Capítulo 4 - Em Pé de Guerra

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Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ

Em Pé de Guerra

AQUILO não podia estar acontecendo! A ideia era tão absurda que eu custei muito tempo a acreditar que realmente Dominic era o meu parceiro de estudos em economia. Não! Definitivamente, não! Eu não podia estar tão desafortunada assim! Aquele professor teria que fazer alguma coisa!

Fiquei inquieta no meu lugar e não pude evitar virar para trás e procura-lo com o olhar aturdido. Dominic estava há três fileiras atrás de mim de braços cruzados olhando firme para a tela do Datashow. Assim que o encontrei, como se soubesse que eu o fitava, ele olhou para mim. Não pude decifrar bem a sua expressão, mas pela dureza em suas feições ele também não parecia muito satisfeito por ser meu parceiro de estudos. Estranhamente, essa percepção de minha parte me enfureceu.

Virei bruscamente para frente e tive que me controlar para não ir falar com o professor antes do fim da aula. Meu corpo estava tenso, meu coração batia rápido e as minhas mãos suavam. Mais uma vez não fui capaz de prestar a devida atenção na aula e eu não sabia exatamente quem culpar por isso: Dominic ou o infeliz do professor!

Depois do que pareceu uma eternidade - devo ter mastigado metade do meu lápis - a aula acabou. Guardei rapidamente minhas coisas na mochila e desci apressadamente pelo auditório até o palco onde estava o professor. Havia pelo menos umas dez pessoas falando com ele quando cheguei e todos estavam insatisfeitos com seus parceiros de estudos. O professor parecia irritado e afirmava com toda segurança de que não iria mudar nenhuma dupla. Esperei impacientemente ele se livrar de todos os alunos antes de me aproximar com muita convicção.

-Professor? - tentei me lembrar do seu nome, mas não consegui. Meu Deus! Eu não imaginava que a minha mente estivesse em estado vegetativo em duas aulas seguidas. Qual era o meu problema?

-Sim, Srta. Miller?

Droga! Ele sabia o meu. Esse professor tinha uma memória boa demais para a idade que aparentava ter, afinal as aulas só tinham começado há uma semana. Ele continuou a tarefa de guardar suas coisas vagarosamente enquanto eu tentava falar sem parecer desesperada - o que era praticamente impossível. Meu coração batia rápido e minhas mãos suavam. Tentei acalmar o desespero dentro de mim, eu podia estar exagerando na minha reação, mas não consegui evitar tagarelar com impaciência.

-Sei que o senhor disse que não vai mudar nenhuma dupla, mas o senhor tem que saber que a pessoa que escolheu...

-Srta. Miller. - ele me cortou segurando sua pasta, o olhar impaciente e ligeiramente irritado.- Os nomes foram separados em ordem alfabética, não foi traçado o perfil de cada um para saber quem era compatível com seu colega, afinal eu não tenho tempo para fazer isso. Portanto, cada um terá que lidar com suas diferenças para realizar os estudos e os trabalhos que irei propor. Esse incômodo sempre ocorre em todos os semestres e eu nunca cedo à vontade de um aluno.

-Eu entendo perfeitamente e acho que o senhor tem toda razão! -ele saiu caminhando para fora da sala e eu o segui com passos duros. - Mas o senhor deve saber que sou uma aluna responsável e não quero ser prejudicada por um colega que não terá o mesmo comprometimento que eu.

O professor parou do lado de fora do auditório enquanto outros alunos passavam por ele apressados e me olhou estreito.

-Você é uma caloura. Acaso já conhece o seu parceiro?

-Sim! - confirmei a contra gosto. - E é alguém muito irresponsável e imaturo que eu acredito não se importar nenhum pouco com essa matéria.

O professor ficou pensativo por um momento, sua expressão era confusa e ao mesmo tempo severa enquanto olhava para mim.

Impossível Não Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora