca adorou a simpatia e ideias que a cerimonialista sugeriu para o grande dia.
Nos dias e meses que se seguiram, Rebeca ficou um pouco chateada com o andar das coisas. Afinal a mania de controle de sua noiva meio que estava lhe deixando com menos voz dentro do assunto e isto não passou despercebido por Paola que ao ver a insatisfação de uma de suas clientes, logo tratou de agendar um encontro sem Jenny para conversarem sobre. Afinal de contas ela sabia muito bem que se houvesse algum problema com o casal, mesmo que o dinheiro caísse em sua conta seria mais uma história triste que ela presenciaria. E este não era o seu objetivo nem profissional e muito menos pessoal.
Em uma das tentativas de cativar a noiva desanimada, Paola começou a levá-la para algumas tomadas de decisões sem Jenny. As duas começavam a rir e perceber que tinham vários gostos em comum de músicas à filmes e uma ideia de nova amizade passou pela mente de Rebeca. Ao contrário da cerimonialista que estava cada vez mais encantada com a mulher, e tentava se conter com uns flertes leves.
Mesmo assim, a atração entre elas começou a crescer com as trocas de mensagens e nos encontros sem a outra noiva. Até que numa tarde, Rebeca decidiu conversar com Paola sobre o que estava acontecendo e quis até trocar de profissional com a agência por conta do clima de tensão que se estabeleceu entre elas naquela situação toda.
- O que você quer que eu faça? Eu te quero sim, que droga!
- Eu sei! Mas não podemos...
Paola estava cansada e decidiu que mesmo que perdesse aquela comissão, ia beijar aquela mulher e ir embora dali. O que ela não esperava era que o beijo fosse tão bom e recíproco que ao invés de tudo terminar ali; Rebeca apenas guiou sua mão por entre suas próprias pernas. Ela estava tão molhada, que Paola tirou seu vestido ali mesmo no meio da sala onde seria a festa de seu casamento.
Rebeca gemia enquanto a mulher se deliciava com a boca em seus seios e mão em sua calcinha que agora estava encharcada. Enquanto ela lhe falava putarias ao ouvido, Rebeca gemia mais e mais. Aquilo era delicioso para ambas, que não sabiam que naquela mesma tarde ao ver o calendário online da noiva, Jenny decidiu ir até o local para encontrar com elas e conversar sobre as decisões do casamento.
Ao se aproximar cuidadosamente da antessala por conta dos barulhos, meio curiosa, Jenny logo percebeu que não eram estranhos que estavam ali se divertindo. Ela viu o pescoço de sua noiva caído para um lado em cima de uma mesa enquanto Paola se deliciava entre suas pernas com a boca agora. Por um momento ela pensou em entrar e acabar com tudo, mas algo na expressão de culpa enquanto estava gemendo, fez Jenny ficar escondida ali do lado de fora observando tudo através da porta entreaberta.
Rebeca estava se divertindo com Paola, mas seu olhar cruzou com o de Jenny por entre a pequena abertura da e ela se surpreendeu a ver a sua mulher com uma expressão que ela mesma não presenciava há muito tempo: um desejo louco tomando conta de si. Rebeca ela decidiu não falar nada e só curtir o momento entre a transa com outra mulher e o olhar de Jenny pegando fogo diante da cena. Percebeu que aquilo também a estava deixando mais excitada, fazendo-a se soltar com Paola o suficiente para elas fazerem sexo anal, saírem da mesa ao chão, passando por uma das cadeiras que estava ali no salão e continuarem pelo chão até desabarem de cansadas da transa.
Ao olhar de relance para a porta, Rebeca percebeu que sua mulher não estava mais ali. Então despediu-se de Paola com carinho e foi para casa. O apartamento estava vazio e ela entrou no chuveiro para uma ducha quente e demorada, repassando ainda tudo pela mente, uma mistura de culpa por ter transado com outra e tesão por sua noiva ter presenciado tudo mesmo que escondida.
Quando finalmente saiu do banheiro, viu Jenny sentada na poltrona do quarto, seu olhar ainda era o mesmo de mais cedo: aquele desejo matador e um toque de raiva no sorriso debochado que carregava consigo. Rebeca sentou-se na cama achando que tinha estragado seu relacionamento de anos e consequentemente o futuro casamento, mas surpreendeu-se ao perceber que sua noiva foi até ela, ergueu seu rosto e a beijou calorosamente.
Rebeca tinha algumas lágrimas nos olhos, mas Jenny a abraçou e ficaram ali por um momento com a mistura de seus sentimentos transpassando de uma a outra. Jenny não sabia o que falar, mas sabia o que fazer e após uma noite superquente com sua noiva como não tinham desde o início de seu namoro; ela viu que a preocupação ainda pairava sobre a mente de sua mulher.
- Tá tudo bem, pequena. – Foi tudo que soube dizer.
Jenny de alguma forma não se sentia traída, pelo contrário, sentia como se Rebeca a estivesse dando um presente de casamento. Um que ela mesma tinha vergonha de pedir naqueles anos todos de intimidade. Talvez este fosse o problema: a intimidade entre elas tinha mudado com o passar dos anos.
Na manhã seguinte, Jenny preparou o café e lhe fez um pedido:
- Eu quero que a gente busque ajuda para melhorar, de verdade.
E depois de uma conversa franca, elas decidiram que deveriam começar a terapia de casal por conta das coisas não ditas e pequenos perrengues que no fim viravam uma bola de neve e acabavam afastando-as.
No dia do casamento, Paola sentiu um pouco de raiva do casal. E pensou se não estava na hora dela mesma direcionar melhor a vida de solteira dela, ao ver Rebeca no vestido teve ótimas lembranças dela sem roupa alguma e pensou como seria ter uma mulher como ela em todas as noites frias com estranhas em sua cama. Talvez, Jenny não soubesse de nada ou talvez ela jamais suspeitasse que a cerimonialista tivesse arrancado orgasmos loucos de sua mulher.
O que Paola nem suspeitava era que sua pequena aventura de solteirice, tinha liberto um casal cheio de amarras para uma vida conjugal mais verdadeira e amorosa. Fosse no cerne do apartamento que elas viviam, fossem nas tantas vezes futuras que Jenny se deleitaria em ver a esposa transando com outras pessoas ao alcance de seus próprios olhos e prazer.
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Madrugadas II
RomantiekMadrugadas II é um compilado de mais contos sáficos com um outro olhar e ainda sim contendo a liberdade de viver seus desejos.