Apaixonada Pelo Meio Irmão | Woobia

prólogo | 0.0

Beatriz Wong nunca tinha pisado seus pés dentro de um carro de luxo, nunca tinha visto sequer um tão de perto. Era sua primeira vez na vida que viu um, era vermelho e chamativo, a famosa Porsche que Bia tanto quis na vida, agora ela poderia dizer que tinha uma mesmo não sendo completamente sua, uma pequena, bem pequena parte era.

A moça estava dentro do carro do seu padrasto, no banco de trás com sua mãe sentada na frente ao lado do futuro marido, eles pareciam felizes. A senhora Wong estava mais feliz do que nunca, finalmente Bia conseguiu ver um sorriso no rosto da sua mãe depois de anos presa num casamento tóxico onde vivia apanhando por coisas mínimas, e Bia apanhava junto por tentar defende-la, mas agora eles estavam livres, enfim livres daquele louco que agora estava vivendo atrás das grades.

— Eles vão se dar bem, Bia é uma moça gentil e extrovertida. — dizia a Wong, olhando para sua filha com um sorriso no rosto pelo reflexo do retrovisor.

— Meu filho não é um bicho de sete cabeças, apenas gosta primeiro de conhecer as pessoas. — o senhor Jung disse sorrindo. — eles vão se dar bem, Woyoung gosta de conhecer pessoas novas, e tenho certeza que ele vai amar conhecer a irmãzinha caçula.

Bia apenas sorria sem responder nada, a garota só queria chegar na casa e ir para o quarto dormir, a viajem foi longa e nada que uma longa soneca não resolva.

Chegaram em meia hora. Bia sabia que seu padrasto tinha dinheiro só pelo carro, mas não sabia que era um homem tão rico assim. Logo que chegaram na casa, ou melhor, na mansão, a garota colocou a cara para fora da janela com sua boca aberta e chocada pelo tamanho do lugar, era realmente muito grande e bonito, ela nunca tinha visto e nem entrado numa casa tão grande, ela estava se sentindo a pessoa mais pobre do mundo vendo todo esse luxo em só uma hora.

O carro foi parado e estacionado perto do jardim, Bia saiu e foi até o porta-malas pegar suas coisas, rapidamente um senhor apareceu e a ajudou com a bagagem, ela apenas agradeceu e foi andando em direção a entrada, olhando tudo em sua volta e admirando, ainda se sentindo humilhada por tanto luxo.

Adentrando ao lugar, era mais bonito ainda, brilhante e cheio de lustres obviamente caros. Beatriz seguiu até uma escada, ainda seguindo o senhor que devia ter uns sessenta anos de idade, mas estava mais conservado que ela própria. Entraram num quarto com pouca iluminação pelas janelas que estavam fechadas, o senhor deixou as malas dela no canto da porta, do lado de dentro, e logo saiu se despedindo.
Ela acendeu as luzes e olhou tudo, o quarto era branco e rosa clarinho, nada exagerado e nada tão Barbie Girl.

— Que sorte eu tenho. — sorriu e colocou as malas na frente do guarda-roupa, abrindo as portas e começando a guardar tudo. Suas coisas estavam dobradas, então seria mais rápido e fácil de arrumar e ir logo explorar a casa que claramente era enorme.

• • •

Na cozinha, Bia procurava alguma coisa para comer, estava um tédio e ela não tinha ninguém para passar o tempo, até mesmo ficar no celular estava chato, e olha que a garota estava conversando com sua melhor amiga em chamada, Rine.

— Quem é você e o que faz na minha casa?.

Wong acaba deixando seu celular cair no chão pelo susto que tomou ao ouvir uma grave voz vir por sua trás, ela se virou e era um rapaz alto de olhos puxados, claro, estavam na Coreia do Sul.

— Céus, que susto... — colocou a mão no peito. — sou filha da senhora Wong, namorada do seu pai, você já deve saber né. — a garota disfarçou e cruzou os braços, fazendo uma cara feia por ver o jeito grosso que o rapaz havia falado. — Com licença.

Bia se virou e abaixou-se, na hora seus olhos se arregalaram quando deu de frente com um cachorro grande e preto rosnando em seu rosto, até babava raivoso. Ela ficou dura como uma pedra, mexendo apenas seu braço para tentar pegar o celular que estava em baixo do animal, mas ele latia todas as vezes que Bia se mexia, mas mesmo assim ela não parou de tentar. Pagou caro no celular, não iria deixar um cachorro estragar.

— Tira esse pulguento daqui. — falou ela num tom baixo para não chamar mais a atenção do cachorro, mas o rapaz não fez um movimento sequer. — você me ouviu ou é surdo? Chama esse cachorro pra longe de mim!. Saia daqui, cachorro!.

— Ela só me obedece, não é Lulu?. — o cachorro latiu e Bia novamente se assustou enquanto tentava recuperar seu celular. — e ela conhece também o "Morde Ela".

— Lulu? É fêmea? Deus... Apenas a chame logo, babaca. Se essa coisa me morder, você vai ver.

— Senta, Lulu. — ele falou e seu comando foi correspondido imediatamente.

Rapidamente Beatriz pegou o celular e se levantou, se virou para o garoto e ficou peito à peito com ele, com uma cara feia de raiva pelo que ele fez.

— Idiota.

— Prazer em te conhecer também. - ele sorriu. — Wooyoung. Jung Wooyoung.

Bia empurrou Jung e saiu da cozinha, subindo suas escadas e indo para o quarto, adentrou o cômodo e fechou a porta, trancando e se deitando na cama.
Rine ainda estava na chamada, ela ria pela conversa que ouviu de Jung Wooyoung e sua amiga.

— Ele é gato?. - perguntou Rine, curiosa. — a voz dele é sexy.

— Ele é um babaca, esquece. — Bia suspirou, alisando seus cabelos e segurando o sorriso quando pensou no rosto do garoto.

— Então ele é gato!. - Rine deu pequenos surtos do outro lado, rindo alto e se esperneando. — será que é seu irmão? ouvi ele dizer Jung alguma coisa, e seu padrasto também tem Jung. Não acredito que você é tão sortuda assim, além de ter um pai rico, agora também tem um irmão gato!.

— É Jung Wooyoung e ele não é meu irmão e nem vai ser, não importa se minha mãe casar com aquele homem, não temos o mesmo DNA ou sei lá o que de parentesco. — cortou a amiga do outro lado. — acho que não estou com tanta sorte assim, ele parece ser insuportável, além de ser um idiota por quase deixar aquela cadela me morder.

Beatriz Wong ficou conversando com Rine por longas horas, desligou a chamada quando era quase meia noite, Rine tinha que ir dormir para acordar cedo e ir num casamento de uma amiga sua de outra cidade.
Bia olhou para a porta e se levantou, andando com passos delicados e suaves até girar a maçaneta, se deparando com Jung do outro lado do corredor olhando bem na hora para ela, a fazendo fechar a porta e se escorar na mesma, levando sua mão até o peito quando sentiu seu coração bater mais rápido.

— Meu Deus... Ele é estranho. — falou consigo ainda encostada com uma de suas mãos no peito, seu coração acelerava mais quando o rosto de Jung Wooyoung aparecia em sua mente.