i got the man i want,

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I got the man I want, bye I'm happy

Os aplausos inundaram as bancadas do estádio, após mais uma vitória do City. Um jogo difícil do início ao fim, com um penálti a favor nos últimos minutos e um cartão vermelho mostrado ao João Cancelo nos minutos iniciais.

A única injustiça foi Rúben só ter entrado para jogar um único minuto. Senti-me abatida por ele, só queria vê-lo fazer o que tanto ama antes de me ausentar da sua vida por um tempo indefinido. A verdade é que podia durar meros dias como umas longas e dolorosas semanas.

Gostava de voltar a Manchester após endireitar a minha vida profissional e pessoal. No entanto, no fundo, sabia que só nos voltaríamos a ver quando fosse a Portugal jogar pela seleção.

Respirei fundo com o pensamento assombroso de estar longe dele. Receava tanto acordar de um sonho e perceber que estava tão perdida na nossa bolha de amor, que não fui capaz de contraria-lo, aos seus e aos meus sentimentos. Só de pensar na hipótese de enfrentar a realidade sem estar com o Rúben era assustadora.

O que ia dizer ás minhas irmãs? Aos nossos amigos pessoalmente? Ao Léo que foi o meu pilar durante os últimos meses? Afastei todo o medo e limitei-me a aplaudi-los.

Estava ansiosa. Queria abraçá-lo, surpreende-lo com a reserva para um jantar romântico e por me sentir triste com o tempo que tínhamos. Pouco. E sempre a diminuir. Tencionava aproveitar todo o tempo com ele. Colada dele.

Percorri as instalações do estádio até ao estacionamento subterrâneo onde esperei por ele no seu carro. Sabia que ia ser rápido.

- Desculpa, desculpa, desculpa! - A sua voz inundou os meus ouvidos, deixando-me com um sorriso rasgado no rosto ao virar-me para ele. Os seus braços rodearam o meu corpo. - Desculpa se te fiz apanhar uma valente seca.

- Agora já estás aqui. - Apoiei os braços nos ombros do Rúben, encostando os meus lábios aos dele suavemente. - Foi um bom jogo, embora não ter visto o melhor em campo tanto tempo.

- Vais ter muitas oportunidades para o ver em campo, Ayla. - Beijou-me novamente, descendo a mão ao longo do meu corpo. - Podemos jantar os dois ou com alguns colegas de equipa. O convite, feito pelo Bernardo, inclui-te.

- Podemos jantar com os teus colegas, se for o que queres. - Ele mostrou-se pensativo. - A noite ainda é uma criança, Rúben.

- Jantamos, mas sem after.

- Combinado. - Tentei afastar-me do seu corpo para que entrássemos no carro, embora sem ter o efeito pretendido. - Não quero que vás.

- Jantar?

- Embora. - Murmurou num tom de voz baixo. Os seus olhos ganharam um novo brilho.

- Nem eu quero ir... Mas temos de ser sensatos. O que te preocupa? - Questionei. Notava-o inquieto desde o dia anterior.

- Que mudes de ideias. As coisas aconteceram tão rápido desde que nos voltamos a encontrar... Não sei Ayla, tenho receio que percebas que não é isto que queres para ti ou que os teus amigos te façam perceber que há coisas imperdoáveis. - A voz dele tremia enquanto se expressava.

Fiquei em silêncio a olhar para ele. Para o medo e o pânico de acontecer o que dizia.

- Tu foste o meu maior pilar, Rúben. E eu perdoei-te pelo que aconteceu. Claro que estamos a viver numa bolha perfeita de amor desde então e que vamos refletir quando nos separarmos.

E N T R E L I N H A S  ➛  RÚBEN DIASOnde histórias criam vida. Descubra agora