02 de abril de 2016

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Maxine está separando suas roupas que se encontram em seu cesto para colocá-las para lavar. Decidiu tirar o dia para fazer uma limpeza em sua casa e só agora, tarde da noite, irá dar a devida atenção a algumas peças sujas. Na manhã seguinte irá aproveitar e as colocará para secar, depois de deixar a máquina trabalhar noite adentro.

Lewis está colocando algumas calças que usou para passarem pela lavagem e revista os bolsos das vestimentas antes de jogá-las na máquina. Adquiriu esse hábito quando foi morar sozinha pela primeira vez e percebeu que tinha o irritante costume de deixar objetos importantes nos bolsos e só notá-los depois de já estarem totalmente danificados por conta da água. Prova disso foi, nesse exato momento, já ter encontrado alguns trocados que estão em cima do balcão ao lado da loira para que ela não esqueça de colocá-los no lugar certo.

Max termina de verificar os bolsos da última calça de sua leva e puxa de dentro de um deles um papel dobrado. A moça o olha com estranheza, segurando-o em uma mão e colocando a peça faltante na máquina de lavar. Termina de configurá-la e deixa suas roupas começarem a serem lavadas.

Pega o dinheiro que achou e vai até a cozinha, para depositá-lo em seu pequeno cofre, enquanto abre o papel em sua mão, sem saber do que se trata. Seu coração dá um salto quando lê e relembra do conteúdo. Como pode esquecer de uma pista tão promissora?

Esse é o papel que arrancou de um dos cadernos de Camille quando esteve em seu quarto.

Re-lê novamente o conteúdo que conseguiu rabiscando a folha:

“Você e sua família tiraram tudo de mim! Agora vocês irão pagar pelo o que fizeram e seu pai irá sentir na pele o por quê deveria ter me deixado em paz!”

"Você e sua família tiraram tudo de mim…". Depois de tudo o que leu no diário de Camille, começa a ter uma certa lógica essa mensagem. Mas não quer acusar alguém falsamente. Não tem como provar nada com isso.

Encaminha-se até seu consultório domiciliar no final do corredor. Senta em sua mesa e liga sua lâmpada, depositando a folha em sua frente. Tenta analisar as letras meticulosamente. Tem áreas específicas da psicologia que se concentram em comportamentos através da ortografia. Já estudou alguma coisa sobre o tema por curiosidade, mas nada que a ajude definitivamente agora.

Esforça-se para entender se a escrita foi feita por alguém mais velho. Se conseguir esse caminho já sabe ao menos por onde seguir. Mas não consegue, é uma área que precisaria de muito tempo de estudo para afirmar com propriedade, coisa que, nesse assunto, ela não teve.

Consegue perceber apenas que a pessoa que escreveu está com raiva. Isso a própria mensagem deixa muito claro. Mas também há uma certa urgência. Não foi escrita de uma forma cuidadosa, como se tivesse sido plantado no quarto de Cami ou coisa parecida, não. Pelo garrancho em sua frente, o que dá a entender é que quem quer que tenha escrito isso, estava com pressa. Como se tivesse tido a ideia no impulso do momento.

Pega a folha e a aproxima de seu rosto, olhando-o de forma intrigada. O que está em suas mãos é o rascunho que conseguiu da folha debaixo da original. A verdadeira folha não estava lá. O que quer dizer que quem quer que tenha escrito, teve um certo tempo de arrancar a página com o conteúdo para não deixar pistas. 

Definitivamente o assassino gostava de fazer um certo terror psicológico com a Camille. Por que mandar aquelas pequenas frases que Julie encontrou na caixinha de música, mandar mensagens e ainda escrever um recado como esse ao invés de só terminar o serviço? Precisaria ser alguém que tivesse um bom motivo para isso e infelizmente o senhor Bradshaw parece ser essa pessoa.

Mas ele teria disposição para esse jogo psicológico todo? Ocupado do jeito que é? E ainda mais com uma menina que viu crescer e que não tem nada a ver com os assuntos dos pais?

O Que Aconteceu?Onde histórias criam vida. Descubra agora