he looks at her like
he just realized what love isEsfregava os olhos cansados e inchados com as mãos, devido à noite mal dormida por sentir tanto desconforto na cama. A Margarida continuava ao meu lado. Também acordada, atenta ás histórias, fotos e vídeos no instagram.
Estava uma manhã fria em Manchester, tal como a noite esfriou gradualmente, obrigando-nos a ter mais uma manta entre o lençol e o edredão. Eram duas da manhã da última vez que olhamos para o relógio de parede na noite anterior e ficamos uma boa meia hora à conversa. Era muito fácil puxar o mais aleatório assunto com ela.
Recebi algumas mensagens a perguntar onde estava de Leonardo, visto não ter ficado em casa, no Alentejo, o tempo que era suposto. Acabei por lhe dizer que precisava de estar na empresa e que era mais fácil estar no Seixal.
O rapaz estranhou imenso. No entanto, nada me disse, para além de perguntar se ia viajar. Como a foto com a Magui era no aeroporto, era óbvio. No entanto, não lhe respondi.
Era tarde e podia dizer que tinha adormecido, sem responder à questão. Apesar de não querer a mentira, a verdade custava mais.
- Tenho que ir alimentar-me. - Ganhei coragem para abandonar o conforto dos lençóis, dirigindo-me para a cozinha apenas com meias. Descalça. E com uma camisola quente. - Que frio. - Comentei para mim mesma.
Procurei alguma coisa que me abrisse o apetite pelos armários do Rúben. Escolhi torrar pão com cereais fatiado que compramos no dia anterior. O clima pedia mesmo uma caneca de leite com café, o que fiz também. Preparei o mesmo para a loira, que não iria demorar a juntar-se a mim. Cinco ou dez minutos e apareceu.
Saudou-me com os bons dias como se não tivéssemos falado anteriormente. Sorridente com a sua brincadeira, sentou-se ao pé de mim. Quase onze da manhã e não havia sinais do Rúben. Será que ainda estava a dormir?
Se bem que não era nada típico dele em época do futebol. Acordava cedo para treinar com a equipa ou mesmo para correr pela vizinhança. Era muito ativo fora dos treinos obrigatórios.
Reparei numa folha escrita pouco á frente dos nossos pratos, despertando a minha curiosidade, o que me levou a ler.
- Dra. Beatrice. 10:30. Monday.
Ao ler em voz alta, apercebi-me facilmente que era a minha consulta marcada e confirmada, uma rapidez que me aliviava.
- Achavas que era o quê? Um número aleatório? - Ela resmungou perante a minha expressão inicial por causa do papel. - Relaxa Ayla, não podes ficar a pensar isso do Ruben.
- Não acho. Sei que é verdade.
- Não é verdade desta vez. Nem vai ser mais nenhuma. Vão ficar fechados os dois, desfrutem e aproveitem estes momentos, está bem? Quando o meu sobrinho ou sobrinha nascer, tempo é o que não vão ter. Pelo menos para vocês.
- Amiga, isso só fazia sentido se fôssemos um casal e não somos. Vamos ser apenas os pais dele, dela, nada mais. - Alertei-a.
- Tu entendeste bem o que quis dizer.
aylagcunha
A tua história
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E N T R E L I N H A S ➛ RÚBEN DIAS
Teen Fiction'If you can't be their first choice, don't be an option at all'