Fui pra casa, me senti idiota por ter deixado aquilo tudo acontecer, então decidi que iria me esconder na minha caverna e nunca mais sair. Abri a porta e sentei no sofá, minha mão foi direto na minha cabeça e eu estava tentando raciocinar o que tinha acontecido, tentava me convencer que aquilo era um pesadelo ruim e logo iria acordar, mas as lágrimas eram quentes e molhavam como as reais, o soluço era real e a falta de ar também, então me permiti ficar naquela posição por alguns minutos.
A dor de cabeça começou a ficar mais evidente, me levantei, tomei um copo de água e um comprimido, decidi tomar um banho pra ver se eu tinha a sorte de descer pelo ralo. Saí da água quente e coloquei meu pijama, podia ainda ser de manhã, mas pra mim o dia já poderia acabar, então fechei as cortinas e tentei dormir, acabei chorando até pegar no sono. O cansaço mental venceu.
13h55
Acordei quando recebi uma mensagem, era dela...
"Hey, princess, are you coming?" (Oii, princesa, você está vindo?) - 13h55
Bloqueei o celular novamente, imaginei que seria mais fácil ignorar o problema do que enfrentá-lo.
"The van has arrived, are u going in your car?" (A van chegou, você vai no seu carro?) - 14h30
"Baby, I'll wait for you next to the stairs, ok?" (Baby, eu vou te esperar perto das escadas, okay?) - 15h03
E foi nessa mensagem que meu celular encontrou a parede, e a tela descolou do resto. Foda-se, eu não precisava mais disso, eu só queria que o mundo parasse de rodar. Acabei ficando incomunicável e o sono já havia acabado ou minha mente que insistia em não desligar. Me vi num interrogatório na minha própria cabeça, onde meu cérebro me torturava: "Você não vai avisá-la?".
Respondi: "Não sei, acho que não, deve ser melhor assim".
Insistia, ele: "Ela deve estar até agora te esperando, você está estragando a viagem dela".
Respondi: "Eu sei".
Ele: "O comandante tinha razão, você é fraca, dá pena só de olhar pra você".
S/N: "Para, por favor".
Ele: "Você não tem o mínimo controle emocional, olha o que você fez com seu celular, eu tenho vergonha de você".
Eu precisava apagar pra não ficar pensando nisso, fui até a geladeira. Abri e achei uma Absolut pela metade, eu só bebia quando meus amigos estavam por aqui, mas achei que eu podia abrir uma exceção. Sentei no sofá e fui esvaziando a garrafa, o gosto era horrível, doía a garganta a cada gole, o cheiro me enjoava, mas as coisas começaram a perder o sentido e girar. Era daquilo que eu precisava.
29/05
Acordei no dia seguinte, ainda estava meio tonta. Deus tinha seus favoritos e eu era abençoada na questão da ressaca. Fui limpando algumas bagunças minhas, somente as mais insuportáveis, o resto da casa estava um caos e eu estava fedendo muito, tinha dado uma leve vomitada, então fui tomar meu banho. Não estava com a mínima vontade de comer, mas eu sabia que precisava melhorar, então eu me olhei no espelho. "Que cara derrota", foi o que eu pensei, mas eu soltei em alto bom som: "Você é uma máquina de vencer, S/N" e fui soltando umas frases prontas por uns 5 minutos até tomar coragem de pôr minha vida em ordem. Como eu estava sem celular, só me restava botar música pela TV, então coloquei um MTG pra ver se me gerava algum ânimo. Eu mentia que estava tudo bem e esperava acreditar naquilo. Ainda estava de cabelo molhado, mas prendi com a piranha e fui fazer uma maquiagem natural, mas que disfarçasse a cara de morta. Depois que fiquei com a autoestima mais elevada, fui arrumar meu cabelo e escuto a campainha tocar. Olhei no buraco e abri a porta.
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Imagine Lana Del Rey X You
FanfictionEssa ficção é puramente a transcrição das vozes da minha cabeça para o papel. A princípio é uma realidade alternativa de quando a Lana Del Rey veio para o Brasil em 2023 e seu caminho cruzou o de uma policial por um incidente. FemReader