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Marilia - chamou Henrique , rompendo minha concentração. — Está tudo bem? Você se distraiu por um minuto.

— Quê? — Pisquei algumas vezes. Estou bem, só um pouco cansada. -

Você? Cansada? Ele parecia não estar convencido. — Não. Não pode ser.

De repente, eu não queria mais barulho. Queria silêncio. Silêncio para poder pensar.

- Na verdade, Henrique , acho que preciso dormir. Boa sorte no jogo de amanhã.

Ele me olhou de um jeito estranho, mas se levantou e pegou o casaco.

— Tudo bem, se prefere assim.

Acompanhei-o até a porta, levei Athena para fora uma última vez e subi. O cavalete estava em meu quarto. Eu podia muito bem deixar ali. Era provável que precisasse dele na noite de sexta-feira.

Droga, Maraisa. Talvez, só talvez, ela terminasse cumprindo de algum jeito as oito horas de sono. Era duvidoso, mas ainda havia esperanças.

Sentei-me na cama e pensei em minha época com Hannah, a dominatrix que foi minha mentora. A única pessoa a quem já me submeti.

Ela me deu várias instruções sobre a punição, sendo a primeira regra não castigar por raiva. Nunca procedi assim e tinha certeza de que na noite de sexta-feira eu estaria mais calma.

Meu pacote de instruções a Maraisa listava as consequências da desobediência. Ao lado de "privação de sono", relacionei espancamento, vinte golpes por hora perdida.

Na hora, isso me pareceu fazer sentido; pensando bem agora, parecia exagerado. Meio demais. Deveria mudar? Maraisa perceberia? Não. Eu não podia mudar isso e conservar o respeito de que precisava como dominatrix dela. Seriam vinte golpes.

Lembrei-me de outra coisa que Hannah me dissera: torne o primeiro castigo memorável e você não terá de repeti-lo tão cedo. Sim. Eu o tornaria memorável e, deste modo, talvez consertasse também o resto de seu comportamento. Chega de sobrancelhas erguidas e hesitações.

A voz no fundo de minha cabeça me avisava que eu não podia puni-la por essas coisas. Elas faziam parte do passado. Deixei passar e a culpa era minha. Seria um erro trazê-las de volta.

Mas se eu aplicasse um castigo suficientemente memorável, desencorajaria esse tipo de comportamento.

Suspirei e fui para a sala de jogos, onde escolhi uma tira de couro. De volta ao quarto, coloquei em minha cômoda. Se eu olhasse para ela e o banco a semana toda, talvez me sentisse pronta na sexta-feira. Eu podia fazer isso. Sabia que podia. Eu era a dominatrix de Maraisa afinal, e era hora de começar a cumprir meu papel.

Hannah me ensinara os três tipos de espancamento: erótico, de aquecimento e punitivo. Dei a Maraisa uma prova de um espancamento erótico com o chicote de equitação durante nosso primeiro fim de semana juntas.

Os espancamentos eróticos atormentavam o receptor, aumentavam seu prazer - levando-o a um novo nível. Ao contrário dos outros dois espancamentos. O de aquecimento seria muito importante com Maraisa. Sua pele era pouco bronzeada e fina. Formava hematomas com facilidade. Eu precisava levar isso em conta, garantir que não deixaria nenhuma marca duradoura.

Vinte golpes com a tira de couro a deixariam marcada se primeiro eu não preparasse adequadamente seu traseiro.

Mesmo com o aquecimento, eu teria de andar numa corda bamba, avaliando sua pele, suas reações e suas emoções. Suas emoções... Ela ia chorar.

Eu a faria chorar. Poderia fazer isso? Tinha de fazer, se quisesse que nossa relação avançasse. Se não conseguisse ver suas lágrimas, não tinha sentido mantê-la como submissa. Era uma realidade dura e fria de nossa relação.

A Dominatrix-adpt malila Onde histórias criam vida. Descubra agora