happy ever after

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happy ever after

O meu coração enchia-se de amor cada vez que o Rúben chegava a casa após um jogo. A rotina não mudava há meses.

Assim que entrava, pousava a mala na mesa, íamos para o sofá, ele deitava sempre a cabeça no meu colo e contava-me sobre o jogo. Bons ou não tão bons, partilhava as frustrações e as realizações comigo. Era tão bom acompanha-lo.

Entrelaçava os meus dedos nos seus cabelos curtos, ouvindo-o atentamente. Estavam a fazer a época dos sonhos. A caminho de três troféus. Era um orgulho enorme para o Rúben, para a equipa, para mim e para os familiares. Parecia fácil vê-los jogar, o que fazia sempre que podia.

Enquanto Rúben elevava o patamar no futebol, ia-me focando na empresa dos meus pais e ainda no meu novo trabalho.

Consegui trabalho numa empresa, também a fazer contabilidade, embora fosse mais cansativo, trabalhoso e duradouro, dada as oito horas. Fazia horas no escritório e também em casa, era aquilo que facilitavam na empresa.

Estava animada com a minha vida. Não imaginava algum dia morar com Rúben, após uns períodos complicados e muito menos fazermos os dois vida em Manchester.

Era inacreditável como a vida dava voltas. Estava feliz, realizada e orgulhosa de nós.

Morar com um homem era mais fácil do que pensava também, provavelmente por ser com um que conhecia há anos. Tínhamos uma boa ligação e compreensão. Comunicávamos muito melhor e isso trazia-nos estabilidade.

Longos meses se tinham passado, estávamos em Abril, a semanas da final da Premier League. Um jogo em casa onde queria estar presente. Em casa e contra uma boa equipa, o Arsenal.

Estávamos deitados na cama após uma noite bem dormida, ainda que agitada.

Virei-me na cama para o encarar.

- Preparado?

- Fizemos batota ontem. - Piscou-me o olho, nada arrependido pelos acontecimentos. - Mas tenho a certeza que as minhas pernas vão aguentar. - Um sorriso desenhou-se no seu rosto ensonado.

- A Inês vem buscar-me ou encontro-me com ela no estádio? - Pousei a cabeça no seu peito nu. Ele tornou-se extremamente carinhoso e puxava uma carência em mim ridícula. Beijei-lhe o queixo, até aos lábios e parei no seu rosto.

- Ayla, não me tortures. - Sussurrou, abraçando o meu corpo quente dos lençóis. - Vamos almoçar à casa deles, ficas com ela e nós vamos.

- Parece-me um ótimo plano! Assim vejo aquele bebé maravilhoso. - Sorri-lhe animada. Sair com Inês e Bernardo era terapêutico. Gostava imenso deles, eram ótimas companhias.

Rúben tinha uma paixão secreta por Bernardo. A dúvida não existia para mim.

Demoramos longos minutos a abandonar o conforto dos lençóis, mas tínhamos que o fazer. A minha cabeça imaginou-nos numa banheira, algo que me tirou, por fim, da cama. Fiz exatamente o que os meus pensamentos pediram.

Rodei a torneira da banheira, deixando-a a encher e despejei gel de banho para fazer espuma para ser ainda mais romântico. Ri-me com o meu plano à última da hora.

E N T R E L I N H A S  ➛  RÚBEN DIASOnde histórias criam vida. Descubra agora