i think i'll miss you forever,

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I think I'll miss you forever,
like the stars miss the sun in the morning skies

Desliguei o computador ao fim de uma hora a tentar concentrar-me nas contas da empresa. Era mais um fim do mês. Precisava de me orientar no trabalho, mas era impossível. Relembrava-me do telefonema desnecessário para o Rúben, do que a Carolina me havia dito e tentava balançar tudo de forma a ser mais parcial.

O restante Domingo foi passado no sofá. Uma maratona de filmes e vários planos para o Futuro como mãe. Ainda me custava a acreditar, mas era impossível fingir que nada se passava. Estávamos só os dois em casa.

Carolina voltou para a sua família, apesar de querer estar presente para mim, para me apoiar e acompanhar no que fosse preciso.

Eles estavam os dois felizes. O meu primo sempre foi amante de crianças, assim como eu. O momento não foi o ideal, mas aquele bebé era tão bem-vindo em dois dias, como nunca imaginei. E sabia que seria igual com os meus pais, tios e com os meus avos. Iriam receber-me e ao bebé com os braços abertos e um enxoval.

Só ainda não sabia como contar. Tal como nem a Rúben ainda havia contado e era o pai.

No dia anterior ainda recebi mensagens dele e duas chamadas. Acabou não insistir mais. Ficou a intenção, mas não a novidade. Ia ser um choque e eu não estava preparada para lidar.

Tomei a liberdade de questionar o Diogo sobre a presença de Rúben no Alentejo. Este foi sincero e admitiu que não estava nos planos contar. Ele foi atrás de mim, atrás do meu perdão e Diogo sabia, tal como sempre, que era fácil vacilar. No entanto desta vez, tinha que ser diferente.

Rúben não podia ser egoísta depois de me prometer o mundo e o ter roubado de mim. Saber que veio atrás de mim após semanas, mesmo sem lhe responder ás mensagens, deixou-me inquieta, por não saber se queria ou não.

Será que mudava alguma coisa se nos tivéssemos cruzado e ele tivesse falado comigo?

O som do telemóvel invadiu as paredes do meu quarto, fazendo com que desistisse de adiantar os pagamentos e o trabalho, visto não querer sair de casa e ser vista. Ao olhar para o ecrã, fiquei muito surpreendida com a chamada.

- Sim?

- Ayla... Sei que sou a última pessoa que queres ver, mas se me ligaste é porque algo se passa. Se é tão sério assim, abre-me a porta.

- Como assim? Estás em Portugal?

- Estou à porta da tua casa. O Diogo saiu mesmo agora, mas sei que estás em casa.

- Estás louco? Porque vieste até aqui? Disse-te para esqueceres que te tinha ligado. - Retorqui. A minha reação foi calçar-me e descer as escadas, o que fiz rapidamente. - Rúben?

- Tal como te disse, se me ligaste é porque algo se está mesmo a passar e eu não consigo fingir, então, estou aqui.

- Vou abrir.

Puxei a camisola larga mais para baixo, visto ficar pelos meus joelhos e não assentar o meu corpo. A melhor forma de esconder a barriga.

Alguns segundos e estava a abrir-lhe a porta de casa, permitindo que entrasse. Assim o fez . Olhei discretamente para ele. Continuava atraente. Um pouco cabisbaixo. Com barba por fazer. Um corte de cabelo mais curto.

E N T R E L I N H A S  ➛  RÚBEN DIASOnde histórias criam vida. Descubra agora