Capítulo 14 - A Verdade

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Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ

A Verdade

-BOA NOITE a todos. – Disse meu pai educadamente, apesar de sua expressão dura.

-Antony Miller? – Perguntou o pai do Kane se levantando do sofá. Seus irmãos também se levantaram e se aproximaram para cumprimentar meu pai com um aperto de mão. – Nunca pensei que o veria de novo após o ocorrido de Nova York.

-Pois é. Eu também não. – Respondeu meu pai sério, enquanto o Sr. Marshall mais velho, incrivelmente sorria. Eu não fazia ideia do que eles estavam falando, nunca imaginei que pudessem se conhecer. – Parece que eu interrompi uma celebração. Me desculpem por isso. Estou aqui apenas para falar com a minha filha. É urgente.

Meu pai lançou seu olhar severo para mim e eu me encolhi sem evitar. Também notei o olhar que Tony Marshall tinha na minha direção. Ele parecia até um pouco impressionado, talvez, por agora saber quem era o meu pai. Aquilo me irritou profundamente.

-Oh, por favor, Sr. Miller. Utilize o escritório aqui ao lado. – Disse Arthur, o pai do Dominic gesticulando para uma porta fechada do lado oposto da sala.

-Muito obrigado. – Disse meu pai com um aceno. Ele me encarou mais uma vez. – Olivia?

Eu o observei caminhar até a porta que o Arthur havia mostrado, mas não me movi do lugar. Holly me cutucou e eu tive que me obrigar a ser forte. Todos estavam olhando para mim e notando o meu desconforto.

Eu me levantei e caminhei até o meu pai tentando manter meus passos firmes. Eu estava confusa sobre a sua presença, mas acima de tudo eu não poderia negar que estava assustada. Algo se embrulhava desconfortavelmente no meu estômago e me dava vontade de vomitar.

Cruzei a sala sem conseguir olhar para ninguém e entrei no pequeno escritório. Meu pai entrou depois de mim e fechou a porta. Eu me aproximei da escrivaninha de madeira que estava mais ao fundo da sala e me encostei nela. Eu não tinha certeza se queria me sentar, acreditava que aquela conversa não iria durar muito tempo. Além disso, meu pai com toda certeza ficaria de pé. Ele sempre ficava muito inquieto quando estava nervoso e ninguém era capaz de acalmá-lo.

Olhei para ele, que estava parado há poucos passos na minha frente com as mãos escondidas nos bolsos da calça. Seus olhos também avaliaram minha aparência antes de se travarem severamente no meu rosto.

-Como... Como sabia que eu estava aqui? – Perguntei cortando o silêncio. Meu pai sempre ficava satisfeito em iniciar a conversa, mas como ele estava quase me matando com essa cara de bravo e toda aquela hesitação, eu tive que agir.

-A Srta. Jensen. – Ele respondeu simplesmente e eu tive que me segurar para não revirar os olhos. Claro que foi a bruxa da sua secretária. Quem mais poderia ser? – Ela tentou entrar em contato com você durante essa semana. Você simplesmente não a atendeu.

-Eu estava ocupada. – Respondi com a desculpa mais bem usada do planeta, o que pareceu só deixar meu pai mais furioso.

Acho que para aplacar um pouco da sua fúria, ele começou a caminhar de um lado para outro na minha frente. Sua expressão sombria estava começando a me assustar e me obrigando a procurar pontos de fuga naquela sala pequena para escapar dele.

-Você estava ocupada. – Ele repetiu para si mesmo, sem olhar para mim, ainda andando na minha frente lentamente. – A Srta. Jensen fez algo além de suas obrigações essa semana, como me colocar a par de tudo que vem acontecendo com você.

Ele parou de caminhar e parou novamente na minha frente com seu olhar estreito sobre mim.

-Há semanas, o fato de que você não tinha usado nenhum centavo da conta universitária que disponibilizei para você, estava incomodando minha assistente.

Impossível Não Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora