Capítulo 01
O Som de carne sendo cortada e um grito de dor medonho de uma criatura ecoou naquele ambiente gélido, a frente o fogo consumia sem discriminação o que antes era o orfanato. Com dificuldades o garoto de pele rosa que parecia porcelana e cabelos brancos, estava sobre a neve, ele não sabia como ou o porquê mas um filhote de lobo estava ao seu lado chorando em preocupação.
"Ei garoto... não durma" Uma voz quase inaudível quebrou aquele lugar tão barulhento e ao mesmo tempo silencioso.
Como se tivesse sido empurrado para frente o corpo de Heliel se jogou, seus olhos arregalaram e seu corpo todo estava coberto de suor. Sua palpitação estava desordenada. Mais uma vez a noite lhe presenteou o mesmo eco do passado, contudo em forma de pesadelo.
A cortina de seda dançava timidamente em silêncio na janela, ao olhar para os pés da cama, seu familiar Nigra dormia confortavelmente. Aquela cena roubou seu sorriso, por um momento sentiu que era importante para alguém, mesmo que esse alguém tivesse quatro patas.
Se levantou com cuidado para não acordá-lo, vestiu uma camisa fina verde que puxava levemente para um verde lodo quase seco. Caminhou até a área de treinamento, pegou uma espada de madeira e como estava enfrentando um inimigo tomou a iniciativa de atacar.
A espada de madeira cortava o ar com maestria, ele estava concentrado demais para notar a figura que se aproximava em silêncio, o vento frio da madrugada permeia seu pulmão, mas ele ignorou, o cansaço era nítido, mas Heliel não queria voltar para cama. Estava imerso nos pensamentos quando se virou abruptamente erguendo a espada de madeira para o visitante inesperado, fazendo o mesmo cair de costa. Nesse instante suas pupilas contraem, demonstrando nitidamente seu estado de choque.
– Jovem mestre, o que faz acordado uma hora dessas ? – Questionou ele surpreso, soltando a espada de madeira e erguendo a mão para ajudar um garoto de pele morena, cabelos negros com mexa branca é olhos verde, embora fosse belo, seu olhar era tranquilo e frio.
Urias não era de falar muito, mas logo respondeu : – E o que faz em uma hora dessa? Não e hora para treinar, se o tio souber disso ficará furioso. – repreendeu o garoto não respondendo a pergunta de Heliel.
Um pouco receoso e envergonhado pelas palavras do garoto, percebendo a gravidade do problema, Heliel respondeu.
– Perdi o sono jovem mestre, mas por favor não conte nada para o Duque.
Heliel ainda estava perplexo.
Urias acenou com a cabeça naturalmente e disse : – Não se pode ignorar o passado, mas pode coexistir com ele sem deixar de viver. Por hora não direi nada, mas volte para o seu quarto, não deve esforçar sua pedra da alma.
– hehe... o que seria pedra da alma? Questionou Heliel enquanto ajudava Urias a se levantar.
O questionamento inesperado de Heliel deixou o garoto irritado, mas lembrou que a igreja ensinava apenas coisas do clero.
Soltando uma respiração pesada, Urias começou a dizer: – Esqueci que o conhecimento às vezes a nobreza é privilegiada. Enfim, irei te explicar de forma resumida para que entenda, mas vamos voltar? Indagou ele enquanto se virava para ir em direção ao alojamento dos soldados.
– Então jovem mestre, Urias, O que seria pedra da Alma?
– Não seria o que, mas como. – começou ele; – Tudo o que se sabe é que cada um de nós somos capazes de usar a magia de duas maneiras, a não falada, e a magia natural.
Heliel o acompanhava em silêncio, totalmente imerso nas explicações.
– Tudo tem vida, desde as aves do céu, até a formiga. Os animais maiores e criaturas mágicas que chamamos de bestas fazem magia não falada, por exemplo.
Nesse instante ele fechou os olhos, e no corredor escuro uma pequena chama de fogo se formou nas mãos de Urias. Arrancando espanto de Heliel.
– Para esse tipo de magia, você precisa mentalizar o que quer se formar. – explicou ele; – E magia natural, usamos coisas da natureza ou não, para fazer algo, em resumo, magia é um produto da intenção. Mas tudo tem sua regra e seu pagamento.
Heliel continuava perplexo.
– A magia responde a sua emoções, quando mais denso suas emoções e intenções, mais forte é, às vezes descontrolado será, tenha isso em mente. – advertiu o garoto.
Ao ouvir cada palavra Heliel se perguntou o que aconteceria se perdesse o controle?
Heliel balançou a cabeça, deixando de lado os pensamentos que o distraía.
– Bem chegamos, está entregue jovem senhorita. – brincou Urias ao chegar na porta do alojamento.
– Jovem mestre... – Ele iria o repreender, mas se calou, sabia que não era obrigado a contar sobre a magia, mas explicou, e estava disposto a ignorar aquela atitude.
Heliel estava processando as informações que Urias lhe contou.
Simplificando, todos possuem poder mágico, mas existe nível para diferenciar e tipo de magia, o que faz todo sentido, mas ele sentia que era melhor fica com a espada.
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O último pedido Vol.02
RandomMentira toda neve consomem, mas será mesmo? alguns anos se passaram depois daquela fatídica tragédia, Heliel começa a descobrir que o mundo além de vasto possui segredos que aos poucos se mostra para todos.