Capítulo 7 - Um Encontro (Parte 1)

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Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ

Um Encontro (Parte 1)

DE VOLTA à sala de estar, que estava mais barulhenta que antes, fiquei apreensiva por Dominic querer demorar mais que o necessário para sair de lá, afinal não queria ninguém especulando a minha presença naquela festa, principalmente saindo de lá ao lado de Dominic. Ele parou abaixo das escadas e procurou alguém com seu olhar estreito. Vi Nathallia do outro lado da sala olhando de cara feia para mim. Eu a ignorei e segui Dominic quando ele caminhou na direção da porta da sala de estar. Percebi que Kane estava lá encostado na parede segurando uma garrafa numa mão e agarrando uma ruiva com a outra. Dominic se aproximou dele decidido e o puxou pela camisa. A ruiva cambaleou e quase caiu de bunda no chão, mas pareceu não se importar.

-Que porra, Nick?! – gritou Kane com a voz engrolada.

-Quando eu voltar, não quero ver nenhuma dessas pessoas aqui. Entendeu, porra?

Dominic estava mesmo irritado com o primo por ele dar uma festa. Ele empurrou Kane contra a parede, lhe deu as costas, pegou sua jaqueta no suporte atrás da porta e seguiu para a saída do apartamento. Eu fui atrás dele ignorando os olhares interrogativos dos convidados na minha direção. Não reclamei por ele decidir descer os três andares de escada, não queria contraria-lo ainda mais.

Chegamos do lado de fora do pequeno prédio de apartamentos, o belo carro prata de Dominic estava estacionado na calçada. Ele abriu a porta do carona para mim ignorando meu agradecimento, entrou no carro e saiu rapidamente pela estrada.

Dominic dirigiu em silêncio e a sua raiva mal contida estava começando a me incomodar. Eu não tinha nada a ver com seus problemas com o primo, mas minha curiosidade foi maior que o meu bom senso.

-Dar uma festa no meio da semana. Foi essa forma que o Kane encontrou para provocar o pai?

Olhei para o perfil bonito do rosto de Dominic no carro escuro. A pouca luz da rua que o iluminava me mostrou que ele não estava mais tão sério quanto antes. Talvez se sentisse melhor agora que tinha saído do apartamento.

-Uma das formas. – ele respondeu com o olhar firme na estrada. – Ele gosta de agir como um adolescente às vezes. Não tenho mais paciência para isso. Não quero mais me responsabilizar pelos atos dele.

-Por que você se responsabilizaria pelas coisas que ele faz? – perguntei confusa.

-Porque somos uma família. – respondeu ele sério, dando de ombros.

De certo modo eu podia entende-lo, embora sendo filha única e nunca tendo primos muito próximos. Dominic valorizava a união da família, mesmo que houvesse seus limites. Eu não podia continuar discutindo com ele por algo que só ele entendia. Por isso, fiquei quieta até chegarmos à delegacia do campus.

Dominic estacionou na frente do Departamento de Policia da Universidade de Kentuncky. Ele estava carrancudo de novo quando entramos na delegacia e pedimos para falar com o oficial Jones na recepção. O policial gordo atrás da mesa nos pediu para esperar e depois, do que pareceu uma eternidade, o oficial Jones veio nos receber. Ele usava terno marrom, camisa azul folgada e calças jeans surradas, que pareciam largas demais para ele. Holly teria um ataque se o visse. Tinha certeza que ela iria pedir para ele queimar aquelas roupas pelo bom nome da moda.

Ele lançou um olhar estreito para Dominic e outro para mim antes de consultar o seu relógio no pulso. Faltava um minuto para as nove horas da noite. Ele não podia dizer que estávamos atrasados.

-Venham comigo, por favor. – disse com uma voz grossa, depois desaparecendo por um corredor.

Seguimos o oficial. Ele abriu uma porta no meio do corredor e a fechou depois que entramos.

Impossível Não Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora