Soltei um bem humorado: "Hey, how are you?" (Oi, como você está?). Não queria que ela pensasse que estava atrapalhando.
Seu tom mudou um pouco, parecia mais corajosa: "Better...I think. But I was pretty sure someone was with me yesterday before I went to sleep and was no longer there when I woke up" (Estou melhor...eu acho. Mas tinha quase certeza que alguém estava comigo ontem antes de eu dormir e não estava mais lá quando acordei).
Resolvi soltar uma gracinha, na hora eu não estava pensando muito como profissional, ainda estava feliz por aquela ligação: "Well, I work in the police, do you want to report a disappearance?" (Bom, eu trabalho na polícia, a senhora quer relatar um sumiço?).
Ela soltou um som nasal parecido com uma risada abafada após minha brincadeira e perguntou se eu podia passar no hotel mais tarde, era minha obrigação ir de qualquer forma, então aceitei.
16h14
Estacionei meu carro fora do hotel, foi um desafio achar uma vaga, já que no sábado a praia estava lotada de gente, então as ruas ao redor estavam cheias de veículos. Parei numa esquina com uma padaria bem bonita e fui andando até o hotel, dessa vez ninguém me parou, então segui meu caminho até o 231.
Cheguei no andar e não tinha nenhuma companhia na porta. "Será que errei o andar?" Soltei um pensamento alto e fui verificar as plaquinhas nas portas próximas ao elevador: "229". Estava no lugar certo, mas com um certo medo de ninguém me atender, já que não havia seguranças do lado de fora, por outro lado se ela estivesse ali, eu comeria o cu de alguém por falha na logística de segurança. Fui chegando mais perto da porta e fui ouvindo risadas e palavras estrangeiras abafadas pela parede. Bati na porta. Demorou um pouco, mas a morena abriu com um sorriso enorme e um negócio azul meio cilíndrico na mão que ficou aparente.
Ela soltou um: "Come in" (Entra). Logo abriu espaço para minha presença.
Entrei e vi duas pessoas bem animadas como a anfitriã que me recebeu. Reconheci que era o irmão e irmã dela, juro que pareciam 3 crianças e os dois que não me conheciam vieram me cumprimentar.
Eu estava muito sem jeito por não ter preparado antecipadamente meu espírito de pessoa social naquele momento, mas tentei disfarçar e ser bem gentil: "Hey, guys" (Oi, pessoal).
Charlie veio na minha direção primeiro, aquele homem devia ter uns 40 metros: "Hiii, are you brazilian? I'm in love with Brazil" (Oii, você é brasileira? Eu estou apaixonado pelo Brasil).
Respondi dando uma leve risada: "Yes sir, it is an honor to welcome you all" (Sim senhor, é uma honra receber todos vocês).
Agora veio a Chuck e enquanto ela se levantava da cama em minha direção, olhei no fundo do quarto e vi a Lana dando um risinho de toda a situação, colocando o negócio azul na boca e soltando fumaça, na hora eu fechei a boca como uma mãe que vê o filho aprontando e o repreende pelo olhar, volto meus olhos para frente e encontro os de Chuck: "Hey, sweetie. I'm Chuck, Lana's sister" (Oi, querida. Eu sou a Chuck, irmã da Lana).
Ela realmente lembrava a Lana em algumas características, respondi estendendo a mão: "I'm S/N, nice to meet you" (Eu sou a S/N, é um prazer te conhecer). Chuck era muito educada e projetou alguns elogios quanto a minha aparência, mas Charlie a interrompeu e pediu pra ela ver algo em seu celular.
Olhei pra Lana de novo e fiz um gesto a chamando para uma conversa particular: "Your family is very kind, but you need something from me? I was curious when you called me" (Sua família é muito gentil, mas você precisa que eu faça algo? Eu fiquei curiosa quando você me ligou).
Ela se deu conta de que não estava entendendo aquela situação e tentou se explicar: "Oh, I just wanted you to meet my family, I thought it would be nice" (Oh, eu só queria que você conhecesse minha família, achei que seria legal).
Cocei atrás do pescoço e com certeza falhei em controlar o rubor do meu rosto nessa hora: "Ah, okay, I'm very shy, but I'll try my best to get them to like me" (Ah, tudo bem, eu sou muito tímida, mas vou tentar o meu melhor para fazer com que gostem de mim).
E lá fui eu me juntar às outras duas crianças, eles pareciam bem curiosos quanto a cultura e as tradições do país. A conversa tinha sido bem divertida, teve vezes que me embolei um pouco nas palavras ou pedia pra eles falarem mais devagar, mas nada disso pareceu aborrecer ou tirar o pique dos dois, Lana estava mais observando e fumando aquele troço, mas vez ou outra ela soltava uma frase, na maioria das vezes sua fala vinha quando eu não entendia o que seus irmãos diziam e a olhava com uma cara de "pelo amor de Deus, me ajuda", então ela tentava explicar à sua maneira e no pior dos casos soltava um espanhol que raramente ajudava, mas me fazia rir bastante. Eu estava começando a me soltar mais. Charlie disse que queria conhecer mais a cidade e perguntou aonde eles deveriam ir. O primeiro pensamento óbvio que passou na cabeça foi perguntar se eles já tinham ido passear no Cristo Redentor, Lana disse que sim, mas seus irmãos ainda não tiveram o prazer de conhecer, sendo assim os dois pequenos gafanhotos abraçaram bem animados a ideia do passeio. Ficamos conversando um pouco mais sobre todo tipo de assunto possível e vez ou outra eu olhava de relance pra Lana buscando uma aprovação ou um sinal de que estava me saindo bem com seus irmãos.
Meu celular começou a dar algumas vibrações periódicas e eu fui olhar, estavam solicitando minha presença no hall do hotel para planejar o show dela no Jockey mais tarde. Pedi licença e disse que tinha que resolver uns negócios de trabalho.
Me avisaram para entrar na sala 74 e que a reunião logo começaria. Adentrei ao recinto, mas instantaneamente as vozes cessaram e eu não entendi o motivo. Fiquei olhando os rostos e reconheci o de Carvalho em um dos cantos, fui ficar do seu lado e perguntar se era impressão minha ou todo mundo começou a ou olhar pro teto, pro chão, tossir e mais outros comportamentos estranhos.
Sussurrei pro meu companheiro: "Por que tá todo mundo agindo estranho?".
Carvalho: "Você não viu as fotos que estão circulando?".
Confusa, perguntei: "Que fotos, cara?".
Ele pegou o celular e me mostrou algumas vezes que adentrei no quarto 231.
Mas eu ainda não entendia a situação: "Qual o problema?".
Carvalho: "Os seguranças estão comentando que isso é antiético e de mais algumas conversas ou conversas inventadas das duas".
Estava tentando entender a situação por completo: "Falaram mais alguma coisa?"
Carvalho estava hesitando em botar pra fora, mas disse: "Bom, falaram que viram você entrando de noite no quarto dela e saindo de madrugada".
Aquilo tinha sido a gota d'água, ainda mais porque não era uma visita noturna qualquer, eu estava averiguando sua situação psicológica após uma situação de risco. Falei planejando minha vingança: "Quero ver se eles vão achar engraçado quando eu falar com a agência deles então, já que parece que está faltando serviço e sobra até pra fofocar dos outros, palhaçada".
Carvalho tentou me acalmar e me chamar pra realidade: "S/N, melhor você fingir que não sabe de nada, o Comandante não iria gostar disso, ainda mais se vazarem as suas visitas noturnas na mídia".
Tentei me justificar, mas precisava lembrar que minha guerra não era com meu companheiro, ele só estava me deixando ciente das coisas, óbvio que na hora não pensei e soltei algo parecido com: "Eu sou apenas funcionária dela, vocês adoram inventar coisas onde não tem". Dito isso, deixei o Carvalho falando sozinho e fui pegar um café na jarra que tinha ali perto.
O empresário de Lana chegou e explicou como seria o deslocamento dela no Jockey, como cada um ficaria em par para cobrir as saídas e coisas aleatórias do tipo, as quais minha cabeça não estava mais prestando atenção. "Vontade de tacar uma bomba nessa sala", pensei.
Voltei pro carro quase batendo o pé quando a reunião tinha acabado, os seguranças tinham ido pro andar dela e eu só tinha que ficar ali quando ela estivesse em ambiente aberto, ou seja, quando ela fosse pro Jockey. Tentei me distrair com o rádio, mas só pensava o quanto ficar tirando foto ou monitorando meus passos era um absurdo e eu tinha que dar um jeito de resolver esse mal entendido.
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Imagine Lana Del Rey X You
FanfictionEssa ficção é puramente a transcrição das vozes da minha cabeça para o papel. A princípio é uma realidade alternativa de quando a Lana Del Rey veio para o Brasil em 2023 e seu caminho cruzou o de uma policial por um incidente. FemReader