O Comedor de Mundos entra pela porta do Restaurante Galáctico. O estômago ronca em sua barriga, e não passa despercebido. Porém, ninguém tem a coragem de caçoar dele. Seu poder é tamanho que todos os deuses ficaram em silêncio desde que sua entrada foi notada. Ele se senta e coloca um guardanapo na gola.
- O que temos para hoje? – O Comedor pergunta.
- O cardápio senhor – O garçom serve no instante. As folhas dispõem de todos os Planetas do Universo. O Comedor queria algo com vida inteligente para variar.
- Gostaria de um pouco de Planeta Terra. Para ser mais exato, América do sul, com mais Uruguai, Argentina, Chile e etc. Em suma aquela região central mesmo.
- Se importa com um pouco de Brasil? – O garçom pergunta com tamanho receio.
- Nem um pouco. – O Comedor replica.
O Planeta é pego por Apolo, divido entre hemisférios e meridianos. Com suas lâminas solares ele fatia as regiões ordenadas e serve em um prato de um material inominável. O garçom conversa um pouco com Apolo antes de sair com o prato em mãos trêmulas.
- Que gosto de queimado é esse? – O Comedor pergunta depois de dar a primeira mordida.
- É a região amazônica, senhor. Infelizmente houveram algumas coisas no planeta antes de lhe servirmos. – O Garçom explica se tremendo todo.
O Comedor larga o garfo sobre a mesa.
- Faz o seguinte. Me dá um pouco de água potável. – O Comedor ordena.
- A água potável do planeta corresponde a algumas gotas para o senhor. Não acho que será de muita ajuda. – O Garçom responde tremendo e suando tanto quanto uma latinha de refrigerante recém-saída da geladeira, e que balançou demais em uma sacola.
O Comedor respira fundo. Suas veias da testa saltam pela sua indignação. Ele alternava entre coçar o cenho e ficar com a palma cobrindo o rosto
- Que tipo de planeta era esse?
- Um planeta com líderes injustos que defendiam só interesses próprios e capitalistas que esgotaram os recursos naturais em cima da miséria de outros.
- Justo... Faz o seguinte. Adianta a Antártida de sobremesa.
A Antártida lhe é servida derretida.
- O aquecimento global foi demais para ela. – O garçom lamenta.
- O senhor tem esposa, ou filhos? – O Comedor pergunta.
- Não.
Antes que ele perceba o Comedor pega-o pelos pés e engole de uma vez. Ele vai até a porta da cozinha.
- Algum problema senhor comedor? – Apolo pergunta, e sua voz soa como todas as belas artes e as mais ricas poesias.
- Nenhum. Só gostaria de agradecer pelo atendimento.
- É um prazer. – Apolo responde.
O Comedor sai pela porta que entrou. Todos os deuses voltam as conversas onde tinham parado.
No dia seguinte Apolo procura por outro Garçom, enquanto o Comedor, no meio de seu trabalho, ouve o próprio estômago roncar outra vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Fantastibulosa Fabriqueta MUSION de Textos Diversos
General FictionEstá aberta finalmente "A Fantastibulosa Fabriqueta MUSION de Textos Diversos"! Aqui poderão vir a encontrar minhas crônicas, micro contos, poemas, fragmentos, ensaios, citações, memórias, ensaios, ilusões, instruções e formatos textuais cujo o nome...