Capítulo 9 - Protetor

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Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ

Protetor

EU ESTAVA nervosa e ansiosa enquanto esperava por Dominic dentro da tenebrosa lanchonete do Joe. Me bateu um arrependimento de não ter desligado a ligação no momento em que percebi que era ele do outro lado da linha. Em que eu estava pensando? Dominic não estava falando comigo desde o início da semana, por isso ligar para pedir sua ajuda não me parecia certo.

Percorri meus olhos nervosos pela pequena lanchonete mal iluminada. Havia umas cinco pessoas lá dentro, acho que a maioria homens e de vez em quando desviavam seus olhos até mim. Eu não fiquei encarando ninguém para adivinhar o que eles estavam pensando ao olhar para uma garota num vestido de festa, apenas me encolhi sobre uma cadeira, bebi um pequeno gole da água que tinha pedido e aguardei ansiosamente pela chegada do Dominic.

Eu não conseguia acreditar que estava naquela situação. Mas para evitar um surto, deixei para pensar no desastre que tinha sido aquela noite quando eu estivesse me sentindo segura.

-Tem certeza de que não quer mais nada, querida? – perguntou um homem, provavelmente o Joe. Ele era calvo e tinha um bigode grisalho. Estava parado atrás do balcão enxugando um copo com um pano de prato encardido, o avental branco que ele usava tinha manchas de gordura. Aparentemente, além de dono, garçom e balconista, ele também era o cozinheiro.

-Não, obrigada. – gritei para ele da minha mesa, forçando um sorriso. Eu estava louca para sair dali, por isso quando meus olhos encontraram Dominic que tinha acabado de abrir a porta daquele boteco, eu me levantei bruscamente quase derrubando a cadeira.

O alívio que me invadiu foi tão exageradamente forte, que eu praticamente corri até ele. Dominic também se aproximou rapidamente, me tomando no meio do caminho.

-Você está bem? – ele perguntou segurando nos meus ombros desnudos. Seu rosto estava tenso e preocupado, eu tive que conter a vontade intensa de me jogar em seus braços e abraça-lo.

Eu respondi apenas com um aceno de cabeça, sem saber o que dizer primeiro. Havia tanta coisa na minha cabeça e estava sentindo muita coisa de uma vez só.

Dominic retirou sua jaqueta e a vestiu em mim. Era a mesma jaqueta que ele tinha me emprestado naquela noite no Queen's Bar. Por baixo ele estava usando apenas uma T-shirt cinza, que parecia ser mais a camiseta de um pijama, como se ele tivesse saído com tanta pressa que não pôde trocar de roupa.

Ele segurou na minha mão e me levou de volta até o lugar onde eu estava sentada. Olhei para ele confusa. Queria dizer a ele para irmos embora, eu não queria mais ficar naquele lugar desagradável nem mais um segundo, mas pelo olhar dele, percebi que Dominic queria falar comigo antes de irmos embora.

Ele se sentou de frente para mim sem soltar a minha mão trêmula. Eu apertei a sua mão com força, sentindo-me acalmar aos poucos, como se a sua pele quente me confortasse.

-Dominic, eu sinto muito. – eu disse exasperada antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. – Eu não sei por que liguei pra você, eu simplesmente disquei sem perceber, eu juro. Eu não queria te incomodar, eu só... Não sei porque liguei pra você, eu deveria ter desligado ou pedido para você dar o recado a Holly.

-Acalme-se, Olivia. – disse ele suavemente apertando a minha mão. – Está tudo bem. Holly está trancada com Tyler em seu quarto há horas. Eu duvido que ela teria te atendido. Fico feliz por você ter ligado para mim.

Mesmo ele dizendo isso, ainda me sentia incomodada por ter pedido sua ajuda. Ele não estava falando comigo nos últimos dias e eu também o ignorei. Será que agora eram mágoas passadas? Éramos amigos de novo?

Impossível Não Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora