Tinha algo de errado. Fui no médico.
Médico: - Seu coração parou.
Eu: Como assim?
Médico: Ele parou... Tipo, tava batendo... Tum-Tum, e parou.
Eu: O que eu faço agora?
Médico: Sei lá... Planos pro enterro?
Saí. Em casa minha mulher já estava com outro. Meu corpo nem estava frio. Liguei para a polícia tirá-los de lá.
Policial: Rua?
Eu: Rua das Oliveiras. 1010.
Policial: Senhor Luís?
Eu: Isso
Policial: Fomos informados que o senhor morreu.
Eu: Eu também... Ainda não entendi...
Policial: Informamos que todas as suas posses foram transferidas para o familiar mais próximo.
Eu: Quem?
Policial: Helena Vikandi.
Eu: Essa era minha namorada.
Policial: Moravam juntos?
Eu: Sim.
Policial: Por mais de dois anos?
Eu: Três e meio.
Policial: Foi deferida união estável. Todas as suas propriedades foram transferidas para ela na forma de espólio.
Desliguei. Morto ou não tinha dinheiro no bolso. Comprei um saco de pipocas na esquina. Sentei em um banco na praça. Dei pipoca para os pombos.
Jovem: Moço?
Eu: Sim.
Jovem: O senhor tá bem? Tá meio pálido.
Eu: Mais ou menos... Eu morri.
Silêncio constrangedor.
Jovem: E agora?
Eu: Planos para o enterro, eu acho.
FIM
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A Fantastibulosa Fabriqueta MUSION de Textos Diversos
General FictionEstá aberta finalmente "A Fantastibulosa Fabriqueta MUSION de Textos Diversos"! Aqui poderão vir a encontrar minhas crônicas, micro contos, poemas, fragmentos, ensaios, citações, memórias, ensaios, ilusões, instruções e formatos textuais cujo o nome...
