Capítulo 22

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P.O.V Noah

Já se passaram dois dias desde que Josh se declarou para mim, e desde então ele se distanciou um pouco, chegando tarde em casa e evitando qualquer contato. Embora eu fingisse não me importar, eu fazia questão de provocá-lo e chamar sua atenção sempre que tinha a oportunidade. Como hoje era sábado sei que ele não foi trabalhar e então estava procurando ele, pois mesmo que negasse, eu sentia algo por ele. Encontrei Josh na sala de treinamento. Ele estava praticando tiro, e eu entrei silenciosamente para não atrapalhar sua concentração. Assim que percebeu minha presença, ele retirou o equipamento de proteção e me olhou interrogativamente.

— O que você está fazendo aqui? — ele perguntou.

— Apenas estava dando uma volta pela casa. Não tenho muito o que fazer aqui. — falo como se fosse óbvio.

— Você tem várias opções, entre elas assistir um filme, ler um livro malha. — falava ele, enquanto recarregar a arma.

— Quero fazer algo diferente. Talvez aprender a atirar. 

— Por que diabos você quer aprender a atirar? — pergunta curioso.

— Porque eu preciso saber me defender, Josh. Já que estou correndo perigo, e a qualquer momento posso ser atacado.

— Você não precisa se preocupar com isso. Eu estou aqui para cuidar de você, e o que não falta aqui é segurança. — fala franzindo o cenho.

— Não posso depender de você o tempo todo. E já, que você não quer me ensinar, posso pedir a um dos seguranças. Tenho certeza de que eles ficarão felizes em me ajudar. — falo olhando diretamente em seus olhos e cruzando os braços, ele faz pausa por um momento, me analisado. Sem ter qualquer resposta começo a me dirigir até à porta.

— Espere aí. Não seja precipitado. Se você realmente quer aprender, eu posso te ensinar. Mas não pense que vai ser fácil. — sorriu vitorioso, finalmente essa possessividade ridículo dele serviu para alguma coisa.

— Ótimo. — me aproximo dele com um olhar desafiador.

— Então, vamos começar. Mas não se esqueça, Noah, uma arma é uma responsabilidade enorme. Você precisa estar preparado. — ele começa a colocar o equipamento de proteção em mim.

— Claro que estou. — nem acredito que vou fazer isso somente para está perto dele, que idiota eu sou. Mas agora não tem mais volta.

— Iremos fazer uma viagem hoje a noite, preciso resolver alguns problemas e participar de algumas reuniões. Já mandei arrumar a sua mala. — olho para ele com uma sobrancelha erguida intrigado.

— E para onde vamos? — questiono.

— Toronto, Canadá. — uma viagem para fora do país, pelo visto seus negócios são maiores do que imaginei. Apenas um "hum" com a garganta.

Assim que ele acabar de colocar o equipamento me dirijo a cabine, e começamos o treinamento.



                             *******



Era noite quando Josh e eu chegamos ao aeroporto. Durante o trajeto de carro, reinava um silêncio tenso entre nós. Eu estava exausto após o treino de tiro intenso, enquanto minha mente se ocupava com pensamentos sobre a viagem que estava por vir.

Ao chegarmos à pista de decolagem, o carro parou, e saímos em direção ao jatinho que nos aguardava. Sem trocar palavras, seguimos em frente. O jatinho era imponente, e eu observava-o com um misto de surpresa e curiosidade.

Josh, indicou com um gesto para que eu o seguisse, logo atrás vinha Ryan e mais dois seguranças. Subimos a escada de acesso e adentramos a cabine. Era um ambiente luxuoso e confortável, com assentos de couro e mesas entre os lugares, para reuniões e refeições. Além de um lugar mais ao fundo onde tinha uma porta, provavelmente um quarto.

— Bem vindos a bordo, senhor. — ele cumprimenta Josh com um aperto de mão e a mim com um aceno de cabeça. Ele deveria ser o piloto.

— Tudo preparado? – pergunta Josh.

— Já nos deram todas as permissões.

— Turbulências?

— Não, senhor. — responde o piloto. — Bem, vamos nos preparar para decolar, senhor.

Sentei-me em um dos assentos mais ao fundo, Josh se sentou na minha frente, enquanto Ryan e os seguranças sentaram-se mais a frente.

— Aperte o cinto. — fala ele autoritário, e faço que ele pede.

Enquanto o avião vai para a pista, olha pela janela o céu estrela no horizonte, acabo sorrindo involuntariamente. Não posso acreditar. Com vinte e três anos finalmente vou sair dos Estados Unidos para ir para o Canadá, não é da forma que imaginei, mas está valendo.

Depois de decolar Ryan serve um copo de uísque para Josh, e uma taça de champanhe para mim. Ele prepara um banquete. E que banquete: salmão defumado seguido de perdiz assada com salada de vagens e batatas dauphinoise.

Refletindo sobre tudo o que aconteceu desde o momento em que conheci Josh naquele quarto de hotel, e o quanto ele foi babaca. Claro que ele não mudou muito nesse aspecto, mas algo sutil começou a se modificar nele. E isso me assusta um pouco.

Existe uma estranha atração entre nós, embora eu relute em admitir. Parece que estou me enganando, permitindo-me acreditar que poderia haver algo mais entre nós, apesar de todas as complicações e perigos envolvidos.

Entretanto, meu subconsciente não deixa de me lembrar das complexidades desse relacionamento. Josh é um homem perigoso, envolvido em um mundo sombrio. Não posso confiar inteiramente nele, mas também não posso ignorar a atração que sinto.

Enquanto converso comigo mesmo, começo a perceber que estou abrindo uma pequena brecha para esse sentimento que surge em meu coração. Talvez, contra todas as probabilidades, eu esteja começando a me interessar por Josh. É assustador admitir, mas essa é a verdade.

Sei que devo manter os pés no chão. O mundo em que Josh de repleto de perigos e eu não pertenço a ele, assim como sei que Josh não mudaria por minha causa. No entanto, essa chama de curiosidade e atração continua acesa dentro de mim, alimentando a esperança de que possa existir algo mais do que apenas um jogo perigoso entre nós.

                           *******


Chegamos a Toronto, assim que saímos do avião, sinto o ar gelado cortando minha pele e meu corpo se arrepiando. Josh, percebendo, pega seu blazer e o coloca gentilmente sobre meus ombros, protegendo-me do frio. Seu gesto é inesperado, mas aprecio ele.

Caminhamos em direção ao carro que nos espera próximo à pista de voo. Meus passos são lentos e pesados, e meu corpo parece implorar por descanso. Josh, compreendendo minha exaustão, decide me pegar no colo e me levar até o veículo. Sinto-me envolvido em seus braços fortes, e meu cansaço se torna quase reconfortante enquanto me aconchego nele.

No calor do abraço de Josh, meus olhos pesam e minha mente começa a se render ao sono. Não resisto ao cansaço que me domina e, em pouco tempo, vou cair em um sono profundo.

Enquanto o carro segue seu caminho pelas ruas de Toronto, estou completamente entregue ao sono, coloco minha cabeça no ombrode Josh.

Os sons abafados da cidade e o movimento das luzes ao redor se misturam em minha consciência sonolenta. A viagem de carro se torna uma névoa suave e distante enquanto sou embalado pelo sono. E logo adormeço sem saber para onde estamos indo.

Até o próximo...

Voltei gente, espero que tenham gostado do capítulo. Deixem seu comentário e voto.

Animados para os próximos? Quais as expectativas e opiniões de vcs?

Meu Traficante Obsessivo - Nosh, +18, MpregOnde histórias criam vida. Descubra agora