Capítulo 21: So cruel

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"Desperation is a tender trap
It gets you every time
You put your lips to her lips
To stop the lie
Her skin is pale like God's only dove
Screams like an angel for your love
Then she makes you watch her from above
And you need her like a drug"
So Cruel - U2

Dia seguinte - Casa dos Featheringtons

Penélope queria silêncio, precisava de silêncio. Os últimos dias tinham sido particularmente estranhos. O casamento de Daphne e Simon foi a desculpa que ela precisava para tentar voltar à Londres, mas o duque havia sido tão incisivo em negar seus constantes pedidos, que ela ficou no mínimo chocada quando percebeu que não estava a caminho de Davenport. Sebastian tinha seus rompantes, mas no geral estava sendo bem condescendente com ela, a ponto dela se sentir mal por tratá-lo com tanta grosseria o tempo todo. Ela o odiava e isso não tinha mudado, mas ele parecia diferente e isso a estava deixando confusa. Silêncio e distância. Era tudo que ela precisava para reorganizar as ideias.

Depois do fim do almoço, por algum milagre, Penélope conseguiu esse tempo e subiu para seu antigo quarto. Mas assim que abriu a porta, paralisou. Tudo estava diferente. As coisas dela não estavam mais ali... seus livros, sua escrivaninha... o camarim estava cheio de roupas que não eram dela, assim como os baús. As cartas de Colin... não havia nada nos costumeiros esconderijos.

O coração de Penélope começou a bater aceleradamente, e o pânico tomou conta dela. Suas mãos tremiam enquanto ela revirava o quarto novamente. "As cartas... onde estão as cartas..." murmurou ela para si mesma, com a voz embargada pelas lágrimas que escorriam pelo rosto.

“Penélope… o que você está fazendo?” questionou Portia ao ver, da porta, sua filha ofegante, corada e com lágrimas escorrendo pelo rosto. “Tem algo errado?”

"As minhas coisas, mamãe. Onde estão as minhas coisas? Você disse que as guardaria", Penélope respondeu, abrindo mais um baú que, mais uma vez, não continha nada que lhe pertencia.

Portia rapidamente aproximou-se da filha e colocou as mãos em seus ombros. "Está tudo com Colin, fique calma."

"Como assim?", questionou Penélope, franzindo a testa. "Quando que isso aconteceu?"

"Quando você viajou...", começou ela, pausando por um momento. “Ele ficou transtornado e invadiu seu quarto no meio da noite,” continuou, sentindo o coração apertar ao lembrar do estado em que ele estava.

Penélope soltou um suspiro pesado e sentou-se na beirada da cama. “Foi tão ruim assim?”

“Ele só foi embora quando Anthony ameaçou tirá-lo daqui à força. Aquele Colin de ontem foi o mais perto do normal que eu vi nas últimas semanas, querida,” comentou Portia, sentando-se ao lado dela, e então continuou: “Ele passou algumas noites aqui e quando dei por mim todas as suas coisas estavam arrumadas para ele levar embora.”

Engolindo em seco, Penélope esboçou um breve sorriso e mudou de assunto. "E de quem são estas coisas?", perguntou, tentando desviar o foco da conversa para algo menos doloroso.

“Marina,” respondeu Portia, revirando os olhos com certa frustração. “No segundo em que seus baús foram retirados, ela já estava pedindo ao seu pai...” e então ela parou de falar por um momento, encarando a filha. “Falando nela… você tem sorte de que ela irá para bem longe, ela não estava…”

“Espera um pouco,” Penélope interrompeu a mãe, com surpresa impressa na voz. “Marina realmente está indo embora?”

Portia soltou uma risada curta e sarcástica. “Penélope… você acha mesmo que depois de ontem ele a manteria aqui?”

Nobody said it was easy | PolinOnde histórias criam vida. Descubra agora