Capítulo 8: Stabbed in the back

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"You only like to talk about yourself
Do you ever think about anything else?
You never bother to ask me how I felt
You were too busy staring in the mirror at yourself"

I hate you - Oliver Tree

Eram quase 6 da manhã e Anthony ainda estava em seu escritório revisando as contas da família e calculando quanto que ele poderia disponibilizar para resolver o problema de Colin, que na verdade foi ele, Anthony, que causou.

Metade da garrafa de conhaque aberta do início da noite já havia sido consumida quando resolveu tentar dormir por algumas horas até que pudesse ir à casa dos Featherington. Assim que saiu do escritório sentiu um cheiro adocicado invadir o corredor e quando estava chegando ao hall, viu seu irmão, Colin, subindo as escadas com roupas limpas e um sorriso no rosto. Ele não havia jantado e nem tomado banho lá, COLIN! Como ninguém o percebeu naquela casa? Anthony voltou para o escritório e não saiu até que fosse necessário mudar de roupa para ir até os Featherington.

Poucos minutos após as oito da manhã, Anthony já estava no escritório do Barão Featherington sentado em uma das cadeiras de frente para a escrivaninha dele e ele o encarando do outro lado como se tivesse comido um peixe estragado.

"Milorde, a que devo essa visita em um horário tão cedo?" O Barão questionou e, antes que pudesse responder, uma batida na porta o interrompeu: "Entre!" Ele gritou.

Portia entrou no escritório, lançou um meio sorriso na direção do visconde, e fez uma mesura rápida enquanto falava num tom simpático: "Com licença, Milorde. Eu vim deixar um pouco de chá." Em seguida ela colocou uma bandeja com o bule e alguns biscoitos em cima da escrivaninha do marido.

"Certo, agora pode se retirar," o barão respondeu rispidamente, sem sequer lhe dirigir o olhar.

"Perdoe-me, Milorde, mas acredito que essa conversa possa ser do meu interesse também."

O Barão olhou para Anthony e ficou levemente vermelho rindo com escárnio. "E como uma conversa entre dois cavalheiros poderia interessar a uma mulher?"

Ignorando o marido, Portia se virou para Anthony e lhe perguntou num tom educado: "O milorde se importa da minha presença?"

Anthony achou aquela troca estranha e, por um momento, pensou se tê-la junto ao Barão seria algo positivo ou não. "Por mim tudo bem," disse por fim, dando de ombros. Ele não tinha uma boa impressão da Lady Featherington e sabia que, tanto ela quanto o barão, eram a favores daquele maldito casamento. Mas irritá-la ajudaria menos ainda.

Ela se sentou ao lado do visconde, lançando um olhar desdenhoso na direção do Barão. "Pois prossiga então, milorde." Ela pediu enquanto distribuía o chá nas xícaras.

"Eu não quero chá," o barão informou bruscamente e encheu seu copo com conhaque.

"Me acompanha, milorde?" Perguntou ao visconde.

Anthony recusou a bebida do Barão, mas pegou o chá das mãos de Lady Featherington, assumindo que: Primeiro, era muito cedo para algo tão forte. Segundo, ele já havia passado metade da noite bebendo. Terceiro, e último, ser gentil com a matriarca poderia lhe ser muito mais útil do que com o Barão. Então ele sorriu gentilmente para a baronesa, recebendo apenas uma sobrancelha arqueada em resposta. Em seguida, pigarreou e começou a falar calmamente: "Chegou aos meus ouvidos sobre um possível noivado da senhorita Featherington, a sua filha mais nova, Penélope."

"Oh sim, Penélope casará com o Duque de Davenport," respondeu se vangloriando. "O casamento da temporada, certamente."

Anthony respirou fundo, tomou um gole de seu chá e sorriu para o Barão. "Certamente," repetiu o termo usado pelo Barão, lentamente. "Pois eu gostaria de saber, o que é preciso para que esse acordo, ou essa proposta, deixe de existir?"

Nobody said it was easy | PolinOnde histórias criam vida. Descubra agora