Capítulo 6 - Segundas Impressões

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Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ

Segundas Impressões

ACORDEI de um sono profundo, escuro e sem sonhos. Entreabri os olhos e encarei um teto branco, bem diferente do teto do meu dormitório no campus que estava cheio de manchas amarelas provocadas por um alagamento no andar de cima. Confusa, percebi que a cama em que eu estava era maior e bem mais confortável que a minha do dormitório. O cheiro dos lençóis que havia penetrado nas minhas narinas não tinha o mesmo perfume de lavanda que eu estava acostumada, mas o leve toque almiscarado era bem familiar.

Minha mente rapidamente ligou aquele perfume ao rosto de Dominic e num estalo me lembrei do que tinha acontecido no dia anterior e de que eu estava dormindo na cama, de ninguém menos do que Dominic Marshall.

Tentei me sentar, mas a dor no meu corpo me atingiu como uma pancada. Fiquei mais um momento deitada encarando o teto, pensando no quanto minha vida era patética. Por que logo eu, que tinha um medo medonho dos infernos de me afogar tive que ser jogada no lago e passar por essa humilhação? Como eu gostaria que tudo pudesse ser diferente! Só queria ser uma garota normal, que sai com os amigos para festas à beira de um lago, que não se apavora, quase morre e vai para a cama de um garoto bonito como se estivesse adoentada demais para andar.

Que droga, cara! Dominic já tinha pena de mim. Depois desse episódio então... Merda! Eu não deveria estar pensando nisso em sua cama. Tenho que dar o fora daqui!

Consegui me sentar com muito esforço, sentindo minha cabeça latejar e uma dor agoniante no peito. Percorri meus olhos pelo quarto mal iluminado e fiquei feliz ao perceber que estava sozinha. Com certeza teria um pequeno ataque se encontrasse Dominic aqui como o encontrei de madrugada. Meu cabelo estava armado, minha cara inchada. Eu deveria estar parecendo o abominável homem das neves de ressaca. Mesmo o odiando, não iria querer que ele me visse assim.

Levantei da cama e meu coração deu um pulo quando ouvi a porta do quarto se abrir.

-Olivia!

Ouvi a voz rouca de Holly ecoar pelo quarto. Ela correu na minha direção e me abraçou apertado.

-Ai! Holly! Meu corpo dói.

-Desculpa, desculpa! Eu sinto muito! - ela não me soltou e começou a chorar. - Eu sinto muito!

-Para com isso, Holly. - pedi tentando ignorar a dor e retribuindo o abraço. - Não foi culpa sua.

Depois de um momento ela se afastou de mim fungando e secando os olhos. Sua aparência me assustou. Holly estava com olheiras, os olhos inchados e o cabelo despenteado. Quase não parecia minha amiga.

-Você está horrível. - fiz uma careta e lhe mostrei um fraco sorriso.

-Olha só quem fala. - disse ela sorrindo também. - Como você se sente? Não acha que precisa ir a um hospital?

-Estou me sentindo fraca e meu corpo dói, mas não é nada demais. Sem hospitais, obrigada.

Holly me encarou preocupada e cruzou os braços.

-Não é a hora para você ser uma teimosa, Livy.

-Estou falando sério, não é necessário me levar para o hospital. - desviei os olhos dela e tentei inutilmente desembaraçar meus cabelos com os dedos. - A propósito, por que estamos aqui? Por que não me levou para o seu apartamento?

-Estamos aqui porque era o lugar mais perto do hospital, caso precisasse leva-la e você não fosse uma teimosa tão chata! - ela revirou os olhos e me fez sentar na cama novamente. - É sério, Livy. Eu sinto muito! A culpa foi toda minha! Se eu não tivesse insistido para você ir, isso não teria acontecido.

Impossível Não Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora