Capítulo Cinco

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― Lar, doce lar. ― Jeongguk disse a si mesmo enquanto ele estacionava. Era depois das seis, e o sol já se pôs dando lugar a noite. Todas as luzes da casa estavam acesas, e sem dúvida todos se reuniram na cozinha para jantar.

Jeongguk desligou o motor e olhou para a casa por um momento. Eles viviam nesta casa nos últimos dez anos. Eles fizeram esta casa depois que os seus pais tinham sido assassinados. Mas depois de conhecer o seu companheiro na outra noite, Jeongguk não podia deixar de sentir que algo estava faltando. O lugar que tinha sido o seu refúgio seguro não parecia tão reconfortante.

Enquanto caminhava pelo caminho de pedra para a varanda da frente, viu uma grande massa cinzenta deitada sobre a grama triste, olhando para a noite estrelada.

Soobin. Jeongguk se dirigiu para o seu irmão e sentou-se ao lado dele. Ele esticou as pernas na frente dele e apoiou sobre os cotovelos.


― Então. ― Ele olhou do céu de volta ao seu irmão. ― O que está acontecendo, filhote?


Soobin soltou um latido suave e balançou a cabeça. Ele não fez nenhum movimento para mudar de volta para falar. Jeongguk odiava ver o seu irmão tão triste, mas não havia nada que pudesse fazer para consertar o problema. Ele tinha 16 anos era jovem demais para participar de um acasalamento com um homem mais velho. Soobin teria que encontrar uma forma de lidar com os seus problemas. Em dois anos, ele poderia reivindicar por todos os meios o seu companheiro. A parte mais difícil seria esperar, e Jeongguk entendia disso. Inferno, ele esperou 29 anos para encontrar o seu companheiro. Não muito, mas o suficiente.





― Soobin, você não pode ficar assim para sempre. Namjoon não quer isso para você. ― Jeongguk não era o mais paciente dos indivíduos, mas pelo seu irmão ele ia tentar. ― Eu vi o jeito que ele olhou para você. Ele quer que você aproveite a vida mesmo sem ele. ― Jeongguk sentou e cruzou as pernas debaixo dele. ― Você é muito jovem, Soobin. Não deixe que a sua tristeza o consuma. ― Ele balançou a cabeça. ― Deixe-me dizer-te, isso vai comê-lo vivo até que não sobre nada.



O ar ao redor de Soobin começou a brilhar seguido pelo som de ossos estalando. Ele sorriu quando os olhos castanhos de Soobin olharam para ele.

― Mas dói, Gguk. ― Soobin soou tão ferido e perdido.



― Às vezes o amor dói. É assim que sabemos que ainda somos humanos, mesmo quando os outros pensam que somos apenas animais. ― Jeongguk tirou a camisa de flanela e entregou a Soobin. Uma vez que Soobin a vestiu, Jeongguk passou um braço em torno do seu ombro e o puxou para perto. ― Está tudo bem estar triste, Soobin, mas você não pode deixar a tristeza governar você.


― Você deixa governar. ― Uma lágrima correu pelo rosto de Soobin, e sua voz falhou.



Jeongguk respirou fundo. Ele não queria que Soobin adquirisse os seus hábitos de ninhada. Soobin era jovem e tinha toda a sua vida pela frente. Sentado ao redor deprimido só vai torná-lo tão amargurado quanto ele. Jeongguk não desejava isso para a vida de ninguém.

― Você está certo. ― disse Jeongguk honestamente. ― Mas você não precisa ser, além de que não desejo que você siga os meus passos. Você é gentil e inteligente. Merece muito mais da vida do que estar sentado e a deixando passar por você. Quando chegar a hora, Namjoon vai querer um homem, não um garoto perdido.


― Eu sou um homem. ― disse Soobin enxugando as lágrimas.


― Sim, e ainda é uma criança. ― brincou Jeongguk. Ele bagunçou o cabelo preto de Soobin.  Soobin deu um tapa na sua mão, mas começou a rir. O som era música para os ouvidos de Jeongguk. Jeongguk levantou e puxou Soobin pela sua mão. ― Vamos jantar com a família. Tenho certeza de que estão esperando por nós. ― Ele passou o braço em torno de Soobin e levou-o para a casa.

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