i am so lost,

532 26 2
                                    

I am so lost because you felt like home

Percorria os meus cabelos longos com os dedos, enquanto pensava na conversa com Rúben. Cerca de meia hora mais tarde a certeza do que estava a acontecer tornou-se ainda maior. Caiu-me a ficha fortemente após encara-lo.

Admitir em voz alta que esperava uma criança nos próximos seis meses ao meu primo foi o mais fácil deste novo  caminho. Descobrir foi chocante, partilhar a notícia com uma pessoa que me partiu o coração inúmeras vezes era tortura. Se tivesse o mesmo grau de egoísmo que ele, escolhia não lhe ter contado sobre a gravidez.

Estava completamente perdida dentro da minha mente nos últimos meses e sentia que continuava a afundar-me cada vez mais.

Um homem não podia ditar a minha vida. Ou o meu futuro. Muito menos o meu bem-estar. Era a minha obrigação ser mais forte que o coração que havia sido partido e erguer-me sozinha.

Cair no fundo e levantar-me de vez.

Jamais permitir que a mesma pessoa seja capaz de errar comigo duas vezes.

Fazia uma retrospetiva imensa. Usava um caderno para apontar coisas que precisava de um desfecho e de serem resolvidas. Apontar todos os meus objetivos e formas de os conquistar. Deixar, aquilo que me fazia mal, para trás.

Gostava tanto de ter a força e a coragem para mudar, para dizer um chega e recomeçar do zero, reconstruir-me. Aperfeiçoar-me. Começava pelos pontos mais difíceis. Aceitação.

Aceitar que estava a gerar uma nova vida dentro de mim e que o Rúben fazia parte dessa vida. Não podia negar a sua presença. Custava imenso ter a noção que as nossas vidas iam estar para sempre ligadas e que geraram outra.

Por mais magoada ou enraivecida que estivesse com ele, queria ser justa e fazer melhor que ele. É o pai e eu iria respeitar.

Decidi pegar no telemóvel e enviar-lhe mensagem, após tanto pensar se era correto ou se preferia manter as coisas como estavam. Era uma decisão pensada. Tinha que aceitar.

Rúben Dias

Tens razão. Fui longe demais. Obrigada por não teres dado abertura para uma discussão. Passou uma hora e não parei de pensar no melhor para mim. No entanto, só tenho que pensar no melhor para este bebé e negar-lhe o pai é impensável. Se quiseres falar... Estou disposta.

No instante em que deixei o telemóvel pousado no sofá, Diogo entrou em casa a chamar por mim até que me viu no sofá.

- Está alguma coisa a arder?

- Engraçadinha. - Agachou-se para me dar um beijo na testa, sentando-se ao meu lado. - Como é que estás hoje? Mais calma?

- Mais ciente. Preciso de aceitar que isto está mesmo a acontecer. Acho que aceitei assim que o Rúben entrou por esta porta há uma hora atrás e ficou escandalizado. - Encolhi os ombros e ele só ficou de sobrancelha franzida.

- O Rúben está cá?

- Ontem liguei-lhe como sabes. Acho que ficou preocupado e decidiu falar comigo pessoalmente, visto não lhe atender as chamadas.

E N T R E L I N H A S  ➛  RÚBEN DIASOnde histórias criam vida. Descubra agora