Capítulo 04
A gargalhada de uma criança que acabou de recorrer a uma travessura ecoou pelo salão, enquanto Heliel tentava recuperar o fôlego após participar da fuga sem sentido.
Descendo as escadas de madeira em um vestido verde floral, porém modesto, Selene sorriu para Urias, enquanto chegava cada vez mais perto, através dos degraus da escadaria.
-- Seu riso foi ouvido até no meu quarto, bem de novo com isso... já era de se espera. - respondeu ela sem dar tempo pra que ambos respondesse.
- Então a senhora está ciente que todos negligência e até rejeita a comida ao jovem mestre minha senhora? - indagou Heliel, desconfortável com a falsa tranquilidade que via nos olhos de Selene.
- Estou ciente, e irei tratar disso.
- Tia não se preocupe com coisas sem... - Urias iria continua mas foi interrompido com o indicador entre os lábios enquanto sentia um calafrio percorrer todo o corpo.
- Dillan.
- Sim minha Senhora? Falou um homem recém convocado por ela.
- Sim, quero que verifique sobre isso, para que possamos detetizar a casa de possíveis pragas. Quero o resultado em cinco minutos! Selene estava extremamente nervosa.
Dillan e Heliel não sabia o que estava acontecendo.
Urias sabia que estava fazendo um jogo perigoso, esconder sobre as atitudes dos empregados mas estava ciente que Heliel era fiel a sua tia, e isso era custoso para recrimina-lo. Mas o problema era a empregada chefe da cozinha que ousou desafiar a autoridade de sua tia, e mesmo assim ele se sentia indiferente sobre aquele assunto. Houveram um tempo que ele se importava, mas hoje seus olhos era frio que causava arrepio, ele tinha roupas modesta, mas Heliel sabia que não podia ignorar, e era ciente das atrocidades que aquela criança era capaz de fazer.
- Eu não quero dificultar o trajeto de vocês, querido, se comporte está bem? - Ordenou Selene a Urias enquanto caminhava rumo ao escritório de Nergal.
Urias riu timidamente enquanto olhava para a escada. Já Heliel estava tenso, esperando que fosse recriminado pelo garoto.
- Quem você deseja trair? - Indagou Urias, seu sinismo era tão afiado como uma faca em um tecido de alta qualidade.
- Nunca ousaria trair essa casa jovem mestre. - Rebateu ele, mesmo que as palavras sinicas fizeram seu coração doer.
Os dois se encarou por um tempo, e Urias respirou fundo antes de continuar.
- Acho que você perdeu a cabeça. - Brincou Urias.
- Ainda não jovem mestre. - suas palavras parecia sinceras, o que fez com que deixou Urias conturbado e seu tom de voz parecia ter compreensão.
Urias sentiu que tinha chegado no limite naquela manhã, a expressão de seu rosto era de total insatisfação. Embora Heliel ignorava o seu olhar fuzilante.
- Mas te garanto que não será um problema jovem mestre, caso eu caia nas mãos da demência poderá me retira desse mundo.
Urias ficou tão surpreso com sua ousadia que ignorou sua afronta.
- Ainda assim, não a morte com dignidade dessa maneira, não desejo ser visto como um covarde.
Um longo silêncio se fez presente, antes que Urias começou a caminha até as escadarias.
Em outro lugar, as pessoas que passava observava e murmuravam assim que a carruagem com o brasão do Ducado de Autazes passava, era um corvo com duas espada cruzadas em forma de V desenhado na porta da carruagem, e os olhares de curiosos era inevitável, já que por motivos desconhecido os membros dessa casa, dificilmente saia do casarão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O último pedido Vol.02
De TodoMentira toda neve consomem, mas será mesmo? alguns anos se passaram depois daquela fatídica tragédia, Heliel começa a descobrir que o mundo além de vasto possui segredos que aos poucos se mostra para todos.