Nobody said it was easy | Polin

Epílogo

"Know that you are all worthy
I'll take your bad days with your good
Walk through this storm I would
I'd do it all because I love you
I love you"
Unconditionally - Katy Perry

Caro leitor,

É com uma mistura de assombro e determinação que me disponho a compartilhar uma história que chegou ao meu poder recentemente e que envolveu a alta sociedade inglesa no ano de 1813. Foi um escândalo que abalou os salões e ainda ecoa em sussurros, questionamentos e teorias até os dias de hoje.

Naquele fatídico ano, a notícia da morte repentina do Duque de Davenport varreu Londres, deixando uma trilha de mistério e controvérsia em seu rastro. À época, a explicação oficial apontava para um trágico suicídio, uma conclusão que até hoje não convence a todos os círculos da sociedade.

O que mais alimentou os rumores foi o rápido casamento da viúva, que se deu quase três meses após a triste ocorrência, e a subsequente chegada dos filhos, cuja semelhança notável com o atual marido não passou despercebida. Os murmúrios ganharam vida, indicando que tais herdeiros, concebidos antes do segundo casamento da ex-duquesa, eram prova viva de uma verdade oculta.

Agora, caro leitor, trago-lhe informações que podem lançar uma nova luz sobre esses eventos enevoados pelo tempo. Em minhas investigações, obtive acesso a relatos de fontes seguras que revelam uma história ainda mais sinistra.

Acredite, o Duque de Davenport não foi apenas um nobre dedicado e influente, mas um homem com segredos obscuros. Diz-se que ele não apenas usurpou o título de seu próprio irmão após matá-lo, mas que também foi responsável pela morte da primeira esposa, uma dama que carregava consigo uma nova vida. A única testemunha desse ato abominável, uma criada cujo nome permanecerá no anonimato, teria colaborado para ocultar as evidências, servindo ao Duque até seu derradeiro fim.

Esta sombria saga ganhou novo capítulo com a ascensão de Penélope Featherington à posição de duquesa, título ao qual sempre demonstrou aversão e desprezo, segundo relatos de testemunhas. O que parecia ser uma união de amor era, na verdade, uma troca comercial entre seu pai, o Barão Featherington, e o Duque de Davenport.

A memória de todos deve se estender até aquela cerimônia, um espetáculo meticulosamente armado com anuência da rainha, que foi marcada por um desconforto palpável. Sob ameaças veladas, Penélope foi forçada a unir-se a um homem cujo passado era manchado por segredos mortais.

Conforme relatos obtidos em meio às investigações, a vida da duquesa era um inferno constante, marcado por agressões e ameaças a ela e a seu bebê, bem como a sua família. O Duque de Davenport, em um ato de confissão macabra, admitiu ter orquestrado a morte do Barão Featherington, cujo falecimento, como muitos recordam, precedeu o dele por um dia.

Mas as revelações não param por aí. Davenport também confessou ter sido o responsável pela morte de Marina Thompson, prima da atual Senhora Bridgerton e, chocantemente, sua amante. As razões por trás desses atos brutais permanecem obscuras, um mistério que nem esta autora e nem as autoridades foram capazes de descobrir.

Essa terrível confissão foi o último suspiro de um homem atormentado, que decidiu, em um derradeiro ato de desespero, tirar a própria vida após descobrir a traição de sua esposa Penélope. Ela sempre manteve um relacionamento secreto com aquele que agora, com certeza, é possível afirmar ser o pai dos filhos dela e seu atual marido, o Senhor Colin Bridgerton.

O homem de sorriso perfeito e encantador, dotado de uma gentileza cativante, e que a sociedade admirava, revelou-se alguém capaz de atos horrendos, como a compra de uma menina de 12 anos e o assassinato de uma mulher grávida. Um lembrete contundente de que as aparências podem enganar profundamente.